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As prioridades da Elo para 2022
CEO da empresa, Giancarlo Greco destaca investimentos em inovação, marketing e pessoas
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CEO da empresa, Giancarlo Greco destaca investimentos em inovação, marketing e pessoas
Com experiência em tecnologia e uma sólida trajetória em organizações do setor financeiro e meios de pagamento, Giancarlo Greco assumiu como CEO da Elo em maio de 2021. Nesta entrevista, Greco conta sobre os aprendizados na empresa brasileira. O executivo comenta também sobre a priorização dos investimentos em pessoas e marketing para o ano de 2022, além de detalhar os próximos passos inovadores da companhia, que incluem o lançamento de um marketplace, de uma plataforma de monetização de dados, e produtos focados nas oportunidades trazidas pelo open banking.
Você assumiu a liderança da Elo na pandemia. Quais são os aprendizados desses primeiros seis meses?
Giancarlo Greco – Entrar em uma empresa sempre gera dúvidas sobre o time, a cultura, as mudanças que precisam ser feitas e como estão os números, por exemplo. Embora eu conhecesse muita gente na Elo, tive uma surpresa fenomenal. Inicialmente, em relação ao clima e a cultura, porque, diferentemente de outras companhias em que trabalhei, minha dúvida não era o que mudar e sim como preservar o que existe. Aqui as pessoas se sentem responsáveis pelo caminho que a empresa está trilhando e o discutem em um tom colaborativo, o que ajuda, sem dúvida. Realmente é uma cultura única com um senso de engajamento que não é comum. Soma-se a isso o fato de a marca, que foi criada em um período curto, ser muito forte. Posso dizer que hoje o maior item deste balanço de seis meses é que a Elo está mais do que pronta na plataforma de lançamento para mudar de patamar e se tornar uma empresa mais transparente e independente.
Esse engajamento tem também relação com a metodologia ágil, que estimula a participação em todos os níveis, certo?
Giancarlo Greco – Sem dúvida. O modelo ágil traz uma metodologia para encontrar, por meio de toda a expertise que existe na empresa, o que gera mais valor para o cliente ou parceiro. E aí, realmente, há fóruns de muita discussão para que se chegue a um alinhamento do que cria esse valor. Elo tem o tamanho de uma grande corporação, mas ela ainda age como uma startup com fome de bola. E eu acredito que esse é o mundo ideal, só precisamos ter a noção de que podemos. Porque, muitas vezes, existe o complexo “ah, sou uma empresa regional…” Sim, somos uma companhia local, mas parruda, e que incomoda os grandes.
O mercado de pagamentos está passando por uma transformação. Como a Elo está se preparando para essas mudanças, especialmente para a chegada do open banking?
Giancarlo Greco – Realmente o mercado está mudando, o que traz uma série de desafios, como a forma que o produto é vendido, usado, e a captura da transação, por exemplo. A Elo vem se posicionando muto bem, sendo, inclusive, precursora em movimentos como no caso do QR Code. A nossa maior vantagem frente às concorrentes é que não há uma plataforma amarrada à matriz que depende de priorização global. Isso nos dá agilidade e flexibilidade, mas precisamos caminhar em outras avenidas de crescimento e muitas delas em função do open banking. Temos feito investimentos em conhecer comportamentos até em alguns mercados que estão mais avançados. Estamos nos preparando cada vez mais. Hoje, temos uma plataforma que chamamos de pagamentos digitais e que proporciona rapidez para plugar novas ferramentas ou processos. Não sabemos exatamente como tudo será, mas acreditamos em uma grande revolução positiva. Por isso, queremos dominar várias etapas dessa cadeia open finance que irá proporcionar muita oportunidade.
Vocês pretendem investir em aquisições?
Giancarlo Greco – Estamos montando o que eu chamo de esteira de parcerias para nos dar a flexibilidade de realizar o que faz mais sentido para Elo. Pode ser uma parceria comercial pura e simples ou um pequeno investimento em uma empresa. É um modelo novo que estamos finalizando. Temos um time de inovação muito ativo, mas precisamos aumentar o nosso banco de dados de possíveis parcerias com startups, por exemplo, porque hoje é muito difícil sentar com um cliente e a conversa ficar no básico, no trivial. Não precisamos pensar em tudo, mas temos de ter um grupo que ajuda a conectar as diferentes soluções.
Você veio da Accenture, que é uma empresa voltada para tecnologia. Como isso ajuda no dia a dia da Elo?
Giancarlo Greco – O componente que mais me impactou e que eu busco trazer para a Elo é a coragem de tentar. O que se aprende em uma empresa de tecnologia é isso: não ter medo de errar. A Elo pode caminhar por avenidas que ela ainda não conhece porque é uma empresa muito boa no seu negócio principal. Mas, se daqui a cinco anos ainda estivermos amarrados ao nosso core, vou ficar muito frustrado, porque eu quero que andemos por outros caminhos e, para isso, não podemos ter medo de tentar.
Em quais avenidas a Elo está caminhando no curto prazo?
Giancarlo Greco – Estamos pilotando um marketplace Elo juntamente com um dos nossos emissores acionistas e que será lançado em breve. Também trabalhamos em uma plataforma de monetização de dados. Outra vertente é a de consultoria, que já tínhamos e daremos mais força. Temos ainda várias ambições com o open banking, como ser provedor de plataformas e barramentos de API. Estamos nos preparando e dando os famosos baby steps.
Neste ano, a Elo investiu em marketing com o lançamento de campanhas que reforçam a sua imagem de autenticidade. O que podemos esperar em termos de posicionamento de marca para 2022?
Giancarlo Greco – Temos duas grandes áreas de investimento no ano que vem. Uma delas é a de pessoas, já que prevemos um grande crescimento e precisamos nos preparar para isso. O objetivo é aumentar o time e capacitar ainda mais quem já está aqui. A outra é intensificar ainda mais o investimento em marca porque seremos uma empresa listada – da forma como estamos indo – no mercado internacional. A ideia é manter a maneira como a marca foi construída com foco no entretenimento, na cultura, no turismo, no esporte e com, mais do que nunca, destaque para o Brasil. Além de ter trabalhado muitos anos em marketing, eu sou um grande apaixonado pela área e posso te dizer que não há o que mudar, mas sim intensificar. É como a cultura da Elo: é preciso preservar e aumentar.
*Crédito da imagem do topo: shutterstock
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