Open banking: como o sistema transformou as fintechs em 2022
Daniel Gomes, fundador e CEO da Nexoos, analisa os avanços e desafios do open banking para essas startups
Open banking: como o sistema transformou as fintechs em 2022
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Taís Farias
21 de dezembro de 2022 - 13h08
Neste ano, o Banco Central concluiu as etapas de implementação do open banking no Brasil. No entanto, o sistema de compartilhamento de dados financeiros parece ter ainda desafios pela frente. No mês passado, estudo da Akamai Technologies, em parceria com a Cantarino Brasileiro apontou que 52% do público entrevistado ainda não estava disposto a permitir compartilhamento de dados entre instituições financeiras.
Na prática, o open banking é um conjunto de regras e tecnologias que vai permitir o compartilhamento de dados dos clientes entre bancos e instituições financeiras a partir da integração de seus sistemas. Ou seja, com a mudança, os dados bancários dos usuários não ficarão restritos apenas ao banco de que se é cliente, mas disponíveis para todo o sistema de instituições. Isso só acontece se o usuário permitir o compartilhamento.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, Daniel Gomes, fundador e CEO da Nexoos, fintech de crédito para pequenas e médias empresas, analisou o avanço do open banking nesse ano e o impacto para as fintechs agora e nos próximos anos.
Meio & Mensagem – Como o open banking avançou em 2022? Quais foram as principais mudanças?
Daniel Gomes – Traçando um panorama geral, o open banking teve avanços relevantes e está cada vez mais conhecido da população geral, mas ainda dá os seus primeiros passos no Brasil. A ideia do compartilhamento de informações entre instituições financeiras gera muitas dúvidas e existe um longo caminho a ser percorrido, principalmente, pela falta de clareza por parte dos usuários sobre os benefícios pretendidos e de como funciona a transferência de informação.
M&M – Como esse movimento impactou as fintechs? Já é possível notar uma transformação no mercado?
Gomes – Para as fintechs que trabalham com cliente pessoa física (B2C), o impacto parece ter sido maior. Para fintechs que têm como público-alvo pessoas jurídicas (B2B), ainda não é possível notar uma transformação ou alguma mudança considerável no mercado. A Nexoos é uma fintech que visa democratizar o sistema financeiro e, com isso, ajudar pequenas e médias empresas a alavancarem seus negócios. Não houve, até o momento, um aumento considerável no volume de novas informações, pois ainda há um receio muito grande no compartilhamento dos dados.
M&M – Pensando no ano que vem, quais são os próximos passos dessa agenda? Como as fintechs estão se preparando?
Gomes – O caminho é investir em informação e em tecnologia, para deixar cada vez mais simples e claro os benefícios e a segurança desse sistema de compartilhamento de informação. É muito importante a participação de todos os players do mercado para popularizar a agenda, esclarecer dúvidas e enfatizar os benefícios que o open banking pode trazer.
M&M – Quais devem ser os principais desafios de 2023 para as fintechs?
Gomes – Prevenção e combate a fraudes e segurança cibernética são pontos que investiremos ainda mais no próximo ano. A incerteza em relação ao cenário macroeconômico também pode ser um desafio para 2023.
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