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Opinião

Um respiro para o cérebro

O quiet marketing da The Row vai contra o senso comum da presença ostensiva nas redes, e dá certo


19 de fevereiro de 2025 - 6h00

Quando sua agência vier com uma “ideia inovadora” que envolve uma série de posts por dia, uso de influenciadores e vídeos curtos, confia em mim, não tem nada de inovador. Eu sei, você sabe, a agência sabe. Mas é o arroz e feijão e precisa ser feito, certo?

Não é isso que pensa a The Row, marca fundada pelas irmãs Mary-Kate e Ashley Olsen. Para elas, menos é mais. Quer dizer, não só eu, o mercado. Atacando o mercado de luxo, as irmãs alcançaram um impressionante faturamento de US$ 1 bilhão anuais sem apostar nas mídias sociais de forma convencional.

Vai lá. Pausa esse texto e bate um olho no feed do Instagram delas para entender o que eu estou falando. Pois é. Para o “quiet luxury”, o “quiet marketing” funciona bem. Mas será que essa estratégia teria o mesmo sucesso para marcas que não são do segmento da moda ou do segmento de luxo?

Vamos pensar juntos.

Embora as redes sociais desempenhem um papel crucial no Brasil, país que lidera o tempo de uso dessas plataformas globalmente, o modelo da The Row sugere que não é necessário postar incessantemente para construir valor.

Uma pesquisa da Hootsuite revelou que 59% dos brasileiros seguem marcas nas redes sociais para promoções e descontos. No entanto, no mercado de luxo, esse comportamento se transforma: o consumidor busca inspiração, não transações.

Marcas brasileiras poderiam explorar uma presença mais cuidadosa e minimalista, priorizando conteúdo de alta qualidade, como histórias visuais que conectem produto e cultura.

O que a The Row nos ensina é que a ausência estratégica também comunica. No Brasil, onde a reputação corporativa é testada em cada post e interação, empresas poderiam adotar uma abordagem mais ponderada, evitando o risco de sobrexposição.

Portanto, que fique a reflexão. Assim como a The Row, as marcas precisam garantir que o produto é a principal forma de comunicação. Design, materiais e experiência são cruciais para manter o interesse.

Além disso, vamos dar uma segurada no dedo, né? Em vez de postar frequentemente, criar narrativas que gerem desejo e exclusividade. Menos fotos de produto, mais histórias que conectem o público ao universo da marca.

O modelo da The Row desafia o paradigma dominante de que o sucesso depende de estar sempre presente e visível. No Brasil, que alguns consideram o berço da criatividade publicitária, falta ousar mais, sugerindo menos.

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