História do Twitter: da origem da rede social até a compra por Elon Musk
Desde sua criação, em 2006, até a venda, em 2022, o Twitter protagonizou diversos acontecimentos. Confira a história da plataforma
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Meio & Mensagem
30 de novembro de 2022 - 8h00
O Twitter é uma rede social que permite aos usuários compartilhar mensagens curtas — os tweets — com uma audiência global.
A plataforma é conhecida por sua natureza em tempo real, pois os tweets são normalmente exibidos em ordem cronológica, o que facilita o acompanhamento de notícias e eventos à medida que acontecem.
Lançado em 2006, rapidamente se tornou uma das redes sociais mais populares do mundo. Atualmente, já são mais de 229 milhões de usuários diários. Para dar conta dessa demanda, a empresa possui 38 escritórios em 23 países.
Recentemente, a plataforma se tornou centro das atenções após ser adquirida por Elon Musk. No entanto, algumas crises de gestão levaram os usuários e os anunciantes a questionarem o futuro da rede social.
Diante desse cenário, confira a história de como surgiu o Twitter, entenda como a plataforma se tornou tão popular e como aconteceu a venda da rede social.
A história do Twitter começa em março de 2006, quando foi criado por Jack Dorsey, Evan Williams, Biz Stone e Noah Glass, nos Estados Unidos. Originalmente, era um projeto paralelo decorrente da empresa Odeo, uma ferramenta de podcasting.
A ideia de Dorsey era criar uma plataforma que permitisse compartilhar mensagens curtas a qualquer hora do dia para um grupo de pessoas, de forma similar ao envio de mensagens de textos.
Nomeada de “twttr”, com intuito de comparar as mensagens de texto ao canto dos pássaros, a rede social era usada apenas pelas pessoas que trabalhavam na Odeo. Seis meses depois, o nome foi alterado para Twitter.
Em julho de 2006, a versão completa da rede social foi apresentada ao público e o site começou a receber cerca de 20 mil tweets por dia.
Esse número saltou para 60 mil tweets diários, em 2007, após a conferência interativa South by Southwest (SXSW) em Austin, Texas.
Ainda em 2007, a companhia recebeu sua primeira rodada de financiamento e levantou US$ 5 milhões. Em seguida, a empresa foi avaliada em US$ 20 milhões.
O reconhecimento que a plataforma recebeu da comunidade de tecnologia durante o festival South by Southwest (SXSW), em março de 2007, foi crucial para a popularidade do Twitter.
Durante a conferência, a empresa mostrou tweets ao vivo sobre o SXSW em telas posicionadas nos salões do evento. O interesse na plataforma cresceu rapidamente, o que triplicou o uso diário.
Após o sucesso no SXSW, a rede social do passarinho azul se tornou uma empresa própria, em abril de 2007, e Dorsey foi nomeado o primeiro CEO da companhia.
Rapidamente, o microblog se tornou uma das redes sociais mais populares do mundo. Em 2008, o site recebia 300 mil tweets por dia. No início de 2010, o número subiu para 50 milhões de tweets diários.
Além de atrair usuários comuns que desejavam compartilhar mensagens com amigos, a rede social também se tornou uma ferramenta estratégica para empresas anunciarem e interagirem com os clientes.
Confira a cronologia dos principais acontecimentos em torno do Twitter, desde a sua criação, em 2006, até a compra por Elon Musk:
A primeira publicação foi feita em 21 de março de 2006, por Jack Dorsey, CEO da rede social, e dizia “apenas configurando o meu Twitter”.
Em março de 2021, o tweet foi vendido por meio da tecnologia de tokens não-fungíveis (NFT) por 1.630 Ether, o que equivale a aproximadamente US$ 2,9 milhões. A operação foi realizada no site de leilões de arte digital Valuables.
O conceito de hashtag “#” foi criado pelo designer Chris Messina, em agosto de 2007. A proposta era agrupar mensagens sobre um mesmo assunto e facilitar a busca por temas específicos na plataforma.
Anos depois, o símbolo se espalhou pela internet e passou a ser utilizado em diversas redes sociais, como Facebook, Instagram e TikTok, além de integrar estratégias de comunicação e marketing das empresas.
Atualmente, o uso de hashtag não se limita ao agrupamento de discussões, também é capaz de alimentar movimentos globais, como o #BlackLivesMatter, movimento que nasceu nos Estados Unidos para defender o fim da violência policial contra a população negra.
Um dos principais exemplos do poder da plataforma aconteceu em 2008, quando um universitário americano utilizou seu perfil para avisar seus seguidores que havia sido preso em um protesto contra o governo em Mahalla, Egito. Após pressão, as autoridades o libertaram da prisão.
Após disputadas eleições no Irã, milhares de pessoas foram às ruas de Teerã para protestar. No entanto, o governo iraniano reprimiu os relatos na mídia sobre os protestos e bloqueou o acesso a diversas páginas de internet.
Para driblar a censura, os manifestantes utilizaram a rede social para propagar informações, imagens e vídeos sobre os protestos. O movimento ficou conhecido como a “revolução do Twitter”.
No começo de 2010, a rede social chegou ao espaço, com o astronauta da NASA Timothy Creamer, que enviou o primeiro tweet ao vivo da órbita externa.
Em sua conta, Creamer escreveu: “Olá Twitterverse! Estamos twittando AO VIVO da Estação Espacial Internacional, o primeiro tweet ao vivo do espaço. Entraremos em contato com você mais tarde, envie suas perguntas.”
A empresa anunciou a inserção de publicidade na plataforma ao lançar a ferramenta “Promoted Tweets”, atualmente conhecida como Twitter Ads. Este foi o primeiro passo para obter receita com o site e, assim, alcançar uma lucratividade consistente.
Por meio da ferramenta, é possível promover tweets específicos, contas (perfis) e trends (tópicos mais discutidos). A partir dessas campanhas, as marcas podem aumentar o tráfego em um website, ganhar relevância e gerar conversões.
O Twitter e o Facebook desempenham papel fundamental durante a “Primavera Árabe”, que foi uma onda revolucionária de protestos e manifestações no Oriente Médio.
Pessoas na Tunísia, Egito, Síria, Líbia e outros países usaram as redes sociais para enviar mensagens e organizar protestos, bem como sensibilizar a população e a comunidade internacional.
No final do ano de 2011, o microblog revelou uma nova interface aos usuários. As alterações incluíam:
– linha do tempo: para exibir o fluxo de tweets das pessoas que o usuário segue;
– mensagens diretas: para possibilitar a troca de mensagens privadas entre os usuários no formato de mensagem instantânea;
– respostas e menções: para mostrar aos usuários os tweets em que são mencionados.
Outra novidade foi a seção “Descobrir” ou “Discover”, criada para apresentar tendências e histórias que possam interessar ao usuário. Hoje, a guia é chamada de “Explorar” ou “Explore”.
Um ano depois, a rede social ultrapassou 200 milhões de usuários ativos mensais.
Apenas um mês antes, Barack Obama usou a rede social para declarar vitória publicamente na eleição presidencial dos Estados Unidos. O tweet do ex-presidente americano se tornou o post mais retuitado da história da plataforma, até aquele momento.
A companhia lançou seu IPO, a sigla de “initial public offering”. O termo pode ser traduzido para o português como oferta pública inicial.
Trata-se da estreia de uma empresa na bolsa de valores e representa a primeira vez que a empresa receberá novos sócios por meio da oferta de ações ao mercado. Na ocasião, o Twitter inaugurou com uma avaliação de US$ 31 bilhões.
Em 2014, a rede social criou as primeiras ferramentas anti-assédio avançadas e também anunciou que mais esforços seriam feitos para conter o abuso online.
Desde então, a empresa tem criado novas soluções voltadas para a segurança anti-assédio com intuito de combater abusos, limitar o uso de linguagens prejudiciais e proteger os usuários.
Outro marco na história foi a indexação de tweets públicos nos resultados de pesquisas do Google e de outros motores de busca.
Até meados de 2011, era normal encontrar tweets de usuários em tempo real nos resultados de pesquisa do Google. No entanto, o acordo entre as empresas expirou e o Google perdeu o acesso aos tweets.
Alguns anos depois, os tweets voltaram a ser indexados nos resultados de busca.
O ano de 2015 foi repleto de novidades. O microblog adicionou um novo recurso chamado Moments, para que os usuários descobrissem os principais acontecimentos ao redor do mundo. Atualmente, o recurso foi substituído pela ferramenta “Explorar”.
No mesmo ano, a rede social substituiu o botão favoritar e o símbolo de estrela por um botão de curtir e um símbolo de coração, respectivamente.
Além disso, incluiu a opção de captura de vídeos de até 30 segundos para os usuários, além da nova função que atualizava os internautas sobre os principais tweets gerados enquanto eles estavam fora da rede social.
Em 2018, a empresa atendeu os pedidos dos usuários e expandiu a contagem de caracteres dos tweets de 140 para 280.
Atualmente, já existe uma discussão em torno do Twitter Notes, que permitirá postagens com 2.500 caracteres, fotos e vídeos.
A plataforma apagou permanentemente o perfil de Donald Trump (@realDonaldTrump) por causa dos comentários que o presidente fez durante os tumultos no Capitólio dos Estados Unidos, em janeiro de 2021.
Segundo a empresa, a decisão foi tomada porque poderia levar a “mais incitação à violência”. O Twitter foi a primeira rede social a tomar esta medida.
Elon Musk assumiu o Twitter depois de uma prolongada disputa legal que teria culminado em um julgamento no Tribunal de Chancelaria de Delaware. Relembre a trajetória:
No início de abril, Elon Musk anunciou a compra de 9,2% das ações do Twitter, tornando-se o maior acionista individual da empresa.
Logo em seguida, Musk apresentou um plano mais ousado: a compra da plataforma por US$ 44 bilhões. Em 25 de abril, o Twitter aceitou a oferta.
O empresário pediu provas sobre o percentual de bots na rede social e afirmou que não seguiria com a compra a não ser que a plataforma provasse que as contas fakes representavam menos que 5% dos usuários.
Os perfis falsos travaram as negociações de venda. O bilionário tinha dúvidas sobre a veracidade dos relatórios da empresa em relação a quantidade de bots e continuou solicitando acesso ao percentual de contas falsas da plataforma.
No mesmo mês, Musk desistiu do acordo de compra da rede social por US$ 44 bilhões. Segundo ele, a empresa não cumpriu com as obrigações contratuais para a avaliação de contas falsas e spam na plataforma.
Em seguida, o Twitter processou Elon Musk por supostamente violar acordo de aquisição e pediu ao tribunal de Delaware, especializado em disputas comerciais, a conclusão do negócio por parte do CEO da Tesla.
O bilionário voltou atrás e retomou a oferta de compra da plataforma pelo mesmo valor oferecido inicialmente. A disputa judicial estava marcada para começar a ser resolvida neste mesmo mês.
Elon Musk afirmou ter comprado a rede social por meio de uma carta aberta endereçada aos anunciantes da plataforma. Na reprodução da carta, o CEO da Tesla explicou os motivos que o levou a concretizar a compra.
O empresário concluiu a compra do Twitter por US$ 44 bilhões e a empresa passou a operar como uma companhia privada.
Com a efetivação da aquisição, Musk realizou os primeiros movimentos como proprietário da plataforma, a começar pela demissão do CEO e de outras lideranças.
Após a aquisição da rede social, o Twitter entra em crise com demissões em massa e fechamento de escritórios. Metade dos 7.500 membros em todo o mundo foram demitidos ou pediram demissão.
Hashtags como #RIPTwitter e #TwitterDown movimentaram a rede social.
A instabilidade ocasionada pela nova gestão pode prejudicar a imagem da empresa diante dos anunciantes. Algumas marcas internacionais começaram a olhar a rede social com mais cautela e foram aconselhadas a interromper os investimentos na plataforma.
Em meio às incertezas, os próprios usuários começaram a buscar por alternativas de redes sociais, como o Koo e o Mastodon, que teriam recursos similares.
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