Uma jornada de inovação, desafios e inspiração, mesmo em meio ao caos
O Web Summit Lisboa 2023 foi uma jornada épica, como sempre. Poucas perguntas respondidas, mas muitas conversas iniciadas
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23 de novembro de 2023 - 10h04
O Web Summit Lisboa 2023 transcendeu as expectativas, revelando-se uma jornada singular repleta de insights, debates e surpresas que deixaram uma marca indelével no cenário global de tecnologia. Mesmo para aqueles que não puderam vivenciar o evento pessoalmente, a energia e a inspiração que emanaram desses dias ressoam intensamente, influenciando positivamente todo o setor.
Esse cenário positivo surpreende, pois, dias antes nem tudo se desenhava assim. O ex-CEO do evento gerou uma crise na indústria que levou a desistência de vários palestrantes e patrocinadores, enquanto o cenário político em Portugal está em ebulição com o primeiro-ministro entregando o cargo as vésperas do abertura do evento, e sem esquecermos da guerra sem precedentes ganhando cada dia mais força no Oriente Médio e outra sem fim no Leste Europeu.
A mudança de liderança, com Katherine Maher assumindo a direção apenas duas semanas antes do evento, trouxe uma reviravolta única. Ela enfrentou com elegância a tarefa de gerenciar a crise deixada por Paddy Cosgrove, transmitindo a mensagem poderosa de que o verdadeiro foco do Web Summit está nas discussões e inovações que acontecem durante os dias de conferência. Maher não apenas conquistou a aprovação dos participantes, mas também deixou a lição importante de que ninguém é insubstituível.
A discussão sobre Inteligência Artificial atingiu seu auge, com o ministro da economia de Portugal, António Costa Silva, destacando que a IA é a “eletricidade do século 21”. Aprofundando-se no tema, palestras como “Como regular a IA?” de Andrew McAfee, principal pesquisador do MIT que abriu o evento e “A Inteligência Artificial é uma realidade ou Hype?” de Meredith Whittaker exploraram as oportunidades e desafios dessa tecnologia transformadora. Chegamos um momento chave nas discussões sobre IA que parte da premissa de que ela chegou definitivamente para ficar e fará o bem, cabe a nós definirmos o como.
A emergência climática assumiu um papel central nas discussões para ocupar espaço vital nas plenárias principais destacando a urgência de abordar a crise climática. O relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, divulgado durante o evento, acrescentou uma camada de realismo, enfatizando a necessidade de ações imediatas. Já constatado que não há um plano B, estamos perdendo essa corrida contra o tempo, e o tom da conversa é urgência climática.
Como se não bastasse toda a distração gerada pelos temas acima o evento, e todos nós, fomos alvos de uma verdadeira trollagem em forma de protesto quando dois ativistas conhecidos posteriormente como The Yes Men ocuparam o palco “interpretando” um executivo da Adidas que jamais existiu (e aparentemente ninguém checou) e o famoso DJ Marshmello que na realidade estava em Las Vegas e fizeram da talk ” Democratizando a riqueza por meio de um novo tipo de criptografia: a festa de lançamento da Adicoin”, provocando reflexões importantes sobre desinformação e deep fakes na era atual.
O evento estava repleto de entusiastas e inovadores, demonstrando que sua grandiosidade vai além da presença das big techs, manteve seus mais de 70 mil participantes de 153 países, sendo 42% mulheres, meta que o festival persegue melhorar a cada ano.
Outra grata surpresa veio do inédito prêmio de melhor start up do ano vir para o Brasil através da Inspira, uma legal tech.
Em resumo, o Web Summit Lisboa 2023 foi uma jornada épica, como sempre. Poucas perguntas respondidas, mas muitas conversas iniciadas e sob a nova liderança de Katherine Maher, o evento promete um resgate ao caminho certo no futuro, trazendo um olhar ainda mais denso para o diverso, sensível às questões ambientais e verdadeiramente humano, para que a gente possa evoluir na velocidade da tecnologia.
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