A chegada do 5G: o que muda para as edtechs
Alta velocidade e baixa latência podem ajudar as startups a criarem soluções personalizadas e menos lineares
Alta velocidade e baixa latência podem ajudar as startups a criarem soluções personalizadas e menos lineares
Taís Farias
31 de agosto de 2022 - 12h58
As edtechs, empresas que usam tecnologia para desenvolver soluções em educação, cresceram 26% entre 2019 e 2021. O dado é fruto de levantamento realizado pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira e a Associação Brasileira de Startups do Brasil. No total, 566 edtechs estariam ativas no País. Já os dados do Distrito indicam que, no ano passado, as startups voltadas à educação teriam totalizado investimento de US$ 553,6 milhões.
Nesse contexto, como a chegada da quinta geração móvel ( 5G) ajudará as edtechs a superar seus gargalos e continuar crescendo? O principal desafio das startups de educação é o engajamento, afirma o cofundador da Alura, Guilherme Silveira. A Alura é plataforma online de cursos na área de tecnologia. “Assim como no ensino tradicional, o processo de desenvolvimento de uma pessoa em suas mais variadas habilidades está ligado com ser aceita, fazer parte do grupo que a acolhe e se sente acolhida”, diz Silveira.
As companhias ainda estão aprendendo a navegar em meio à alta demanda por personalização, avalia o sócio-diretor da Unico, Tiago Musachi. Em dezembro, a Unico adquiriu a startup de educação corporativa Skillhub. “As pessoas querem soluções, cursos e formatos específicos para necessidades específicas”, aponta.
Alternativas do 5G
Para ambos os desafios, as companhias acreditam que a tecnologia 5G ajudará à medida que torna as experiências digitais mais fluidas e, principalmente, democráticas. A possibilidade de interagir via smartphone, por exemplo, com alto processamento de dados, tornaria a adesão a cursos online viável para um público mais amplo.
Silveira, no entanto, faz uma ressalva sobre o avanço do 5G e o contexto das startups: “Outra vantagem do 5G é que a banda larga e o menor lag (atraso no recebimento e envio dos pacotes) auxiliarão no consumo, inclusive, de conteúdo educacional. Mas, ao mesmo tempo que o aluno poderá acessar conteúdo educacional mais rápido, também poderá acessar conteúdo não educacional. A competição por atenção no dispositivo móvel continuará”, diz.
Nesse sentido, as características do 5G poderão ajudar a criar modelos menos lineares e centralizados de educação, como o uso de gamificação e plataformas sob demanda. Porém, quando o assunto é como o mercado está se preparando para a chegada efetiva do 5G, o clima ainda é de incerteza.
“Vejo um movimento maior das pessoas do que do lado das empresas. No formato de educação online, por exemplo, as instituições menores conseguiram se adaptar com muito mais facilidade para oferecer experiência positiva para o usuário do que as mais tradicionais”, aponta o sócio-diretor da Unico. Silveira concorda e acrescenta: “O mercado ainda não se preparou para a transformação, que não é tão imediata quanto muita gente fala. Em especial na educação, a maior parte das mudanças são evolutivas e, raramente, disruptivas. Nos últimos anos, surgiram inúmeras promessas de disrupção que não se concretizaram até hoje. O 5g entra como mais uma ferramenta para permitir essa evolução, um passo por vez”.
Série
Esta matéria pertence à série de Meio & Mensagem sobre 5G e startups . Confira a matéria anterior sobre o impacto da tecnologia de quinta geração nas martechs.
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