IA deverá ampliar relevância dos assistentes de voz para consumidor
Antes da explosão dos chatbots de IA generativa, assistentes já bebiam da fonte da inteligência artificial e devem ganhar ainda mais sofisticação nos próximos anos
IA deverá ampliar relevância dos assistentes de voz para consumidor
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Taís Farias
10 de maio de 2023 - 6h03
Nos últimos meses, o avanço exponencial do ChatGPT e outras ferramentas de inteligência artificial generativa chamaram a atenção do mundo para o potencial da IA de transformar sistemas, processos e conceitos.
Em janeiro, apenas dois meses após seu lançamento, o chatbot especializado em diálogo atingiu 100 milhões de usuários ativos mensais. De acordo com o banco suíço UBS, isso teria levado o ChatGPT ao posto de aplicativo com o crescimento mais rápido da história.
Porém, quando o assunto é diálogo, outra tecnologia já mais popularizada também bebe da fonte da inteligência artificial: os assistentes de voz. No ano passado, pesquisa da Ilumeo entrevistou mais de mil pessoas em todo o País e apontou que 91% já usaram assistentes virtuais por voz.
Em paralelo, com a pandemia da Covid-19, o conceito de touchless, experiências em que o toque não é necessário, ganharam força no varejo. Daniel Deivisson, CEO e fundador da Benext, empresa de IA focada em interação por voz, avalia como essas ferramentas devem avançar.
Meio & Mensagem – Como os assistentes de voz têm evoluído para acompanhar o salto da inteligência artificial?
Daniel Deivisson – Os avanços serão muito grandes nos próximos meses. A IA generativa com language modeling (LLM), popularizada com o lançamento do ChatGPT, terá repercussões imediatas e importantíssimas no mercado de assistentes de voz. É inevitável que os assistentes atuais, como a Alexa, Google Assistente e até mesmo a Siri se tornem ainda mais inteligentes e, porventura, ainda mais relevantes para os consumidores. Hoje, os números de acessos a essas plataformas já são bastante impressionantes, mas com a revolução da IA não me refuto a dizer que serão mainstream.
M&M – Qual é o potencial da união entre áudio e IA?
Deivisson – A explosão da internet conversacional com o IA fará com que o áudio, a voz, as personas de empresas e marcas se tornem ainda mais presentes e relevantes. Falar é mais simples e fácil do que digitar. Consumidor tem dúvida? Fale com a persona IA da marca. Quer participar de uma promoção? Só falar com a marca. Fez uma busca? A resposta virá conversacional também, como é no ChatGPT. A união com áudio é total.
M&M – Por outro lado, quais são os principais desafios que essa tendência precisa enfrentar para se consolidar?
Deivisson – O Brasil tem se consolidado fortemente como líder global na adoção de voz. Somos um dos maiores usuários do Google Assistente no mundo e a base de Alexa no Brasil cresceu duas vezes mais rápido do que em países como Índia e México. Cada vez veremos mais devices com assistentes embarcados e, não tenho medo de afirmar, em pouco tempo acharemos estranho ou pouco desenvolvido um dispositivo que não tenha IA embarcada e fale com o usuário. A cultura está em curso. O ChatGPT veio para acelerar este processo e a voz se consolidará como o meio mais usado para interface com máquinas em geral.
M&M – Quais são os principais cases que ilustram o potencial das tecnologias touchless?
Deivisson – As utilizações em casa conectada e carro conectada são muito relevantes e com cases consolidados. Depois que se automatiza uma casa com Alexa, por exemplo, é um caminho sem volta. No uso com empresas, tem várias soluções interessantes, como Voice Games que ensinam e lembram crianças a escovar os dentes, aplicativos que ensinam a aplicar na bolsa e falar as cotações em tempo real e até mesmo assistente que ensina os usuários e entrar no mundo das apostas esportivas, como é o caso da Pixbet. As possibilidades são inúmeras e serão mais comuns.
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