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Opinião

X: um ano do pior rebranding da história

O grande trunfo do Twitter era o imediatismo, mas aí veio a mudança e algoritmo hoje te entrega conteúdo aleatório, que você pode achar interessante, mas que não necessariamente é novo


29 de agosto de 2024 - 14h00

Esse não é um texto para falar sobre como o Twitter era a melhor rede social do mundo antes do Elon Musk, porque não era. O Twitter sempre teve uma toxicidade inerente dentro de si. Esse também não é um texto para falar sobre ideologia política, nem sobre como o Elon Musk é um imbecil, porque eu não vou te convencer a mudar de ideologia e as imbecilidades do bilionário falam por si.

Esse é um texto para falar sobre como alguém transformou uma rede social funcional em um fórum de pornografia e teorias da conspiração. Eu confesso que ainda uso o Twitter, mesmo não conseguindo chamar de X (alguém consegue?). Isso por um simples motivo: é lá onde eu encontro memes engraçados em primeira mão. Só por isso.

A grande questão é que eu usava o Twitter para ter outras coisas em primeira mão, como o posicionamento de líderes políticos, empresários, celebridades, empresas, e, por fim, memes. O grande trunfo do Twitter, que nenhuma outra rede social conseguiu copiar, era exatamente o imediatismo. Tudo saia primeiro por lá.

Mas aí veio a mudança e ela foi além do nome. Não vou nem argumentar sobre a péssima escolha da letra X no lugar do já posicionado Twitter, porque é senso comum o tamanho do erro. Mas além disso, se mudou uma cultura. O algoritmo do Twitter hoje te entrega conteúdo aleatório, que você pode achar interessante, mas que não necessariamente é novo. Esse é o default, o padrão da rede.

Isso significa que o único trunfo que a rede social tinha acabou. Mas calma que piora. Hoje, em qualquer post que você clica para ver comentários, uma prática comum de quem usava a rede, o que se encontra não é uma discussão, um insight ou uma boa sacada, mas sim anúncios. E na sua maioria, anúncios de sites pornôs.

Desse modo, cada vez mais pessoas sérias saem do Twitter, que hoje é uma terra de ninguém povoada por bots, e entram no LinkedIn, a opção mais viável para esse tipo de debate qualitativo. O mesmo acontece com os anunciantes, que deixaram a rede social a Deus dará. Por isso, a saída do escritório deles no Brasil, um dos maiores mercados globais da rede, tem um impacto apenas simbólico. O Twitter já acabou. O LinkedIn agradece.

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