ESG: o que é, vantagens e como implementar?
Entenda como as práticas ESG podem proporcionar um diferencial competitivo para as empresas e saiba como implementá-las
Entenda como as práticas ESG podem proporcionar um diferencial competitivo para as empresas e saiba como implementá-las
Meio & Mensagem
9 de dezembro de 2022 - 9h00
O investimento responsável, também conhecido como investimento sustentável, socialmente responsável ou ESG (sigla em inglês para a combinação de práticas com temática ambiental, social e de governança), vem ganhando popularidade nos últimos anos e definindo uma nova preocupação para as empresas.
De acordo com um estudo de 2019 do US Forum for Sustainable and Responsible Investment, US$ 12 trilhões sob gestão profissional nos Estados Unidos são investidos usando os critérios desse conceito.
O índice considera fatores ambientais, sociais e de governança corporativa para medir o nível de sustentabilidade de uma empresa.
O objetivo é que os negócios sejam capazes de gerar tanto retorno financeiro quanto impacto social positivo ao interligar esses três pilares.
ESG (ambiental, social e governança) é o conjunto de práticas utilizadas para medir a sustentabilidade e o impacto ético de uma empresa.
Ultimamente, o conceito denota o esforço de uma organização para alcançar a sustentabilidade. Esses três pilares se complementam e se traduzem em um cuidado que vai além das quatro paredes da empresa ou simplesmente do balanço financeiro.
O intuito é gerar tanto retornos financeiros quanto um impacto social ou ambiental positivo. Portanto, visa aproximar a noção de propósito do negócio com a de lucro.
O índice é também uma forma padrão dos investidores avaliarem potenciais e pesarem os riscos para determinar se a organização é realmente uma opção viável de investimento.
Por meio desses dados, os analistas podem identificar as empresas que correm risco de sofrer problemas financeiros devido à falta de estratégias voltadas para as questões ambientais, sociais e de governança.
Há uma série de razões pelas quais os investidores podem considerar estratégias associadas a esse conceito. Para alguns, é simplesmente uma questão de alinhar seus valores pessoais com suas escolhas de investimento.
Para outros, há a crença de que as empresas que consideram fatores ESG serão melhores investimentos de longo prazo, tendo em vista a crescente preocupação com o meio ambiente.
E, finalmente, há investidores que veem o investimento responsável como uma forma de fazer uma diferença positiva no mundo e, ao mesmo tempo, gerar retornos financeiros.
O conceito começou a ganhar força no início dos anos 2000, na medida em que mais investidores institucionais começaram a considerar como esses fatores poderiam impactar suas carteiras.
Um ponto de inflexão importante veio em 2005, quando um grupo de investidores institucionais lançou a Investor Network on Climate Risk (INCR).
Esta rede foi formada para compartilhar informações e melhores práticas sobre como abordar os riscos e oportunidades relacionados ao clima.
Desde então, o conceito de investimento em ESG continuou a evoluir, com um foco crescente na forma como as empresas estão gerenciando essas questões. Hoje, os fatores ambientais, sociais e de governança são amplamente considerados pelos investidores.
Além disso, é um indicador especial de sustentabilidade e de ética empresarial. O cuidado com a sustentabilidade ambiental, com os direitos humanos, com a harmonia no ambiente corporativo e com combate à corrupção, por exemplo, se destacam nesse sentido.
A sigla ESG vem do inglês Environmental, Social and Governance, que em tradução para o português significa governança ambiental, social e corporativa. A seguir, conheça cada um dos pilares:
Diz respeito ao impacto ambiental dos produtos ou serviços de uma empresa. Envolve mecanismos de controle para reduzir os danos ao meio ambiente, pensando na geração atual e, sobretudo, nas próximas gerações.
Reflete questões como: poluição do ar, desmatamento, eficiência energética, gestão e controle dos resíduos, escassez de elementos, etc.
Social refere-se ao tratamento dado pela empresa aos funcionários, fornecedores, stakeholders, clientes e às comunidades em que opera. É o impacto social de uma empresa que vive no mundo e deve prestar contas às pessoas ao redor dela.
O foco ambiental também é refletido no social, pois também tem influência na organização social.
Focar no social é pensar em: diversidade, engajamento de colaboradores, segurança de dados de clientes, etc.
Governança refere-se às práticas de gestão de uma empresa e sua conformidade com as leis e regulamentos.
A governança é o conjunto de mecanismos que garantem o cuidado com o social e com o ambiental, bem como a harmonia interna para a continuidade do negócio.
Alguns pilares importantes são: conselho corporativo, conduta, combate à corrupção, transparência, entre outros.
Os investimentos ESG têm crescido nos últimos anos à medida que mais investidores buscam maneiras de alinhar suas carteiras de investimentos com seus valores.
Embora não haja uma definição padrão do que constitui esse tipo de investimento, a maioria dos fundos exclui empresas que estão envolvidas em atividades como produção de tabaco, produção de álcool, jogos de azar e testes em animais.
Em vez disso, os fundos se concentram em empresas que têm fortes políticas ambientais e sociais.
Muitos fundos também consideram as práticas de governança de uma empresa ao tomar decisões de investimento. Por exemplo, uma empresa pode ser excluída de um grupo desses se não tiver um conselho de administração diversificado ou se seus executivos forem pagos de forma desequilibrada.
Embora não haja retorno financeiro garantido ao investir em empresas assim, muitos investidores acreditam que estão fazendo o bem ao mesmo tempo em que aumentam suas carteiras de investimento. Isso os motiva.
Para ser uma empresa ESG, é necessário, antes de tudo, integrar as práticas ambientais, sociais e de governança.
Isto significa que a empresa deve ter políticas e procedimentos implementados para proteger o meio ambiente, seus clientes, seus colaboradores e seus acionistas. Essas políticas podem, inclusive, dialogar entre si, em um esforço conjunto dos envolvidos.
A empresa também deve ser transparente sobre suas práticas e estar disposta a se envolver com os investidores neste tópico. É preciso ter propósitos bem definidos ao trabalhar com essas iniciativas e evidenciar como tudo está sendo feito.
Finalmente, a empresa deve ter um bom histórico em questões ambientais, sociais e de governança. Uma organização que atende a esses critérios é considerada uma empresa ESG.
Criar um negócio mais sustentável pode ser benéfico para as empresas. A seguir, confira os principais benefícios de incorporar esses padrões nas organizações:
Uma das principais vantagens do ESG é que o conceito pode melhorar a reputação da empresa.
No ambiente empresarial atual, os consumidores e investidores estão cada vez mais interessados em negócios que estejam comprometidos com questões ambientais, sociais e de governança.
A companhia consegue otimizar sua credibilidade e passar a imagem de uma marca que realmente se importa com as questões sensíveis e com valores relevantes. A transparência ajuda a deixar claro que isso vai além do discurso.
Outra das grandes vantagens que as empresas começaram a descobrir é que a redução do impacto ambiental também pode levar à economia de custos.
Muitas das estratégias defendidas pelos grupos comprometidos com o conceito são também aquelas que podem ajudar a reduzir os custos operacionais de uma empresa.
Por exemplo, as práticas de eficiência energética podem reduzir as contas de serviços públicos, enquanto as iniciativas de reciclagem e redução de resíduos podem diminuir a quantidade de dinheiro que uma empresa deve gastar com taxas de descarte.
Ao tomar medidas para reduzir o impacto ambiental, as empresas podem economizar dinheiro enquanto também fazem sua parte para proteger o planeta.
Isso sem contar as estratégias sociais como mecanismos de proteção de dados que auxiliam na diminuição de custos com falhas de segurança e ataques virtuais.
Ao demonstrar publicamente seu compromisso com os princípios da ESG, uma empresa pode enviar um forte sinal ao mercado de que é uma organização responsável. Isto, por sua vez, pode levar a um melhor reconhecimento da marca e à lealdade dos clientes.
Além disso, as iniciativas ambientais, sociais e de governança podem ajudar uma empresa a atrair e reter os melhores talentos.
Uma empresa que é vista como líder de investimentos ambientais, sociais e de governança provavelmente terá uma vantagem em recrutar e reter os melhores e mais brilhantes funcionários.
Afinal, muitos colaboradores desejam trabalhar para empresas que estão causando um impacto real e positivo na sociedade.
Portanto, há vantagens claras para as empresas que assumem o compromisso de ser um líder nesse quesito.
Empresas que focam em ações ambientais, sociais e de governança são tipicamente transparentes sobre seu impacto e sobre as medidas tomadas.
Os investidores que se concentram em empresas que sabem da importância do ESG geralmente o fazem porque querem promover a sustentabilidade e a transparência no mercado. Além disso, eles possuem mecanismos para atestar a eficácia das estratégias dessas empresas.
Muitos investidores são atraídos para os fundos ESG porque querem ter certeza de que seu dinheiro está sendo usado de forma alinhada aos seus valores. Entretanto, há também vantagens financeiras para investir nesses ativos.
Empresas ESG geralmente são menos propensas a se envolver em escândalos ou outras controvérsias. Além disso, os fundos com foco em aspectos ambientais, sociais e de governança frequentemente têm níveis de risco mais baixos, o que pode levar a retornos mais altos em longo prazo.
Para os investidores, também é vantajoso investir nesse tipo de negócio. Em primeiro lugar, porque promove a transparência no mercado, o que gera consumidores mais bem informados e empresas mais responsáveis.
Segundo, ao focar em empresas que são sustentáveis, os investidores podem ajudar a criar um ambiente mais limpo e uma sociedade mais justa.
Finalmente, ao investir em empresas com fortes estruturas de governança, os investidores ajudam a garantir que seus investimentos sejam seguros e sólidos.
A integração de fatores ambientais, sociais e de governança na tomada de decisões de investimento pode levar a melhores resultados para os investidores e para as comunidades nas quais eles vivem e trabalham.
Mas o que significa integrar os ESG? E como gestores podem fazer isso?
Uma das dicas é a criação de um conselho para discutir e aplicar essas práticas de forma segura. É preciso reforçar o treinamento e a conscientização dos membros, de modo a garantir que isso se torne parte da rotina.
Então, é preciso pensar em novas práticas e em indicadores para controlar melhor a execução delas. Também é necessário definir as ações para cada colaborador.
É importante também abrir canais de denúncia e investir em transparência para garantir a visibilidade e a melhoria constante dos esforços.
As práticas ESG garantem um investimento conjunto em estratégias ambientais, sociais e de governança.
Ou seja, reúnem táticas para cuidar da sustentabilidade, gerenciar melhor o ambiente de trabalho e as relações com as pessoas e garantir regulação das ações corporativas.
Nesse sentido, é importante para as empresas entenderem como os pilares se complementam e como trabalham em conjunto. Assim, é possível otimizar a participação das organizações no mundo moderno e criar um destaque competitivo.
Ao investir nessas práticas, é possível atrair investimentos, alcançar mais clientes e funcionários, bem como evitar problemas com fiscalização.
Confira também o que é greenwashing e como a prática pode prejudicar as empresas.
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