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O que é NFT: como funciona, usos e exemplos

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O que é NFT: como funciona, usos e exemplos

Descubra o que é NFT, os usos potenciais do ativo digital e saiba como as marcas podem tirar proveito dessa tecnologia.

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3 de novembro de 2022 - 8h00

O que é NFT

Foto: Shutterstock

Ter uma percepção de mercados em expansão é essencial ao traçar estratégias para empresas, e isso inclui saber o que é NFT. Afinal, esse é um dos assuntos que têm ganhado destaque ao redor do mundo. 

A ideia de que os ativos digitais podem ser lucrativos inspirou muitos a pesquisar os tokens não fungíveis, inclusive grandes marcas.

Diversos setores já investem nesse tipo de ativo digital, como moda, arte, games, esportes, finanças, entre outros. E há muito potencial na utilização devido à sua versatilidade: praticamente qualquer conteúdo pode se tornar um item único.

No entanto, alguns ainda acreditam que é uma tendência temporária, que não durará após o hype. Porém, o crescente interesse em torno do ativo e a chegada da web 3.0, demonstram que esse mercado pode continuar em expansão.

Uma análise da PWC  prevê que a tecnologia blockchain (suporte técnico da NFT) irá injetar US$ 1,7 trilhão à economia global até 2030.

Mas, afinal, o que é NFT? Como eles funcional? Onde e como comprar esse ativo digital? E como as marcas podem traçar estratégias bem-sucedidas a partir dessa tecnologia?

O que é NFT?

NFT é uma sigla para “Non-fungible Token” que, em tradução livre para o português, significa tokens não fungíveis.

Trata-se de um símbolo eletrônico criado em uma plataforma blockchain para representar algum bem considerado único, como uma obra de arte, um tweet, um item colecionável e até mesmo um imóvel virtual. 

Para ter mais clareza sobre o que é NFT, é necessário entender o conceito de bem fungível e não fungível. Basicamente, em economia, o termo se refere à intercambialidade de bens. 

Um bem fungível é aquele que pode ser facilmente substituído por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade, como é o caso das moedas. 

Os bens não fungíveis, por outro lado, são únicos e não podem ser substituídos por outro bem idêntico devido a suas características singulares. Obras de arte e objetos de coleção são alguns exemplos.

Em uma transação financeira, a fungibilidade ou não fungibilidade de um bem afeta seu valor e determina a maneira como o item será trocado ou negociado.

Por exemplo, commodities — como o trigo, soja e milho — são facilmente intercambiáveis, já que independentemente de onde foram cultivados, terão o mesmo valor monetário se apresentarem as mesmas características. 

Em contraste, uma pintura de um artista famoso terá o valor determinado por fatores como proveniência e condição. Além disso, ainda que seja feita uma representação dessa tela, a réplica não terá o mesmo valor que a peça original.

Esse mesmo conceito é aplicado às NFTs, que possuem como uma de suas principais características não serem intercambiáveis. Logo, cada ativo digital tem seu próprio valor e não pode ser substituído por outro token idêntico, o que o torna infungível. 

Em outras palavras, NFT é um ativo criado para representar a identidade de um item exclusivo, seja ele real ou virtual, e atestar a posse desse determinado bem.

Como funcionam as NFTs?

As NFTs funcionam por meio de tecnologia blockchain, a mesma plataforma utilizada para transações em criptomoedas, como Bitcoin e Ether.

Cada NFT tem seu próprio código único, o que torna impossível a duplicação ou falsificação. 

Esses códigos, por sua vez, são armazenados na blockchain, que é resumidamente um banco de dados público. Por meio dele, é possível promover a transparência da propriedade e a rastreabilidade das transações.

Ou seja, esse token funciona como um tipo de atestado digital, verificado por blockchain, que garante a originalidade de mídias digitais ou até mesmo de bens físicos.

As NFTs podem ser compradas, vendidas ou trocadas na internet. Inclusive, apenas em 2021, movimentaram cerca de US$ 24,9 bilhões, de acordo com a DappRadar.

A expectativa é que ganhem cada vez mais espaço no mercado devido ao seu potencial para revolucionar a forma como valorizamos e comercializamos ativos digitais.

No vídeo, explicamos o que é NFT, como funciona e como esse ativo se diferencia de outros tokens:

Qual é a relação entre NFT, criptomoedas e blockchain?

Muito se fala sobre NFT, criptomoedas e blockchain, mas o que essas tecnologias têm em comum e como estão interligadas?

Primeiro, vale retomar ao conceito de NFT, que são ativos digitais únicos armazenados na blockchain. Esses tokens representam a propriedade de itens virtuais, tais como obras de arte ou itens de jogos.

Já a blockchain pode ser definida como um banco de dados público, imutável e descentralizado que registra as transações dos usuários. 

Não há uma autoridade central, como uma instituição financeira ou governo, que controla esses dados. Em vez disso, as informações são distribuídas por meio de uma rede de computadores e os participantes são controladores e auditores de tudo.

Nesse sistema, as informações são armazenadas em blocos que contém uma impressão digital única. Por isso, a tecnologia permite o registro de dados de forma segura, transparente e à prova de adulteração.

As criptomoedas também existem dentro do universo blockchain. Além disso, as NFTs são geralmente negociadas por meio de moedas criptografadas.

Ou seja, para adquirir um NFT, é preciso comprar criptomoedas, como Bitcoin, Ether e Litecoin. As moedas aceitas nessa transação variam de acordo com a plataforma de negociação.

Conforme mais pessoas compram e vendem esse tipo de ativo digital, a demanda por moedas virtuais também aumenta.

Quais são os usos das NFTs? 

Ao explicar o que é NFT, também é importante apresentar as aplicações dessa tecnologia. No ambiente digital, já existe uma variedade de usos do NFT.

Como esse registro serve para transformar qualquer coisa em um ativo único e autêntico, pode ser usado para garantir a originalidade dos mais diversos itens, como:

– músicas;

– memes;

– obras de arte;

– imóveis virtuais;

– itens colecionáveis;

– medalhas olímpicas;

– itens de jogos online;

– projetos de designers;

– postagens em redes sociais;

– peças de coleções exclusivas;

– nomes de domínio;

– entre outros.

Praticamente qualquer tipo de bem ou item digital pode ser representado por uma NFT, permitindo uma propriedade segura e verificável. 

Um exemplo é o primeiro tweet da história, feito por Jack Dorsey, ex-CEO do Twitter, em março de 2006. Esse post foi leiloado como um NFT por US$ 2.9 milhões em março de 2021.

Essa tecnologia também pode ser aplicada a experiências, como aquisição de um ingresso de show ou assento em um evento, associação a um clube exclusivo e muito mais.

O Bored Ape Yatch Club (Bayc), por exemplo, é uma coleção de 10 mil desenhos únicos de primatas, que já foram adquiridos por Neymar, Jimmy Fallon e Justin Bieber. 

Porém, são muito mais do que imagens divertidas. Além de demonstrar status, a compra dá direito a participar de um clube VIP com benefícios exclusivos, como acesso ao The Bathroom — um quadro de grafite colaborativo — e aos eventos exclusivos promovidos pela Yuga Labs.

Tipos de NFT

Imagem: Reprodução/OpenSea

Quais os tipos de NFT?

Como vimos, os tokens podem representar direitos de propriedade ou de acesso a uma variedade de ativos. Por essa razão, existem diversos tipos de NFTs, com propósitos e função específicas. A seguir, confira os principais:

– Arte: representa uma arte digital, tais como modelos 3D, ilustrações, GIFs e vídeos. São negociados em plataformas específicas, como SuperRare. 

– Música: permite a venda e revenda de música digital. Em plataformas como Arpeggi Labs, Sound e Royal, os artistas podem criar colecionáveis para os ouvintes e, assim, ter maior controle da sua arte.

– Itens do jogo: usados para representar personagens, experiências, objetos dentro do jogo e muito mais, como ocorre nos games Enjin, Decentraland, e The Sand. 

Moda: são ativos digitais que representam peças virtuais e coleções exclusivas.

– Identidade: seu objetivo é retratar informações pessoais, tais como um perfil online, avatar, credenciais, etc.

– Nomes de domínio: representa o endereço de um website. As principais plataformas que oferecem esse tipo de NFT são Unstoppable Domains e Ethereum Name Service (ENS).

– Resgatáveis: pode ser trocado por um ativo físico, por exemplo, quando colecionadores guardam suas coleções em um cofre. 

– Acesso: são tickets digitais que dão direito de acesso a algo, como um servidor de Discord privado, clubes exclusivos e eventos físicos. 

– Packing: usado para agrupar várias NFTs em uma única unidade. 

A compreensão do que é NFT e seus vários tipos contribui para que indivíduos e empresas aprendam como adentrar neste mercado em rápido crescimento.

NFT: como e onde comprar?

Esses ativos digitais são comprados e vendidos em marketplaces especializados ou em exchanges. 

Mas, antes de começar as operações, é preciso ter uma carteira digital e adquirir criptomoedas, como Ether, Bitcoin e AXS. Nem todas as negociações são feitas com dinheiro tradicional, como euro, dólar ou real.

O próximo é encontrar uma plataforma especializada na venda de NFTs, como a OpenSea, que é considerada a maior e mais popular plataforma de negociação de tokens não fungíveis. Somente em 2021, o site movimentou US$ 14 bilhões, segundo o Crypto Briefing.

Outras opções são: Binance, Coinbase, FTX, Magic Eden e Rarible.

Depois, basta criar uma conta na plataforma escolhida e conectá-la à carteira digital. Em seguida, é possível navegar por categorias, conhecer os itens disponíveis e efetivar a compra do ativo desejado.

Quais são as NFTs mais caras?

Os valores das NFTs são determinados pela lei de oferta e demanda, assim como qualquer outro ativo. Ou seja, quanto maior a procura, maior os preços.

Justamente por representar tokens exclusivos e originais, esse tipo de ativo costuma ser bastante valorizado no mercado. Por essa razão, é normal ver itens sendo vendidos a valores expressivos, que chegam na casa do milhão. 

A seguir, conheça as NFTs mais caras de todos os tempos:

1º The Merge – US$ 91,8 milhões (R$ 480,11 milhões)

É uma obra de arte virtual projetada por PAK, um artista digital de identidade desconhecida. O ativo foi dividido em 312.686 partes e entre 28.983 investidores.

NFT The Merge

Imagem: Reprodução/Gemini

2º The First 5000 Days – US$ 69,3 milhões (R$ 362,44 milhões)

Outra obra digital na lista. A peça foi projetada por Michael Winkelmann, artista popularmente conhecido como Beeple.

The first 5000 days

Imagem: Reprodução/Beeple Crap

3º Clock – US$ 52,7 milhões (R$ 275,62 milhões)

Mais uma criação do artista PAK. A obra foi criada para arrecadar fundos para a defesa do ativista Julian Assange.

Clock

Imagem: Reprodução/Censored.art

4º HUMAN ONE – US$ 28,9 milhões (R$ 151,15 milhões)

É uma escultura de arte do mundo real, que mistura o físico e o digital, feita por Beeple. 

5º CryptoPunk #5822 – US$ 23,7 milhões (R$ 123,95 milhões)

Faz parte de uma coleção de 10.000 avatares criados pela Larva Labs no Ethereum. O token #5822 atingiu recorde de vendas, mas outros aliens da coleção também foram vendidos por valores expressivos.

CryptoPunk #5822

Imagem: Reprodução/Larva Labs

Como as marcas podem começar a trabalhar com NFT?

Saber o que é NFT foi o primeiro passo para entender como as marcas podem tirar proveito dessa tecnologia. E há diversos usos potenciais, ainda mais devido ao crescimento do interesse em torno desse assunto.

Uma das principais estratégias é comercializar esse tipo de ativo digital. Ao criar NFTs exclusivos, as marcas podem agregar valor e escassez às suas ofertas.

Outra possibilidade é usar NFTs em campanhas promocionais ao oferecer recompensas ou incentivos exclusivos para clientes que participarem de determinada ação. Por exemplo,  sortear produtos de edição limitada ou experiências durante uma live commerce.

As marcas também podem oferecer conteúdo digital exclusivo aos consumidores, que só podem ser acessados por meio de um token de acesso. Músicas inéditas, vídeos e peças de arte são alguns exemplos de conteúdos.

Todas essas ações contribuem para alavancar a audiência da empresa, gerar buzz na mídia, posicionar a marca como inovadora ao explorar um mercado com potencial de crescimento, além de ter benefícios financeiros.

Também é uma maneira de recompensar os fãs da marca, tornando-os donos de projetos exclusivos da marca e fortalecer o relacionamento com o consumidor.

Exemplos de empresas que já têm NFTs

Um número crescente de empresas estão investindo em NFTs, seja ao vender produtos digitais únicos ou traçar estratégias de marketing e branding voltadas para esse universo.

No mundo da moda, por exemplo, inúmeras marcas comercializam mercadorias digitais, como é o caso da Balenciaga, Dolce & Gabbana, Tommy Hilfiger, Gucci, Adidas, entre outras.

A Nike, inclusive, lançou sua primeira coleção de tênis digitais em NFTs em abril deste ano. Há modelos mais raros que chegam a custar US$ 449 mil, equivalente a R$ 2,2 milhões. 

Tênis da Nike que são NFT

Imagem: Reprodução/Nike

A NBA também saltou a bordo e passou a comercializar momentos únicos e colecionáveis da história da NBA por meio da sua plataforma Top Shot. Por lá, os fãs podem adquirir filmagens exclusivas de jogos.

Já na indústria musical, a cantora pop Grimes lançou seu último álbum como NFT, enquanto o grupo de rock Kings of Leon lançou uma experiência de concerto em edição limitada.

Ainda no universo musical, o Coachella Music & Arts Festival, ofereceu a todos os participantes pagantes do evento uma imagem digital NFT de uma flor.

Resumo do tema

Os NFTs são ativos digitais que ficam armazenados na blockchain. São itens únicos e que podem ser usados para representar qualquer conteúdo, desde uma música, vídeo e arte até mesmo um tweet. 

Ainda que esses ativos digitais sejam relativamente novos, estão se tornando cada vez mais populares no mundo todo.

Como representam algo único, despertam a sensação de escassez, exclusividade e status no consumidor, e as marcas podem aproveitar isso ao seu favor. 

Além de ser uma maneira de aumentar o reconhecimento da empresa, promover experiências únicas e gerar interesse na marca, também é uma alternativa para lucrar a partir de novos mercados.

Por essa razão, um número crescente de empresas já investem nesses ativos digitais, como é o caso da Nike, Gucci, NBA, entre outras.

Confira a cobertura do evento Maximidia 2023 com o Meio & Mensagem.

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