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Opinião

Vanguarda e tradição

Publicidade massiva contribui com trajetória ascendente das startups, ao mesmo tempo que cresce a receita com veiculação de anúncios nas gigantes globais de tecnologia e mídia digital


11 de fevereiro de 2019 - 12h58

Crédito: divulgação

Propagar que tem “o DNA de uma startup” virou fetiche de boa parte das empresas, algumas delas centenárias. Por vezes, tal discurso tenta passar a impressão de uma administração ágil, desierarquizada, transparente e sintonizada com a evolução tecnológica.

Entretanto, no que diz respeito às estratégias de comunicação e marketing, é curioso notar que as maiores startups brasileiras não desconsideram a importância do investimento em publicidade, inclusive nos meios tradicionais. A reportagem de capa da edição impressa desta semana detalha que, embora originalmente focadas em ações de marketing digital, as startups nacionais que atingiram avaliação superior a US$ 1 bilhão, e, por isso, entraram para o seleto grupo de unicórnios brasileiros, precisam de comunicação massiva e consideram importante, por exemplo, a presença nos intervalos da TV.

Com isso, a consolidação de algumas dessas marcas acabou passando pelas mãos de publicitários acostumados a divulgar produtos e serviços de grandes empresas que sonham em parecer startups. Africa, AlmapBBDO e NBS estão entre as agências que planejaram e criaram campanhas importantes para a construção da imagem pública de empresas como 99 e iFood, que juntas investiram cerca de R$ 70 milhões em compra de mídia em 2017, segundo dados do ranking Agências & Anunciantes.

Reconhecer o poder da publicidade dita tradicional para a história das startups não significa, obviamente, negar as profundas mudanças pelas quais passam os mercados de comunicação, marketing e mídia. Outra reportagem desta edição analisa o crescimento na receita com publicidade nas gigantes globais de tecnologia e mídia digital. Os índices são de fazer inveja. A Alphabet, holding dona do Google e do YouTube, aumentou em 22% seu faturamento publicitário, atingindo US$ 116 bilhões. O Facebook avançou 38%, chegando a US$ 55 bilhões. A terceira do ranking é a Amazon, com alta de quase 100% em sua receita publicitária, que já soma US$ 10 bilhões.

O potencial da Amazon impressiona não só pelos números, mas também pela postura de seu fundador Jeff Bezos. Na semana passada, comprovando o seu “DNA de startup”, ele revelou em postagem no Medium uma impressionante história de chantagem, daquelas que raramente vêm a público, envolvendo mídia, ética e política. Bezos acusa a American Media Inc. (AMI), dona do tabloide The National Enquirer, de ameaças de publicação de fotos íntimas suas e de sua atual namorada caso ele não desmentisse publicamente denúncias, publicadas pelo seu jornal, o The Washington Post, de que o National Enquirer escondeu evidências de infidelidade de Donald Trump, quando ele ainda era candidato, com a finalidade de beneficiar o atual presidente norte-americano.

As duas reportagens aqui citadas, sobre os unicórnios brasileiros e a receita publicitária das gigantes de tecnologia e mídia, são assinadas pelo editor-assistente Luiz Gustavo Pacete. Desde a sua chegada à redação de Meio & Mensagem, há quatro anos, Luiz calibrou seus radares para detectar os movimentos, tendências e tecnologias que, de fato, estão mudando o consumo, a mídia e as ações de comunicação e marketing.

Antenado ao inesgotável tema da inovação, ele criou junto com o estrategista de canais e formatos Isaque Criscuolo um dos maiores sucessos de Meio & Mensagem nas plataformas digitais no ano passado: a série em vídeos Formakers, sobre o impacto da cultura maker em processos criativos. A primeira temporada teve dez episódios transmitidos ao vivo, todos disponíveis na seção de vídeos do site ou em nosso canal no YouTube. No segundo semestre, a série Formakers voltará, repaginada, para a sua segunda temporada, mantendo a conexão vanguardista que o assunto exige. Aguardem.

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