Pesquisa por voz: como as marcas podem aproveitar os benefícios?
Funcionalidade tende a impactar na forma de interação com o público e, portanto, nas estratégias aplicadas para otimizar os conteúdos online
Pesquisa por voz: como as marcas podem aproveitar os benefícios?
BuscarFuncionalidade tende a impactar na forma de interação com o público e, portanto, nas estratégias aplicadas para otimizar os conteúdos online
Meio & Mensagem
21 de março de 2023 - 17h00
A pesquisa por voz é uma tendência em tecnologia e está mudando a forma como os consumidores interagem com as marcas no ambiente digital.
Com esse método de busca, os usuários agora podem falar naturalmente com seus dispositivos e obter respostas diretas para suas perguntas, trazendo a possibilidade de uma experiência diferente nos mecanismos de pesquisa.
Para as empresas, a funcionalidade tende a impactar na forma de interação com o público e, portanto, nas estratégias aplicadas para otimizar os conteúdos online.
Neste contexto, as marcas têm desenvolvido ações voltadas para adequar as produções também para as pesquisas realizadas por voz.
Entender a tecnologia é o primeiro passo para encontrar a melhor maneira de aproveitar os benefícios do sistema para a divulgação.
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A pesquisa por voz é uma funcionalidade que permite ao usuário realizar pesquisas na internet através da fala, sem a necessidade de digitar o assunto desejado na barra de buscas.
Com essa ferramenta, também chamada de voice search, o usuário precisa apenas de um comando de voz para dizer ao dispositivo o que deseja.
A partir disso, o mecanismo interpreta o que foi dito e, então, apresenta os resultados mais adequados para a pesquisa.
As tecnologias ativadas por comando de voz começaram a ganhar destaque a partir de 2011, quando a Apple lançou a Siri, assistente virtual da marca.
Com isso, outras empresas passaram a desenvolver soluções nesse modelo, abrindo espaço para o crescimento das pesquisas por voz.
Em 2021, por exemplo, o relatório State of Search Brasil mostrou que 42% dos usuários de dispositivos mobile já mesclavam a pesquisa por texto e a função de busca por voz.
O método de pesquisa garante uma resposta mais rápida, como mostra um estudo da Universidade de Stanford. Segundo os dados da instituição, as tecnologias de reconhecimento de fala são três vezes mais ágeis do que a digitação.
Essa praticidade tende a ser um atrativo para os usuários e, para as marcas, isso pode ser um diferencial competitivo na experiência do cliente, tendência reforçada por pesquisas recentes.
De acordo com um estudo do Report Linker, divulgado por Meio & Mensagem, a estimativa é que o mercado de smart-speakers – os dispositivos equipados com assistentes de voz – registrem um crescimento de US$8,6 bilhões em 2026.
A pandemia de coronavírus foi apontada como um dos impulsionadores para esse aumento no uso de assistentes virtuais, segundo pesquisa da consultoria Ilumeo.
As diferenças entre a pesquisa tradicional e a realizada por voz vão além da forma de ativação da busca – que acontece por texto e por comandos de voz, respectivamente.
Na prática, as duas funcionalidades procuram auxiliar o usuário e as estratégias de otimização aplicadas a elas tem o objetivo de melhorar essa experiência.
Entretanto, como as pesquisas são realizadas de formas distintas, os resultados e a jornada dos consumidores também tendem a ser diferentes.
A pesquisa de voz é realizada a partir de interações mais naturais, próximas à linguagem conversacional utilizada no dia a dia.
Além disso, a função contribui para a inclusão de pessoas com deficiência, uma vez que as tecnologias assistivas podem utilizar assistentes de voz para garantir a acessibilidade.
Dentre as características desse método de busca, pode-se destacar:
Por outro lado, a pesquisa tradicional, realizada por texto, apresenta alguns aspectos diferentes da busca por voz.
Neste método de busca, o usuário precisa ter um dispositivo em mãos para digitar termos relacionados ao assunto desejado e, com isso, obter os resultados indicados pelos algoritmos do buscador.
As principais características da pesquisa convencional são:
De maneira geral, a base para a pesquisa por voz é o sistema de reconhecimento de fala, responsável por transformar o comando de voz em texto para a interpretação dos dispositivos.
Para realizar uma busca, o usuário precisa ativar essa tecnologia, seja por meio de um comando direto no dispositivo ou através da própria fala.
O botão para a pesquisa de voz normalmente é representado pelo ícone de microfone e está presente na barra dos buscadores, como o Google.
Para ativar a tecnologia de reconhecimento de voz, o usuário deve clicar nesse botão e então dizer o que deseja buscar ou dar o comando de uma atividade para o dispositivo.
Outra opção de ativação é por meio dos dispositivos equipados com assistentes de voz, que precisam apenas de um comando de voz para realizar a ação desejada.
Nos últimos anos, o mercado registrou um crescimento do uso desses dispositivos, desenvolvidos com assistentes virtuais conhecidos do público, como a Siri, a Alexa e o próprio Google. No Brasil, 49% dos usuários de smartphones usam assistentes de voz.
Os dados são da iProspect, que apontou um índice maior de uso da função na América Latina. Segundo a pesquisa, os latino-americanos realizam 46% mais buscas por voz em smartphones do que a média mundial.
Com eles, o usuário não precisa clicar em um botão para acionar o reconhecimento. Basta dizer, por exemplo, “Alexa, qual a previsão do tempo em São Paulo hoje?” e o dispositivo traz uma resposta.
Nestes casos, a resposta costuma ser transmitida apenas em áudio aos usuários, uma vez que os assistentes normalmente não têm uma tela, como é o caso de smartphones e desktops.
Parte do conceito de machine learning, o deep learning é um conjunto de algoritmos desenvolvidos para aprender de maneira mais profunda, permitindo que dispositivos apresentem soluções para questões mais complexas.
A tecnologia pode se relacionar diretamente com o sistema de reconhecimento de voz e com os assistentes virtuais, desenvolvendo uma experiência mais próxima ao contato humano.
Com o deep learning, as inteligências artificiais têm a capacidade de aprender conforme as interações com os usuários, tanto em relação a linguagem como as informações sobre os mais variados temas.
Dessa forma, os dispositivos ampliam seu banco de conhecimento e podem responder os usuários com mais assertividade.
Os benefícios da pesquisa de voz chegam tanto para os usuários quanto para as marcas, que podem aproveitar a praticidade do método para desenvolver estratégias de aproximação com o público.
Além disso, a agilidade, a contribuição para a inclusão social e o apoio nas técnicas de SEO são outras vantagens desse sistema.
Diante de um cenário cada vez mais conectado, essas ações digitais ganham destaque e podem aprimorar a experiência do usuário.
A acessibilidade é um dos principais benefícios das pesquisas de voz, especialmente para pessoas com deficiência visual.
Com o uso cada vez mais frequente do ambiente virtual, as adaptações nas infraestruturas digitais tornaram-se tão importantes quanto nas físicas, por isso as ações de inclusão social precisam ir além do mundo físico.
Na prática, os comandos por voz contribuem para o uso de tecnologias assistivas, desenvolvidas com o objetivo de promover a acessibilidade para pessoas com qualquer limitação.
Plugins de acessibilidade, legendas em conteúdos de vídeo e otimização da estrutura de textos também são iniciativas importantes neste contexto.
Falar, sem precisar clicar em nenhum botão ou mesmo ter um dispositivo em mãos, tende a ser mais prático do que realizar pesquisas por digitação.
A praticidade, por sua vez, traz mais comodidade aos usuários e permite que as marcas aprimorem a jornada de compra, reduzindo obstáculos que podem prejudicar o processo online de alguma forma.
Com o uso das palavras-chaves mais adequadas, a empresa tem a oportunidade de direcionar melhor os conteúdos e conquistar os consumidores por meio dessa tecnologia de busca.
Alt text e legenda: Principais vantagens do uso de pesquisa por voz – Imagem: Pexels/Andrea Piacquadio
Como mostrou a pesquisa da Stanford, falar é muito mais rápido do que digitar. Sendo assim, a agilidade torna-se um dos pontos positivos da busca por voz.
Por trazer a comodidade e a praticidade na procura por diferentes assuntos, a função de voice search pode ser mais utilizada quando o usuário deseja uma resposta rápida.
A rapidez na pesquisa e na entrega de resultados é um benefício para a experiência do consumidor, que tende a priorizar essa facilidade nos momentos de busca online.
As estratégias de SEO, aplicadas para otimizar os conteúdos digitais e alcançar um bom posicionamento entre os resultados dos motores de busca, podem ser complementadas com a pesquisa por voz.
Como a tendência é de crescimento para esse método de busca, o SEO deve se transformar para atender às alterações no comportamento dos usuários – neste caso, a busca através da fala e não da escrita.
Marcas como Natura, Magazine Luiza e Amazon contam com seus próprios assistentes virtuais, trabalhando as estratégias de pesquisas por voz.
No caso do Magazine Luiza, assim como a Casas Bahia, uma personalidade virtual foi criada como porta-voz das marcas no ambiente digital, muito utilizadas nas interações em redes sociais.
Como a pesquisa por voz é realizada por meio da fala, há uma tendência de que o usuário utilize frases mais longas, seguindo um tom conversacional.
Por isso, as palavras-chaves de cauda longa, também conhecidas pelo termo em inglês, long tail, tendem a obter resultados mais eficazes nas estratégias de SEO.
Esse tipo de palavra pode ter um nível de concorrência mais baixo, o que também contribui para o destaque da marca nos mecanismos de busca.
Além disso, pode ser interessante dar preferência às palavras-chaves que começam com “como”, “o que”, “quantos” e outros termos interrogativos.
Ao falar uma pesquisa, é comum o usuário usar palavras mais interrogativas – “como”, “onde”, “quando” e “quem”, por exemplo. Essas palavras também podem indicar o nível de intenção da busca.
Neste contexto, para as marcas, responder às principais perguntas dos usuários pode ser um diferencial de posicionamento nos resultados de busca.
Isso porque a estratégia entrega uma resposta rápida, o que tende a favorecer o conteúdo diante dos algoritmos dos motores de pesquisa.
Dentro disso, a criação de uma página de FAQ (Frequent Asked Questions, ou Perguntas Frequentes, em português) é uma opção para otimizar o site.
Pensando que o tom de voz normalmente utilizado na voice search tende a ser mais conversacional, é importante que as marcas adaptem os conteúdos de acordo com esse comportamento.
Além de oferecer as respostas para as questões buscadas com a linguagem adequada, seguir um tom de voz alinhado com o público também pode contribuir para a construção de um relacionamento sólido com o consumidor.
Esse relacionamento, por sua vez, cria uma conexão com o público, o que tende a ampliar as chances de fidelização do cliente.
Muitas buscas por voz que usam o “como”, têm como objetivo encontrar opções de conteúdos explicativos rápidos, como é o caso dos tutoriais em vídeo.
Dessa forma, esse modelo de publicação torna-se uma oportunidade para ranquear conteúdos na SERP. Para isso, é possível otimizar títulos, tags e descrições, por exemplo.
As legendas também podem ser rastreadas pelos algoritmos dos buscadores, o que contribui para favorecer o conteúdo na pesquisa por voz e, portanto, pode ser outro complemento importante na estratégia de otimização.
A tecnologia de pesquisas por voz já está transformando a maneira como os consumidores interagem com as marcas e as empresas, por sua vez, estão adaptando suas estratégias para atender a esse novo método.
Por meio de resultados de pesquisa mais precisos e maior contexto fornecido por consultas de voz, as marcas também podem oferecer conteúdos mais relevantes e personalizados a seus clientes.
A tendência é o fortalecimento do voice search, à medida que a precisão da tecnologia de reconhecimento de voz é aprimorada e seu uso se torna cada vez mais difundido.
No entanto, é importante que as empresas acompanhem esses avanços para entender as movimentações no mercado, buscando as estratégias mais adequadas de acordo com as necessidades de cada público-alvo.
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