Drex: quais são os impactos nos negócios e marcas dos bancos
Na visão de instituições financeiras de tecnologia, Drex, moeda digital brasileira, terá impacto na economia e em suas operações
Drex: quais são os impactos nos negócios e marcas dos bancos
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Amanda Schnaider
4 de dezembro de 2023 - 6h03
Assim com o Pix, do Banco Central do Brasil (Bacen), o Drex promete revolucionar o mercado financeiro, os negócios e marcas das instituições financeiras.
O Banco Central anunciou o projeto Drex em março deste ano, com previsão de durar até o fim de 2024.
O Bacen selecionou 16 empresas e consórcios para participar.
Entre esses, estão Bradesco, Nubank, Banco Inter, Santander, Itaú Unibanco, Visa, Elo, XP, Mastercard, TecBan e ClearSale.
Essas instituições começaram a ser incorporadas na plataforma do projeto em julho deste ano.
O real digital brasileiro ganhou o nome de Drex pelo Banco Central como um “passo a mais na família do Pix”.
Na sigla Drex, o “d” e o “r” remetem a real digital. O “e” vem de eletrônico e o “x” faz alusão à modernidade.
Assim, o Bacen reforça que o Drex não é uma moeda diferente e nem que substituirá o real, moeda brasileira oficial.
Segundo o Bacen, o Drex é a representação digital do real, que tem o mesmo valor e mesma aceitação do real tradicional.
A moeda digital será regulamentada e emitida só no Drex, ambiente em desenvolvimento que usa a tecnologia de registro distribuído (DLT), sob o blockchain.
Ademais, para ter acesso à plataforma Drex, é preciso ter um intermediário financeiro autorizado, como um banco.
Esse intermediário fará a transferência do dinheiro depositado em conta para a carteira digital do Drex, para que o usuário possa realizar transações com ativos digitais com segurança.
Por sinal, é importante destacar que o Brasil não é o primeiro nem o único país a criar uma moeda digital oficial.
Esse tipo de projeto no mundo se chama Central Bank Digital Currency (CBDC), em inglês, ou moeda digital de banco central.
A ClearSale trabalha no Drex desde o início, com o LIFT challenge, do LIFT (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), que reúne participantes do mercado interessados em desenvolver produto minimamente viável (MVP) que atenda ao foco da edição.
“Evoluímos, entregamos e entramos nessa fase atual, que é o piloto do Drex, em que estamos testando casos de uso específicos de transferência entre instituições financeiras e de um título público federal”, revela Marcelo Queiroz, head de estratégia e novos negócios da companhia.
A partir disso, a ClearSale trabalha no apoio à implementação e validação dos conceitos ligados à privacidade e segurança, com tecnologias específicas.
“Considero que a segurança e a privacidade dos dados devem ser sempre um dos pontos cruciais nas discussões sobre o tema, porque falamos da legitimidade, disponibilidade e transparência”, complementa Queiroz.
Por sua vez, Tiago Aguiar, superintendente de novas plataformas da TecBan, explica que a companhia participa ativamente do projeto-piloto, desenvolvendo infraestrutura de base para que os bancos possam implementar o Drex com facilidade e a baixo custo em suas instituições.
Assim, o Nubank entrou para o projeto em agosto, testando e simulando transações com diferentes ativos, além de contribuir para o desenvolvimento de soluções para garantir a privacidade e a segurança da rede.
“Os aprendizados nessa fase de projeto-piloto serão fundamentais para as fases previstas em 2024, em que esperamos realizar testes com clientes reais e contribuir para levar os benefícios dessa tecnologia ao público assim que possível”, revela Thomaz Fortes, líder de cripto do Nubank.
A implementação da moeda digital brasileira promete revolucionar o mercado financeiro. Mas como isso acontecerá?
Para Aguiar, da TecBan, o Drex terá impacto significativo na economia brasileira.
Poderá, por exemplo, diminuir os custos das operações bancárias e expandir o número de pessoas no mercado financeiro.
Nesse sentido, Fortes, do Nubank, enfatiza que a plataforma do Drex permitirá a representação digital de diversos tipos de bens e ativos, começando com títulos públicos federais e depósitos em instituições financeiras e de pagamento.
“Com isso, nossa expectativa é que o Drex não só reduza custos de serviços financeiros e os torne mais eficientes, mas também democratize ainda mais o acesso a esses serviços”, completa.
Na visão de Aguiar, da TecBan, o Drex não será apenas uma moeda digital.
Será infraestrutura que combinaria dinheiro e ativos financeiros de forma integrada, com maior agilidade e disponibilidade para investimentos e a criação de novos instrumentos financeiros.
A moeda pode ajudar a combater a corrupção ao melhorar a rastreabilidade e a transparência das transações financeiras e permitir governança mais rigorosa através de controles centralizados.
Já Queiroz, da ClearSale, frisa que o impacto pode gerar a potencialização de modelos de tokenização de ativos e a implementação de programabilidade do dinheiro.
Todavia, a implementação do Drex não terá impacto somente na economia brasileira, mas nas próprias instituições de serviços financeiros.
“No caso do Nubank, acreditamos no potencial de usar tecnologia para criar produtos inovadores que resolvem dores reais de nossos clientes”, pontua Fortes.
O Nubank acredita no potencial do Drex de tornar as operações financeiras de seus clientes mais eficientes, seguras e com menor custo.
No caso da ClearSale, o Drex não terá impacto direto no modelo de negócio atual da companhia.
Porém, a ClearSale terá validação de potencial novo mercado que a empresa poderá endereçar.
“A ClearSale será um dos players que oferece soluções específicas para o modelo, para garantir o controle de segurança e privacidade do Drex”, conclui Queiroz.
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