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Descentralização do poder decisório, que passa das marcas para o consumidor, a Web3 e o adensamento do metaverso lideram as expectativas da junção entre os universos físico e digital
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Descentralização do poder decisório, que passa das marcas para o consumidor, a Web3 e o adensamento do metaverso lideram as expectativas da junção entre os universos físico e digital
A descentralização dos entes digitais, com o poder diluído nas mãos do usuário, talvez seja a tendência mais forte prevista para acontecer no ambiente virtual. E isso deve acontecer na conjunção de tecnologias e chegada à Web3, que é próxima versão da web. Para que isso ocorra, correm em paralelo o desenvolvimento do metaverso, da inteligência artificial (IA), dos ativos digitais, personificados pelos tokens não fungíveis (NFTs), e do blockchain. A nova fase da web e a ampliação das legislações de privacidade farão com que os consumidores, que são produtores de conteúdo (e de dados) para as plataformas e marcas, basicamente, decidam mais e com maior precisão o que desejam consumir. O que gera a descentralização das decisões no digital em diversos níveis. O nome técnico desse movimento é organização autônoma descentralizada (DAO), que vem a ser a estrutura de governança corporativa construída em torno da tecnologia blockchain. Associada ao metaverso, ao mercado de NFTs e à IA, a DAO faz parte da construção da nova internet, ou Web3.
Por ora, exceto pelos NFTs e pela IA, metaverso, Web3 e DAO estão mais no universo do desejado do que da realidade. Estão em desenvolvimento e muitas marcas e players digitais estão envolvidos no processo. A aplicação prática desses conceitos pode parecer difusa. Mas a descentralização é o ponto central que atravessa todos, aponta a cofundadora da Rito.CC e da Unlock Capital, Catarina Papa: “Todas as minhas ações e decisões estratégicas podem vir a ser descentralizadas.”
Ainda que essa ideia possa parecer nova, o estrategista digital sênior da CI&T, Marcelo Marciano, garante que a essência desse conceito é bastante conhecida. “Temos a sensação de que é preciso correr muito rápido para chegar lá. Vale dizer que, quando falamos de centralização, há o elemento da distribuição”, aponta. Essa distribuição já começava a ser traçada, há vinte anos, quando as pessoas começaram a acessar a possibilidade de salvar e fazer uploads de suas fotos, por exemplo, e assim oferecerem conteúdo online a partir de diferentes pontos. “Muito conteúdo já vem da ponta e vai para esse canal centralizado, que ajuda a levar a algum nível de escala”, explica o estrategista da CI&T. Por canal centralizado, o executivo aponta o papel das big techs, por exemplo, que se beneficiam em seus jardins murados do conteúdo desenvolvido pelos usuários.
Momento de Transição
Ao olhar para os desafios dessa entrada num mundo descentralizado, Marciano destaca que é preciso rever os parâmetros de sucesso de uma ação nesse momento de transição. “Não estamos falando de uma nova internet. A Web3, enquanto conceito, é uma nova economia”, aponta. Atualmente, diz, não é possível buscar métricas como ROI, por exemplo, e sim olhar para o real objetivo dessa mudança. “Descentralização, em alguma medida, é empoderamento”, garante. O estrategista também destaca o papel central da representatividade na construção da Web3. “Se não tenho uma cultura diversa, não vou conseguir dialogar bem com essa multiplicidade”, argumenta.
Mas, há ressalvas quanto à segurança. “A grande mudança é começar a pensar essas leis na primeira pessoa”, afirma Catarina. Nesse sentido, o estrategista da CI&T defende que as grandes empresas de tecnologia, apesar de suas falhas, já construíram reputação, enquanto as organizações nativas precisarão passar por esse processo para se consolidar. “A prova de fogo das DAOS é, de alguma maneira, assegurar conceitos básicos. As pessoas precisam confiar nessas DAOS”, diz. E alerta para o perigo da inovação pela inovação: “O risco é criar algo sem pensar na dor de alguém, sem conseguir se conectar com o problema de um grupo.”
Um dos elementos importantes desse desenvolvimento são os NFTs. Um dos maiores erros que as marcas podem cometer é querer trabalhar com a tecnologia apenas pela popularidade da novidade, sem pensar em longevidade, criação da comunidade e contato com o mercado secundário, diz a CEO da InspireIP, Caroline Nunes. Apesar da Inspire não ter criado plataforma de NFT para trabalhar com as empresas, começou a ser procurada pelas marcas que querem entrar nessa tecnologia, afirma Caroline. A marca que consegue criar experiências com NFTs e metaverso, aponta, tem a possibilidade de criar acervo digital e se conectar aos clientes de uma forma que não era viável antigamente. “Tem marcas gigantes que já fizeram campanhas com NFT. Fizemos com o SBT que deu repercussão gigantesca. Chamo isso de marketing inteligente, pois não usamos nada de tráfego pago e a ação gerou retorno de mídia espontânea de R$ 10 milhões”, revela. Caroline explica que a tecnologia pode ser usada de diversas formas. Seja vinculada à venda de ingressos, lucrando quando são repassados depois da compra para terceiros, seja em cupons de descontos, que poderiam ser vendidos quando não forem aproveitados pelos clientes, também gerando lucro.
A tecnologia de NFT existe desde meados de 2015, mas foi a forma de atrelálos à arte e a diferentes tipos de contratos que popularizou e chamou a atenção sobre o tema agora, diz a fundadora da Eve, Livia Elektra. Ela mesma vincula sua arte aos NFTs, com a estratégia de escassez, apesar do modelo de colecionáveis estar bem popular. A artista explica que, como fotógrafa, muitas vezes tinha dificuldade de encontrar clientes que aceitavam pagar R$ 4 mil por um ensaio fotográfico. Porém, agora, tem clientes ao redor de todo o mundo que pagam até mesmo US$ 22 mil por uma foto. Apesar de trabalhar com a tecnologia há apenas um ano e quatro meses, já teve oportunidades que nunca havia sonhado, como expor uma de suas fotos na Time Square, em Nova York. “Vi a minha arte sendo valorizada de uma forma que nunca vi na vida real. Acho que foi isso que fez o NFT crescer tanto”, acredita.
A outra ponta que forma esse novo universo que começa a ser desenhado é estruturada sobre as redes móveis de quinta geração e do multiverso. “A evolução da conectividade é uma grande habilitadora de toda a transformação digital. Com novas tecnologias, se habilitam novas aplicações”, afirma o diretor de marketing da Claro, Márcio Carvalho. A tecnologia 5G possibilita três coisas principais, diz: entrega mais capacidade e velocidade, diminui a latência e cria densidade de dispositivos e sensores que se conectam. “Tudo vai estar interligado, o que vai gerar dados para diversos campos da sociedade”. Entre as novas aplicações que serão habilitadas ou beneficiadas pelo 5G, Carvalho cita algumas. A primeira é o cloud game, que possibilita que as pessoas joguem jogos pesados em qualquer lugar, por meio da nuvem. A segunda é o fortalecimento do metaverso e ambientes virtuais ou híbridos. A terceira são as cidades inteligentes, com drones tripulados, gestão de trânsito e energia. Segundo o diretor, o 5G também fomentará a telemedicina. “Imagina ter acesso a melhores e mais capacitados médicos de todo o mundo e esse médico poder fazer uma cirurgia a distância?”, exemplifica.
Com a evolução do 4G para o 5G puro, ou seja, aquele que não está vinculado ao 4G, o mundo físico ficará cada vez mais digital e o digital emulará o físico. “Tudo isso viabilizará um mundo virtual muito parecido com o que temos no dia a dia, desde criptomoedas, Web3, os ativos digitais. Tudo isso suportado por uma cadeia de blockchain para garantir segura nça e autenticidade. Todas essas tecnologias juntas possibilitarão uma mudança muito grande na forma como nos relacionamos, trabalhamos e aprendemos. O céu não é mais o limite”, garante.
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