Opinião
O que vem depois desses tempos devastadores?
A geração Z tem uma luz no fim do túnel e ela começa com propósito
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7 de outubro de 2021 - 6h00
Há tempos que venho lendo sobre a importância de mudarmos a mentalidade individualista para uma existência comunitária e colaborativa que não é boa para apenas algumas pessoas – que ocupam o topo de privilégios da sociedade – mas que pode ser boa para o coletivo.
Ao longo da minha jornada profissional, tenho questionado e trazido cada vez mais consciência para o impacto das minhas ações no mundo. E tenho percebido que esse lugar tem sido cada vez menos solitário. Entre burnouts e muito pensamento crítico tenho observado mais pessoas se questionando sobre seus trabalhos.
Conforme a vida vai criando uma nova forma nesse momento da pandemia, um número recorde de pessoas está deixando seus empregos. Esse fenômeno foi chamado de ‘grande renúncia’. O termo é do professor de administração Anthony Klotz, da Texas A&M University, e é uma maneira de tentar explicar o movimento que tem levado milhares de trabalhadores nos Estados Unidos (desde março/2021) a reverem suas atuais posições no mercado de trabalho, avaliando perdas, ganhos e principalmente, propósitos.
Ampliando essa reflexão para os mais novos, vemos a geração Z com mais de 4 milhões de desempregados só aqui no Brasil. Para dar uma dimensão é como se olhássemos para 50 estádios do Maracanã lotados. Imagine agora a falta de perspectiva e sonhos abandonados pela ausência de oportunidades e mais que isso, qual será o impacto social e econômico no futuro?
Esses mesmos jovens querem encontrar um trabalho significativo, no caso deles mais que uma reflexão, é quase que um requisito ao se candidatarem para uma vaga. Nitidamente eles olharam os erros cometidos por Millenials e Boomers e aprenderam algumas lições sobre como não administrar o mundo.
Em um relatório da EY desse ano, 55% dos Gen Z disseram que esperavam encontrar “um trabalho significativo que contribua para o bem maior da sociedade e ajude a resolver os desafios globais até 2025”, aumentando para 82% até 2030.
Mas se olharmos friamente para o nosso momento presente há muito para ser feito. Para além dos problemas sociais e políticos, a comunicação tem um papel fundamental nessa transformação. Enquanto líderes de marcas e empresas, temos muito o que fazer do ponto de vista de decisões, propósito e mudanças estruturais, partindo da maneira como fazemos as engrenagens da indústria funcionar ao papel das redes sociais.
Sem romantismo e com os pés no chão eu quero acreditar que o futuro pode ser um lugar melhor e sei que isso só será possível com mais pessoas e instituições repensando em como podemos redefinir sucesso, questionando a maneira como trabalhamos, vivemos e agimos com pensamento mais centrado no coletivo.
Estamos em outubro, época do ano que começamos a fazer as estratégias e planejamentos para o ano seguinte, o que você pode começar a fazer diferente? O que experimentou esse ano que pode impactar o coletivo de maneira positiva, sem perder o foco de negócio e inovação? Se tivesse uma verba infinita para mudar o mundo, o que faria? O que você acabaria o ano de 2022 com orgulho de ter feito? O que você sonhava em ser quando era criança? Tem relação com o que você faz hoje?
A mudança do mundo começa individualmente e se amplifica para o coletivo. Talvez essas perguntas ajudem a buscar alternativas, se não por si e pelo coletivo, pela sobrevivência do seu negócio e retenção de talentos.
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