E se publishers vendessem notícias como um produto? Ups!

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Opinião

E se publishers vendessem notícias como um produto? Ups!

Para quem ficou surpreso ou até chocado com o raciocínio do Anderson, vamos lá.

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13 de setembro de 2022 - 6h00

(Créditos: Shutterstock)

Meu amigo e vizinho Anderson Thees, entre outras coisas e a mais recente, ex-head do Red Point eVentures no Brasil, anos atrás tomando café da manhã comigo aqui no bairro, comentou que conteúdos editoriais poderiam ser comercializados digitalmente com a mesma lógica do ecommerce. Comentei que era um pouco difícil isso, mas a conversa seguiu outro rumo e não evoluiu no tema. Intimamente, falei para o meu ego jornalístico – que não só é minha segunda pele, como também minha segunda alma – que isso de fato seria praticamente impossível de acontecer.

Caiu a ficha e mudei de opinião.

Para quem ficou surpreso ou até chocado com o raciocínio do Anderson, vamos lá.

Cada item de informação (notícias, análises, artigos personalizados, reportagens, enfim, todo o inventário editorial e seus inúmeros formatos de manifestação), são unidades de expressão e comunicação que podem ser organizados em diversificadas categorias e segmentos, destinados a inúmeros públicos igualmente diversificados, que as percebem e absorvem segundo suas pessoais e particulares preferências. Exatamente como qualquer produto.

No e-commerce, cada SKUs é tratado como um e único. É comunicado como um e único. É personalizado como um e único. É distribuído como um e único. E é, ao final, consumido como um e único.

Esse raciocínio de distribuição garante ao ecommerce uma assertividade e eficácia de adequação impressionantes. Tanto para o emissor quanto para o receptor, também figuras da comunicação que quem estudou semiótica sabe bem.

Alguns grandes players dessa indústria já perceberam isso e muitas das técnicas da cadeia de varejo e da comunicação digital estão sendo adotadas para também distribuir e comercializar unidades de informação.

Não se trata obviamente aqui de aviltar em nada a idoneidade e isenção editoriais dos meios de comunicação. Nem de longe. Um sistema e uma dinâmica assim essencialmente não prejudicam em nada esses bens imexíveis do bom jornalismo e do bom conteúdo editorial.

Trata-se de melhor se adaptar a um mundo cuja dinâmica de percepção, engajamento e adoção se transformou radicalmente e só assim para melhor atender aos anseios e necessidades de quem busca a satisfação de seus anseios hoje, sejam eles quais forem, no ambiente digital (produtos ou informação).

Aliás, todos os meios de comunicação que não entenderem isso estarão, atualmente e em verdade, desatendendo aos desejos e anseios de seus públicos e audiência. Porque não estarão sendo assertivos e acurados como poderiam.

No dia em que publishers em geral entenderem que essa pode ser a dinâmica de distribuição de seus conteúdos editoriais, estaremos entrando numa nova e melhor era das empresas do setor.

Não há nada de aviltante nisso. Trata-se de cidadania digital.

O Anderson estava certo.

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