Assinar

Walk the Talk é regra básica para marcas fazerem PR de causas sociais

Buscar

Walk the Talk é regra básica para marcas fazerem PR de causas sociais

Buscar
Publicidade
Opinião

Walk the Talk é regra básica para marcas fazerem PR de causas sociais

A sociedade está atenta, está vigilante. As pessoas não estão mais engolindo discurso vazio passivamente, muito menos a malfadada "cause washing"


6 de outubro de 2017 - 18h07

Estátua Fearless Girl (crédito: reprodução)

“Faça o que digo, mas não necessariamente o que eu faço”. Essa parece ser a constrangedora realidade da empresa State Street Corp., dona da firma de investimentos por trás do grande case de PR do ano, Grand Prix em Cannes, a estátua de menininha instalada em Wall Street, Fearless Girl. Sim, o mais novo caso de cause-washing é de Titânio!

A empresa fechou nesta sexta um acordo de conciliação com o Office of Contract Compliance Programs do US Department of Labor, que é responsável por proteger trabalhadores e garantir a diversidade e o cumprimento das leis de trabalho. A dona da estátua de Titânio de Cannes concordou em pagar US$ 5 milhões para mais de 300 mulheres e 15 negros, todos funcionários que recebiam menos do que seus pares brancos. A empresa nega, mas o fato foi revelado numa auditoria federal (dá para ler o documento todo aqui).

Para falar de minorias ou de quaisquer outras grandes causas, fundamentais para a nossa evolução como sociedade, empresas precisam antes de mais nada olhar para dentro

Para falar de minorias ou de quaisquer outras grandes causas, fundamentais para a nossa evolução como sociedade, empresas precisam antes de mais nada olhar para dentro. Quais são suas políticas para mulheres, diversidade, combate ao preconceito, sustentabilidade, compliance? O que estão fazendo para mudar a realidade do seu mercado, da sua cidade, do seu país? A pena de pular essa etapa pode ser muito mais cara do que os milhões pagos pela State Street Corp para seus funcionários. É um arranhão na imagem e na reputação que pode custar bem mais do que isso.

Marcas apoiarem causas é algo absolutamente legítimo, mas isso não pode ser da porta para fora, ou melhor, do post para fora. A sociedade está atenta, está vigilante. As pessoas não estão mais engolindo discurso vazio passivamente, muito menos a malfadada “cause washing”. O tiro no pé costuma ser fatal.

Hoje, mais do que nunca, a lição para quem atua em PR, aliás, para qualquer área de comunicação, é levantar essa lebre naquela reunião em que surgir uma bela ideia de colocar o tema social na próxima campanha do cliente (infelizmente no calor das grandes ideias as perguntas difíceis ficam de fora). Are you walking the talk? Se não estiver, melhor voltar uma casa, voltar para dentro e começar em silêncio, no seu próprio quintal, as grandes mudanças que o mundo está precisando. O resto é espuma, que pode até render prêmio, mas não necessariamente salvará sua reputação. Pior: pode jogá-la na lama…

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Além do like

    O papel estratégico da área jurídica na relação entre marcas e influenciadores

  • A consciência é sua

    A consciência é sua

    Como anda o pacto que as maiores agências do País firmaram para aumentar a contratação de profissionais negros e criar ambientes corporativos mais inclusivos?