Você sabe quem é o atual CEO da Microsoft ou Apple?
Pode ser que você saiba, mas será que o sucesso de uma empresa se faz com um único super-herói?
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Quando Steve Jobs faleceu, em 2011, todo mundo se preocupou com a sobrevivência da Apple, empresa que na época valia US$ 300 bilhões. Não só a companhia superou a perda de seu fundador como hoje ela vale US$ 3 trilhões. Nem faz tanto tempo assim, a evolução dos produtos era conduzida por profissionais superstars, uma super diretora de marketing, um super executivo. Mas isso mudou.
Hoje, exceto para quem é da área ou acompanha tecnologia, pouca gente sabe quem assumiu o lugar de Bill Gates, para dar outro exemplo. O Gates saiu da operação, a Microsoft cresceu e vale dez vezes mais do que quando ele estava na empresa. O valor de mercado da empresa quando seu fundador saiu da função de CEO em 2008 era de US$200 bilhões. A Microsoft, atualmente dirigida por Satya Nadella, está avaliada em US$ 2 trilhões.
O super-herói saiu, mas o mindset, a cultura da companhia se manteve. O mesmo aconteceu com a Apple. Ou seja, o mais importante é o legado deixado por esses grandes líderes.
As empresas de maior sucesso são aquelas que conseguem experimentar mais. Hoje, é mais importante contratar um time que consiga testar rapidamente várias hipóteses, do que um único profissional superstar apenas. Se você ainda tem dúvida de que esse é o melhor caminho, é só olhar ao redor. As empresas funcionam como times de esporte coletivo e não como um atleta num esporte individual. Num grande time de futebol, como o Paris Saint-Germain, um Messi, que já foi eleito como o melhor jogador do mundo 7 vezes, não consegue jogar sozinho. Para ter sucesso, ele precisa de mais 10 atletas, incluindo Neymar e Mbappé, além de outros grandes jogadores.
Não quer dizer que uma empresa não possa ter seu superstar; ele não precisa sair de cena. O que muda é a relação de dependência, que deixa de existir. Ele pode por exemplo se tornar um mentor que pode e deve ser consultado para compartilhar seu olhar experiente, opinar, orientar.
No novo modelo de gestão, não só um peso enorme sai das costas de um único executivo, como aquela perfeição quase utópica dá lugar às experimentações conduzidas por um time de profissionais. Com isso, os líderes terão o desafio de desconstruir crenças como a de que não se pode cometer erros. O erro não pode mais ser visto como um problema; ao contrário, precisa ser encarado como uma oportunidade de melhoria em seu produto ou serviço.
Se você lançar um produto só quando ele estiver perfeito, você pode estar correndo um risco. Reid Hoffman, fundador do LinkedIn, tem uma frase conhecida que diz “se você não está envergonhado com a primeira versão do seu produto, você o lançou tarde demais.”
Isso hoje em dia é aceitável, pois quem vai falar se o produto é bom ou ruim não é mais o pessoal interno da empresa, o time de produto, ou de marketing, muito menos os executivos. O próprio usuário é quem vai avaliar. A grande realidade é que, os usuários são, sem dúvidas, a melhor fonte de feedback que o seu produto pode ter. E quanto mais feedbacks e quanto mais rápido a empresa gerar insights de melhoria e reagir, mais competitiva ela será.
Já falei sobre a importância de se tornar uma empresa ágil em outro artigo publicado aqui mesmo no Meio&Mensagem. É um tema que ainda precisa ser discutido, porque desse entendimento dependerá a sobrevivência dos negócios daqui para frente.
Os testes simplesmente morrerão na praia, se não tiverem feedbacks rápidos, capazes de dar mais informações durante toda a jornada do cliente. E essa jornada é longa. Você tem experiência com o cliente antes da venda para ele saber que você existe; durante o processo de venda, se falou com o vendedor ou se o contato com a empresa foi feito através do site. Você tem contato com o cliente quando ele está explorando o seu produto, quando paga e também caso ele finalize o contrato algum tempo depois.
Existem várias oportunidades e ferramentas para se colher feedbacks diretamente dos usuários. O aplicativo de mensagens WhatsApp, por exemplo, é utilizado diariamente em 99% dos smartphones brasileiros. Importantes ferramentas estão disponíveis no mercado para se comunicar com seu público, de forma não invasiva, seja por mensagens automatizadas ou por agentes humanos, com o objetivo de assegurar que estamos buscando a todo momento melhorar a experiência durante toda a jornada do cliente.
Já se sabe que quem experimentar mais vai estar sempre à frente. Mas isso requer velocidade e estratégia. Algumas das empresas mais valiosas do mundo, como Apple e Amazon, organizam seus milhares de funcionários em pequenos times multidisciplinares. Cada time trabalha de forma autônoma; tem um objetivo ou desafio claro e uma métrica de sucesso bem definida. Como se fossem várias startups dentro de uma só empresa. Isso permite que essas empresas tenham muita velocidade, experimentem mais e evoluam constantemente — e sempre à frente de seus competidores.
Uma empresa com essa cultura implantada não precisa que o líder seja um superstar. Nem precisaria de líder. Aliás, time com autogestão já se tornou um tema muito discutido em empresas modernas.
A propósito, o atual CEO da Apple que substituiu Steve Jobs em agosto de 2011, é o discreto Tim Cook
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