O papel essencial da criatividade humana na IA generativa
As marcas que souberem equilibrar tecnologia e criatividade serão as grandes líderes dos próximos anos
O papel essencial da criatividade humana na IA generativa
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26 de março de 2025 - 6h00
A ascensão da Inteligência Artificial Generativa (GenAI), amplamente debatida no Adobe Summit 2025, levanta uma questão crucial: até que ponto a IA pode, de fato, inovar sozinha? No universo do marketing de Oceano Azul, onde a diferenciação e a criação de novas demandas são vitais, a resposta é evidente: a IA precisa da criatividade humana para continuar evoluindo e gerando valor real.
Embora a IA seja uma ferramenta poderosa para análise de dados, geração de conteúdo e automação de processos, ela carece de intuição, emoções e uma compreensão profunda da cultura e do comportamento humano. Novas ideias, conceitos inovadores e narrativas autênticas continuam sendo prerrogativas humanas, indispensáveis para potencializar e refinar a inteligência artificial.
No Adobe Summit, a empresa apresentou avanços impressionantes na IA generativa capaz de criar imagens, vídeos e textos publicitários em questão de segundos. No entanto, o conceito, o tom e a originalidade da mensagem continuam sendo definidos pelo ser humano.
A relação entre IA e criatividade humana pode ser comparada a um estúdio musical:
• A IA funciona como um sintetizador de alta tecnologia, gerando sons e variações infinitas;
• O humano é o compositor, que dá sentido, emoção e propósito à melodia.
Em outras palavras, a IA amplia as possibilidades criativas, mas é o ser humano quem define a direção e garante autenticidade e significado.
Um dos momentos marcantes do evento foi a apresentação de um sistema de IA capaz de gerar anúncios personalizados em segundos. Mas, sem a curadoria humana para definir arquétipos de consumidores, gatilhos emocionais e nuances culturais, essa personalização pode se tornar fria e impessoal.
Por exemplo, uma IA pode sugerir que uma campanha de bem-estar utilize tons pastéis e uma linguagem serena. Entretanto, somente um profissional humano entende o impacto emocional das cores e palavras em diferentes contextos culturais.
Um dos desafios mais significativos da IA generativa é sua dependência do passado para projetar o futuro. Isso pode levar à reprodução de padrões obsoletos e à incapacidade de captar sutis mudanças culturais que impactam o comportamento do consumidor.
Exemplos:
• Se treinada com campanhas antigas, uma IA pode perpetuar estereótipos desatualizados;
• Chatbots desprovidos de atualização linguística podem soar artificiais para determinados públicos.
O olhar humano continua essencial para revisar, adaptar e inserir nuances culturais no conteúdo gerado pela IA.
No marketing de Oceano Azul, onde empresas buscam criar categorias e expandir fronteiras, a sensibilidade cultural e a empatia são diferenciais inestimáveis.
A IA pode identificar padrões de comportamento, mas não compreende o impacto de eventos sociais, crises econômicas ou fenômenos culturais emergentes.
Um exemplo prático apresentado no Adobe Summit foi uma ferramenta que traduz vídeos automaticamente e ajusta a sincronia labial. Contudo, apenas um profissional humano pode assegurar que a mensagem respeite os valores e a linguagem do público-alvo. Afinal, uma campanha que funciona no Brasil pode exigir uma abordagem emocional completamente diferente no Japão, onde a comunicação tende a ser mais sutil e indireta.
Com o avanço da IA generativa, um novo desafio emerge: como garantir que uma marca tenha uma voz única e autêntica quando todos têm acesso às mesmas ferramentas? As empresas mais inovadoras estão adotando estratégias híbridas, equilibrando tecnologia e criatividade humana:
• A IA gera centenas de versões de anúncios, mas a decisão final cabe aos criativos;
• A IA analisa dados de comportamento, mas a interpretação estratégica e a narrativa são humanas;
• A IA automatiza processos, permitindo que profissionais foquem em storytelling, criatividade e inovação.
O Adobe Summit 2025 demonstrou que a IA generativa não substituirá a criatividade humana, mas sim a potencializará. O futuro da inovação não está na oposição entre humanos e IA, mas na integração harmoniosa entre tecnologia e imaginação humana.
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