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VOD no Brasil: competição e originalidade

Danilo Campos, head de marketing da Star+ e The Walt Disney Company Brasil e Francisco Clemente líder de media & sports da KPMG Brasil falam sobre o cenário do streaming no País


18 de novembro de 2021 - 13h58

Danilo Campos, da Disney, e Francisco Clemente, da KPMG, analisam os desafios de expansão do segmento de streaming no Brasil (Crédito: Gustavo Scatena)

Segundo uma pesquisa da KPMG, que ouviu 1012 consumidores brasileiros sobre o setor de streaming, 86% dos respondentes têm acesso a algum serviço de vídeos sob demanda. As ofertas estão cada vez mais pulverizadas e com mais opções para todos os gostos. Por isso, para as empresas é importante se manter competitiva no cenário de consumo. Danilo Campos, head de marketing da Star+ e The Walt Disney Company Brasil e Francisco Clemente, líder de media & sports da KPMG Brasil, comentaram no palco do Proxxima, na trilha Streaming e Connected TV, sobre o estado do VOD no Brasil e a competividade no País.

No mesmo estudo da KPMG os respondentes citaram 75 respostas diferentes a respeito de quais plataformas de streaming consomem, o que mostra como o segmento abrange vários nichos. Apesar de ser um mercado que já apresenta um cenário animador, ainda há espaço para crescer, principalmente com a consolidação de um sistema de internet mais rápido e mais abrangente, que é capaz de chegar até pessoas que ainda não têm esse acesso.

Danilo Campos, da Disney, conta que a previsão é que o mercado deva atingir a marca de 1.6 bilhão de assinantes nos próximos anos. Por isso, é importante se manter competitivo no cenário.

E para isso, um dos fatores determinantes é entender o que o assinante busca. “O consumidor falou: eu preciso de conteúdo, de séries originais. É importante ser uma plataforma que cria, que serve para o seu cliente. Algo que venha com agilidade e frequência” comentou Francisco Clemente, da KPMG. Danilo completou dizendo que os dois streamings do Grupo Disney (Disney+ e Star+) competem não só com as outras 75 plataformas e meios de entretenimento do público, mas também com o sono e a falta de tempo das pessoas. “A estratégia da Disney passa por criar conteúdos que despertem esse desejo nas pessoas, procurar construir narrativas”, complementa afirmando que atualmente as plataformas do grupo estão com mais de 130 produções originais em andamento na América Latina.

Outro ponto que faz parte da estratégia de captação de atenção é voltada para o ambiente esportivo. As plataformas têm investido cada vez mais nesse tipo de transmissão. E assim com a Warner, por meio da HBO Max, o Star+ surgiu no Brasil com a proposta de transmissão esportiva. Esse movimento cria oportunidade de as pessoas conseguirem acompanhar outros esportes, democratizando esse acesso. Para Francisco, da KPMG, a infraestrutura da transmissão do esporte em sistemas on demand vai passar pela internet rápida e isso será determinante na captura de novos consumidores. O executivo completa dizendo que não dá para enxergar essa modalidade de transmissão, sem pensar no futebol, carro chefe do conteúdo esportivo no Brasil. “A transformação do mundo do futebol no Brasil vai passar pela maneira que os clubes buscam fazer os seus negócios dentro de transmissão. A negociação coletiva em uma liga econômica será mais explorada”, avalia.

Na Disney, esse pilar é parte concreta da estratégia do player, que tem como objetivo levar uma programação para toda a família. A marca entende que, na TV – um dos canais fortes do grupo contando com programação na ESPN e Fox Sports – a lógica linear acaba limitando as entregas de produtos adquiridos pelo player, o streaming também facilita essa questão. “Hoje o streaming permite que a gente consiga entregar mais opções de jogo, garantir toda a compra de direitos que a gente tem”, revela Danilo.

Por fim, os dois palestrantes entendem que o sistema de consumo de conteúdo e como as marcas chegam ao público está mudando e o avanço da tecnologia irá favorecer essa entrega e consolidação. Para ambos, é importante explorar da melhor forma as inovações que as empresas entregam.

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