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Cultura nas agências: uma história que precisa ser contada e recontada

Gabriela Rodrigues, head de cultura e impacto da Soko, e Eduardo Zanelato, diretor executivo de operações da Mutato, discorreram sobre a importância da cultura e do impacto nas agências


18 de novembro de 2021 - 19h01

Gabriela Rodrigues, head de cultura e impacto da Soko, e Eduardo Zanelato, diretor executivo de operações da Mutato, conversaram sobre a cultura das agências (crédito: Gustavo Scatena/Imagem Paulista)

Nos últimos anos, as agências e holdings de comunicação em todo o mundo começaram a criar cargos, áreas, comitês e lideranças focadas na questão da diversidade e da inclusão, com o objetivo de mudar a cultura dessas empresas, que por muitos anos não refletiu a diversidade da sociedade. Para falar sobre o assunto, Isabella Lessa, editora-assistente do Meio & Mensagem, mediou uma conversa com Gabriela Rodrigues, head de cultura e impacto da Soko, e Eduardo Zanelato, diretor executivo de operações da Mutato.

Isabella começou o papo questionando os convidados sobre o porquê de as agências estarem fazendo esse movimento. Para Gabriela, essa mudança vem acontecendo justamente porque a sociedade está vivendo momentos de urgência, que pedem grandes inovações. Zanelato, concordou com a head de cultura e impacto da Soko e reforçou que esse é um desafio do trabalho atual. “É preciso que tenhamos mais e mais pessoas pensando nas experiências de trabalho”, complementou.

Mas mudar a cultura de uma empresa não é uma tarefa fácil e, para isso, é preciso de processos. Mas quais são os passos para criar processos que funcionem? Na opinião de Gabriella, o primeiro passo é a intencionalidade, ou seja, a cultura de uma empresa não será como deve ser sem que haja uma intenção por trás. “Além de intencionalidade, daria uma segunda resposta que é a coletividade. A minha agência trabalha com marcas, produtoras, é uma cadeia muito grande. Se nos mantivermos somente na nossa casa, não mudamos nada”, ressaltou a head da Soko. A profissional ainda enfatizou que não existe receita do sucesso, mas que é preciso dividir os processos com os clientes. “Estruturamos muito o pensamento dividindo os nossos sonhos e propósito com quem está em conexão com a gente”.  

Ao lado da intencionalidade, Zanelato, da Mutato, entende que também há a consistência e recorrência para criar processos que de fato funcionem em uma empresa. “Você tem que o tempo todo repetir essas coisas, senão elas não pegam. Precisamos mostrar isso com exemplos”, comentou. O diretor ainda enfatizou que é preciso trocar com os clientes, para entender como trabalhar com conjunto rumo à ambientes mais saudáveis. “Começamos a fazer muito benchmark com o RH dos nossos clientes”, revelou.

No meio da conversa, Isabella perguntou aos palestrantes de onde vinha a motivação para a mudança de cultura nas agências. Para Zanelato, essa motivação vem do entendimento do próprio momento da sociedade e do que está acontecendo no mundo. “Temos que tentar construir espaços mais diversos, mais saudáveis”.  Gabriela entende que esse movimento das marcas para mudar veio muito de uma pressão por parte das pessoas, que estão cada vez mais conectadas e que podem questionar a todo momento. “Assim como a pressão social, tem outra resposta possível: as marcas estão entendendo que dá mais retorno”. 

Com a pandemia, as pessoas estão redescobrindo o modo de trabalhar e, com isso, surgem novos desafios de cultura dentro das empresas. “O maior desafio que temos hoje é: quando éramos pequenos, não precisamos estruturar a história, porque ela funcionava no boca a boca, e quando crescemos a história se perdeu. Cultura pra mim é uma história que precisa ser contada e recontada”, afirmou Gabriela. A Mutato, por outro lado, trabalhava de forma presencial e com um modelo de hubs antes da pandemia, que a agora está sendo remodelado. “Devolvemos o escritório na pandemia e agora em 2022 devemos ir para um modelo híbrido. Estamos nesse movimento de renascimento. Estamos reescrevendo alguns pactos, fizemos uma revisão da nossa visão criativa”, explicou o diretor executivo de operações. Ele ainda reforçou que nesse momento é preciso dar espaço para as pessoas se colarem e ter espaço para ouví-las.

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