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Plataforma Player1, do Grupo Globo, quer popularizar a competição de jogos eletrônicos no país e, por tabela, incentivar o surgimento de talentos


14 de outubro de 2019 - 10h06

É comum ouvirmos que boa parte da popularidade do futebol deve-se à facilidade com que se pode jogá-lo em qualquer lugar. Numa deliciosa crônica publicada nos anos 80, o escritor Luís Fernando Verissimo lembra, de modo bem-humorado, que basta “qualquer coisa remotamente esférica”, como “uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do seu irmão menor” para iniciar uma partida de futebol de rua. Da mesma forma, muitos atribuem o surgimento de estrelas como Garrincha e Pelé aos campinhos de várzea, onde deram seus primeiros chutes. A dinâmica de outras modalidades segue o mesmo roteiro. É, por exemplo, cada vez mais fácil encontrar locais para andar de skate.

Landing page da Player1, plataforma integrada ao Globo ID, que permite a inscrição de jogadores em diferentes torneios e disputas online

Não é mera coincidência, portanto, que uma talentosa geração de skatistas vem colocando o Brasil no topo dos campeonatos mundiais. Tudo isso leva a uma conclusão inevitável: os talentos têm mais condições de florescer, quando o ambiente ajuda. Agora, chegou a vez dos eSports ganharem esse impulso, e não se trata apenas de um “empurrãozinho”. Neste contexto, um dos objetivos do Grupo Globo, ao investir nesse ecossistema, é fomentar um ambiente que permita o desenvolvimento de novos talentos dos jogos eletrônicos. Os elos que integram esse ecossistema reforçam o consumidor gamer no centro, conectado à verticais de negócios que partem dos desejos e dores deste consumidor: novas formas de competir, novos campeonatos, eventos e contatos com ídolos.

Cada uma destas verticais reflete as possibilidades de produtos, projetos e formatos a serem desenvolvidos no contexto dos eSports e seus principais aspectos. “Nosso foco é conhecer e crescer a base de gamers”, afirma Leandro Valentim, head de novos negócios da Unidade de Esportes do Grupo Globo. “Queremos dar acesso rápido e fácil para que mais jogadores se interessem por competições”, acrescenta. Para tanto, o grupo desenvolve, desde 2016, todo um ecossistema de eSports que abrange de premiações, como o Prêmio eSports Brasil, a eventos de experiência, como a Game XP, e a organização de campeonatos, como o CBCS e o Blast Pro Series SP, além da parceria com desenvolvedores como RIOT e Ubisoft.

“As grandes novidades para 2020 são as propostas integradas com os publishers”, afirma Leandro Valentim. “Junto com os publishers, podemos desenvolver um material mais rico para atender aos objetivos das marcas, com soluções integradas com o ecossistema e os conteúdos”, diz. Outro é o alcance de cada estratégia. “Potencializamos tudo isso, levando os projetos para o mainstream, por meio das nossas plataformas de conteúdo”, acrescenta. Com base na premissa de popularizar os eSports, a peça chave do grupo é a plataforma Player1, cuja versão Beta já está no ar. Conceitualmente, trata-se de uma ferramenta “matchmarking”, isto é, que permite aos usuários encontrar parceiros para formar times ou disputar uma partida, e participar de torneios e campeonatos online, acumulando pontos de ranking e moeda virtual da Player1. A plataforma foi pensada para atender aos níveis de jogadores abaixo dos profissionais; ao amador, que apenas se diverte, mas quer sempre evoluir; e aos que já levam a competição mais a sério, com dedicação e objetivo de um dia ser um pro-player.”

Universo em expansão

Um dos resultados da parceria entre Ubisoft e Grupo Globo incluiu o hit “Só Depois do Carnaval”, da cantora Lexa, no Just Dance 2020; na foto, Lexa se apresenta durante a Game XP deste ano

O grande desafio das marcas, no que diz respeito a dialogar com o ecossistema de eSports, é a abordagem. Os formatos tradicionais de marketing oferecem vários tipos de estratégias, mas têm um limite. Uma das opções mais promissoras tem sido a aliança entre desenvolvedores de jogos (os publishers) e grupos de comunicação. Um exemplo local é a parceria entre o Grupo Globo e a francesa Ubisoft, na qualificação de jogos como Assassin’s Creed, Rainbow Six Siege e Just Dance. Neste ano, por exemplo, Globo e Ubisoft se uniram para criar o primeiro reality show transmitido pelos canais SporTV, o “Looking for a Caster”. Em julho, fecharam uma nova parceria para incluir o hit “Só Depois do Carnaval”, da cantora Lexa, no game Just Dance. Numa estratégia articulada de promoção do acordo, Lexa, que é representada pela Som Livre, apresentou a coreografia de sua música na Game XP. Por último, em agosto, o Grupo Globo adquiriu os direitos de licenciamento do jogo Just Dance para produtos de consumo em várias áreas. Para Leandro Valentim, a parceria com a Ubisoft demonstra as sinergias que podem ser obtidas com a união do grupo com a indústria de jogos eletrônicos. “É um exemplo perfeito de como o grupo pode trabalhar de mãos dadas com um publisher, amplificando a presença dele no mainstream, ao mesmo tempo em que nos aproximamos da comunidade gamer”, afirma. “O grupo nos traz aceleração do crescimento, capilaridade e força comercial”, explica Bertrand Chaverot, diretor-geral da Ubisoft no Brasil. Segundo o executivo, muita coisa ainda pode ser explorada com o novo parceiro, como o mercado de games mobile, e a diversificação do público gamer, hoje muito concentrado em homens com idade entre 14 e 35 anos. “A Globo nos ajudará a atingir o nosso target de modo mais eficiente”, diz Chaverot lembrando que a Ubisoft conta com essa parceria, também, para desenvolver novos formatos. Um deles é a venda de campeonatos e eventos locais.

Fase dos dados

Por trás de todo esse trabalho, há também muita inteligência de dados, capaz de facilitar a vida das marcas que desejam se comunicar com o público jovem. A Player1 será integrada ao Globo ID, a base de cadastros unificada do Grupo Globo, incluindo Globoplay, G1, globoesporte.com e Cartola FC. Assim, através do big-data, quando o usuário se conectar à Player1, será possível acompanhar seu comportamento em outras situações, conhecendo mais sobre seus gostos, preferências e hábitos. Para isso, o grupo terá como principal aliado a gigante europeia MediaPro, que também vem fazendo consistentes investimentos em eSports, como a gestora de ligas e campeonatos LVP e o OTT gamer Ubeat. A tecnologia de análise de dados dos espanhóis foi incorporada ao Player1. “A proposta de geração de valor do Player1 virá do conhecimento dos consumidores, e a plataforma coletará muita informação,” afirma Jordi Soler Cantalosella, head da área digital da MediaPro.

“A partir desse conhecimento, podemos gerar melhores soluções, tanto para os consumidores, quanto para as marcas”, explica Valentim. Como? Um exemplo são os “branded tournaments”, os torneios patrocinados, um dos formatos que o Grupo Globo vai oferecer aos parceiros. “É uma oportunidade para as marcas se conectarem com esse universo”, diz o executivo. Nesse jogo de ganha-ganha, os gamers contarão com um ambiente estimulante para desenvolver seus talentos, e as marcas, com um lugar privilegiado nesse gramado virtual. Já se imaginou dizendo que você viu o Pelé dos eSports surgir num torneio patrocinado por sua marca?

Orgulho de ser gamer

Idealizado pelo AfroReggae, o projeto AfroGames conta com a parceria do e-SporTV e se propõe a dar formação técnica para moradores de Vigário Geral, no Rio de Janeiro

Ao estimular a adesão dos jovens à nova plataforma, o Grupo Globo pretende promover uma mudança profunda na forma como os gamers se veem e são vistos no Brasil. “Queremos trabalhar o orgulho de ser gamer”, afirma Valentim. “No passado, tinham que se esconder, eram tachados de nerds, infantis, agora queremos que sejam vistos de modo positivo, como os campeões de suas escolas, suas universidades”, completa. É por isso que a estratégia do grupo para popularizar os eSports passa, também, pela organização de campeonatos amadores, como JEE (Jogos Escolares Eletrônicos) e TUES (Torneio Universitário de eSports), e pela inclusão digital, apoiando projetos como o AfroGames, que forma jogadores de LoL e programadores de games. “Queremos estruturar, acelerar, desmistificar e quebrar preconceitos nos jogos eletrônicos”, diz Valentim.

O ecossistema de eSports do Grupo Globo tem o objetivo de ampliar as opções para jogadores e marcas:

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