Hotelaria 5.0 e NFTs: Quais as possibilidades?

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Renan Honorato
22 de dezembro de 2022 - 6h03

A integração de hotéis e pousadas no metaverso devem levar em consideração a experiência do usuário no mundo real (Crédito: Shutterstock)

O Solar do Imperador, localizado em Porto Seguro (BA), foi um dos primeiros na hotelaria brasileira a se aventurar nas possibilidades do metaverso e da digitalização. Para incentivar e buscar novos clientes a passarem as festas de final de ano no hotel, o Solar passou a vender diárias em tolkens não fungíveis (NFT).

A ideia do projeto é construir uma comunidade do hotel que possa oferecer projetos especiais com promoções e oportunidades para os clientes. A coleção de final de ano do Solar do Imperador garante aos compradores benefícios off-line com serviços individualizados. Por exemplo, na compra da NFT, o cliente tem direito a hospedagem no período, descontos vitalícios e mais duas viagens grátis para o Solar, dentre outros upgrades.

Ao ampliar horizontes com a inclusão dos tokens para as festas de Natal e Réveillon, o diretor de gestão e sócio do Solar do Imperador, Charbell Spinelli Tauil, diz que, dentre as dificuldades enfrentadas, estava a necessidade de pensar em artes que dialogassem com a história do hotel.

Outro destaque que Spinelli faz ao pensar nessas possibilidades ao setor é a necessidade da administração das propostas com as condições materiais de cada estabelecimento. “Se só tenho três quartos disponíveis, só farei três NFTs para essa coleção”, diz. A digitalização do Solar foi encabeçada pela empresa de operações hoteleiras e consultoria digital CST.

O que é hotelaria 5.0?

Antes, é preciso entender o que é hotelaria. Alguns estudiosos acreditam que essa área de atuação surgiu durante os primeiros Jogos Olímpicos na Grécia Antiga. Devido ao grande fluxo de visitantes e competidores, foram sendo criados pousadas e hotéis embrionários.

Atualmente, a hotelaria consiste em um conjunto de condutas, teorias e regras de administração de eventos e hotéis. Em suma, a hotelaria reúne conceitos que envolvem alimentação, segurança, entretenimento e hospitalidade para com o bem-estar dos hóspedes.

Todavia, a hotelaria também tem grande potencial empreendedor. Atualmente, segundo Tauil, o momento dos hotéis pode ser chamado de ‘hotelaria 4.0’, que envolve a implementação de funcionalidades de alta agilidade que otimizem a relação dos clientes durante e depois da hospedagem.

“Quando falamos da hotelaria 5.0, portanto, queremos trazer outro estágio que esteja integrado à Web3.0 e que conecte os processos online e off-line que vão além dos processos check-in e check-out”, explica . A hotelaria 5.0 seria o entreposto de conectividade entre a comunidade e o engajamento tanto nas redes quanto fora delas.

Com a hotelaria 5.0, as administrações de hotéis podem gerar debates e recompensas aos consumidores de planos de viagem que envolvam mais do que o acúmulo de pontos. Para testar as possibilidades na prática, o Solar do Imperador tornou-se um laboratório.

A coleção de final de ano do Solar do Imperador garante aos compradores benefícios off-line com serviços individualizados (Crédito: Solar do Imperador/Divulgação)

Como usar NFTs em hotéis?

Entre as possibilidades que os tokens não fungíveis, ou NFTs, podem proporcionar, estão o metaverso, o marketing e aumento da audiência segmentada. A participação e integração no metaverso no setor de hotelaria envolve a entrega de produtos que tenham valor naquele ambiente virtual. Por outro lado, o uso de NFTs no marketing serve como elo para engajar possíveis hóspedes que não estejam envolvidos em nenhum plano de viagem mais próximo.

Segundo Tauil, o principal benefício que hotéis podem gerar por meio das NFTs são experiências reais. Para o Carnaval de 2023, por exemplo, o Solar do Imperador pretende firmar parcerias com artesões locais de Porto Seguro ou que tenham obras no edifício para gerar ativos integrados na rede blockchain. Além disso, a criação da comunidade em torno dos NFTs eleva a sensação de pertencimento dos clientes.

Como ter segurança ao usar NFTs?

Quando um viajante, fosse por quaisquer motivos, era obrigado a ter que cancelar uma viagem, essa pessoa teria poucas possibilidades: o reembolso ou cartas de crédito. Com a revenda integrada dos tokens não fungíveis à hospedagem, a revenda passa a ser outra opção favorável ao cliente.

Nesse cenário, apesar de não aparentar, o setor de hotelaria lida com dados sensíveis ao usuário, como CPFs, datas de nascimento e e-mails pessoais. “Quando você passa o código de proprietário para outro comprador, o hotel vai saber dessa transação”, explica. Durante essas transições, são gerados contratos de criptoativos integrados às máquinas e aos agentes da transação.

Portanto, os empreendedores que buscam usar desse tipo de negócio em seus estabelecimentos precisam estar atentos tanto às plataformas nas quais serão geradas as NFTs como ao sistema digitalizado dos hotéis. “Usamos uma plataforma terceirizada de blockchain no qual o comprador pode revender a NFT e o criador, que somos nós, ganhamos royalties”, explica Charbel.

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