A chegada do 5G: o que muda para as healthtechs
Além da transformação na telemedicina, a chegada do 5G no País será essencial para a obtenção de diagnósticos mais rápidos
A chegada do 5G: o que muda para as healthtechs
BuscarAlém da transformação na telemedicina, a chegada do 5G no País será essencial para a obtenção de diagnósticos mais rápidos
Amanda Schnaider
14 de setembro de 2022 - 6h01
O número de healthtechs, ou seja, startups voltadas para o setor da saúde, aumentou 16,11% entre 2019 e 2022 no Brasil. Esse dado é fruto do levantamento “Evolução das startups no setor de saúde”, realizado pela Liga Ventures, em parceria com a PwC Brasil, que mapeoum 596 startups de 35 categorias, como oncologia, nutrição, bem-estar físico e mental, planos e financiamento, autismo, inteligência de dados, seniortechs e saúde no trabalho.
Paralelamente ao crescimento das startups de saúde no Brasil veio a implementação do 5G no País. A liberação da quinta geração de telefonia móvel foi anunciada no dia 4 de julho e efetivada no dia 6 do mesmo mês. Já presente em algumas capitais brasileiras, o sinal 5G oferece uma velocidade de internet muito mais rápida, com mais estabilidade de conexão e maior velocidade de resposta, possibilitando, assim, novas experiências para os cidadãos do País.
Para Vinicius Miranda, CTO e sócio da healthtech Clude Saúde, uma das maiores vantagens da chegada do 5G no Brasil no curto prazo para o setor da saúde será a transformação da telemedicina. “Essa chegada permitirá um atendimento remoto com todos os aspectos de um atendimento presencial e isso por si só já revira totalmente o cenário de infraestrutura para a área da saúde”, complementa.
Com uma velocidade de internet mais rápida e um tempo de resposta menor, haverá também menos oscilações da rede, o que representará menos risco de falha ou interrupção na conexão, algo que será essencial para cirurgias feitas à distância, exemplifica Alexandre Valverde, psiquiatra e CEO fundador da Auá Saúde, uma plataforma de auxílio de diagnóstico voltado para saúde mental.
A chegada do 5G: o que muda para as edtechs
“Mas ao mesmo tempo, para situações menos críticas, você tem, por conta dessa velocidade e dessa estabilidade, a possibilidade de trabalhar volumes de informação muito grandes”, complementa Valverde, citando como exemplo o uso da inteligência artificial para avaliação de grandes quantidades de dados, com os quais será possível reconhecer e fazer diagnósticos muito mais rapidamente do que os humanos. “Provavelmente a inteligência artificial vai funcionar como instrumento de suporte das decisões médicas, ao invés de substituir o colega”, enfatiza o psiquiatra.
Miranda, CTO da Clude, concorda com o CEO da Auá saúde, reforçando que alguns radiologistas chegam a estimar que será possível aumentar em até 10 vezes sua produtividade por meio do uso da inteligência artificial e que alguns exames que só poderiam ser analisados em um determinado laboratório, por meio da tecnologia 5G poderão ser compartilhados com outros especialistas de maneira remota. “Dessa forma, existe a possibilidade de ampliar o alcance de alguns exames numa escala global”, enfatiza.
A chegada do 5G: o que muda para as martechs
Além do aprimoramento da telemedicina e da possibilidade de ter diagnósticos mais rápidos, a chegada do 5G também possibilitará a consolidação da IoT ou internet das coisas, em português, em instrumentos relacionados a saúde e ao bem-estar do ser humano. “Estamos pensando nos instrumentos que podem ser usados no nosso cotidiano para potencializar as nossas capacidades, ou, ainda monitorar as questões difíceis das doenças, os sintomas que possamos vir a apresentar”, revela Alexandre Valverde, psiquiatra e CEO fundador da Auá Saúde, citando como exemplo os relógios inteligentes, os óculos inteligentes, as lentes de contato inteligentes, os sensores conectados à pele para reconhecer glicemia ou alterações do metabolismo.
Esta matéria pertence à série de Meio & Mensagem sobre 5G e startups. Confira a reportagem anterior sobre o impacto da tecnologia de quinta geração nas edtechs.
Compartilhe
Veja também
Canva: sete tendências de design para 2025
Relatório identifica sete tendências que mostram como será o trabalho e a criatividade no ano que vem.
O que falta para que a TV 3.0 seja implantada no Brasil?
Ecossistema encara desafios como custo e aquisição de novos receptores e sincronia entre redes das geradoras e retransmissoras