Web3, IA, metaverso… assustam você? Desencana, é tudo humano
Todas as discussões em torno desses temas apontam mais sintonias que desconexões entre humanização e a tecnologia
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Todas, absolutamente todas as palestras que assisti sobre esses assuntos começam por derrubar essa desconexão entre a tecnologia e o humano.
Se estamos falando de marcas, a primeira pergunta que se faz é: qual o propósito da sua? O que faz sua empresa acordar (ou permanecer acordada) e trabalhar? Quando você sabe essas respostas, construir seu percurso na Web 3 e no metaverso vai ficar mais fácil. Principalmente se você souber usar sensivelmente o que a Inteligência Artificial pode oferecer.
Mas antes de falar de marca, vamos falar de pessoas. Por quê a Web 3 está sendo tão aguardada? Porque todos nós queremos ter liberdade para navegar sem ser rastreados. A Web 3 descentraliza o poder que hoje está nas mãos de alguns grupos e nos permite acessar livremente os conteúdos que queremos. Vou dar um exemplo comparativo que vi aqui na palestra do fantástico James Vincent, que foi consultor de Steve Jobs. Lembra quando lançaram o iPod e você pode acessar milhares de músicas em um único device? Esta ruptura com todo um mercado estabelecido está para acontecer com a tal da web da terceira geração.
E o metaverso? Bem, responde pra mim: você consegue ser no mundo real o que sempre sonhou? Se você parou para pensar antes de responder, veja estes números compartilhados pela R/GA. 68% das pessoas entrevistadas disseram que o avatar delas expressa um lado que é impossível representar no mundo físico; 65% dizem que o avatar é a extensão da sua personalidade. Vou além, estar no metaverso traz para 78% das pessoas a sensação de pertencer a uma comunidade e 50% se sente mais confiante ao participar do mundo virtual. Essa liberdade de ser quem você quer ser e se expressar da sua melhor forma é o que move essa geração.
Agora vamos falar da Inteligência Artificial. Ela já está nas nossas vidas, nos suportando em nossas tomadas de decisões e participando de tudo (mesmo quando não queremos). Então, não conseguimos mais viver sem ela. Mas o ponto importante: ela também não pode viver sem nós. Muitos tem medo de perder o emprego para o “sistema”. Na palestra “In the fight between AI & Creativity why not back both?”, Alex Collmer, CEO da Vidmob, foi explicito: quem vai perder o emprego para a Inteligência Artificial é quem não souber lidar com ela. Forte, né? Mas absolutamente verdadeiro. Os dados são um fato. Mas o que você criativamente faz com eles é o que pode fazer toda a diferença no seu futuro.
Mas e as marcas? Bem… costumo dizer que precisamos parar de ‘objetificar” as marcas. Elas são humanas. Volto ao ponto da abertura desse texto? O que motiva a sua marca a acordar ou permanecer acordada para oferecer o que ela tem de melhor? Então, use a AI a favor dela, lide com as informações como uma fonte de inspiração e, não, como um decreto lógico a ser aplicado sem qualquer interação. Use a liberdade que a Web 3 vai trazer para todos para ser um ponto de referência relacional. Sabe o que o AirBnB faz? Nos mostra o mundo, nos dá a possibilidade de interagir com todos e exclusivamente com os donos das locações? Então… este senso de comunidade vai fazer diferença nessa nova fase descentralizada. E o tal do metaverso? Um dos exemplos de apropriação que vi aqui e me fez pensar em muitas possibilidades foi o da Samsung. Ela entrou num ambiente do metaverso como um herói, um personagem, em que sua pele é feita do “material” da nova tela do celular Samsung. Isso ofereceu inúmeros poderes e conexões para todos os que faziam parte desse mundo virtual.
O Web Summit não decreta o fim de nada. Apenas aponta novos percursos que a tecnologia traz para as marcas e governos. Porque esta associado a evolução e ao desejo humano. Ao seu desejo. E ao meu.
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