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Opinião

Black Friday 2024

Perspectivas de consumo e lições de casa para não sair perdendo

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21 de novembro de 2024 - 6h00

A palavra central da Black Friday, todos os anos, é sempre “descontos”. Não importa se estamos no Brasil, nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar. Se alguém fala na data, a primeira coisa que vai vir à mente é um número seguido do símbolo “%” indicando o tamanho de uma oferta. Mas é preciso ir muito além disso.

Não se iluda: os consumidores esperam descontos. E, para ser competitivo, é preciso trazer boas ofertas. Mas, sozinha, uma promoção não é o suficiente para convencer o cliente a comprar da sua empresa – afinal, a maioria dos players deve oferecer preços mais baixos que o habitual.

O que as empresas devem fazer é entender o que oferecem que vai além do desconto. É quase um exercício de reflexão: quando a temporada de ofertas acabar e os preços voltarem à normalidade, o que fará uma pessoa escolher o meu produto ou minha loja para efetuar uma compra? Qual o real diferencial que coloco na mesa?

Esse tipo de pensamento é central para encarar a Black Friday e elaborar a melhor estratégia de comunicação de seus produtos (e de seus descontos). E há diferentes fatores que podem representar esses diferenciais: da agilidade de entrega à segurança da compra, passando por aspectos como facilidade de devolução. Isso só para falar alguns.

É fundamental que esta etapa de reflexão seja feita de forma realista. Afinal, não adianta entender o que você quer entregar de diferente, e sim entender o que você pode e vai oferecer. Não é fácil, mas identificar corretamente seus diferenciais para somá-los aos descontos vai ajudar muito a empresa a acertar na comunicação, e a ganhar da concorrência em uma data que movimenta cifras para lá de relevantes.

É importante destacar que os diferenciais mais procurados pelos clientes não são necessariamente fatores estáticos, e podem flutuar de acordo com o próprio contexto da economia. Por exemplo, em 2024, a Black Friday deve ocorrer em um momento de juros altos, desaceleração da atividade econômica e piora das expectativas gerais.

Isso pode implicar, por exemplo, que as empresas que oferecerem as melhores condições de pagamento podem sair na frente das outras. Por exemplo: uma varejista que vende calçados com 15% de desconto pode perder para outra que oferece um preço 10% mais baixo, mas que permite um parcelamento mais longo e juros menores nas prestações.

Outra tendência ligada à desaceleração da economia – e que devemos observar em 2024 – é a procura por modelos mais antigos. Isso abre oportunidades para que varejistas destaquem linhas anteriores, como, por exemplo, a penúltima (e não a última) geração de celulares. É a chamada “segunda onda” de um produto.

Mas, para conseguir aproveitar as oportunidades da Black Friday e dar destaque aos seus diferenciais, é preciso, antes de tudo, dar um passo para trás. Isso porque a data exige diversos cuidados anteriores, que podem ser resumidos na palavra “preparação”.

Já faz alguns anos que a Black Friday se expandiu significativamente no Brasil. Não estamos falando mais de um dia de descontos, mas sim de uma verdadeira temporada que se estende pelo mês de novembro inteiro. Isso significa, por tabela, que a esta altura, as marcas já deveriam estar preparadas, com uma estratégia bem delineada para encarar a maratona dos principais dias de descontos – aqueles próximos à sexta-feira que dá o apelido à data.

Mas isso não quer dizer que não há mais nada que possa ser feito neste momento. A preparação é um processo constante: as empresas devem trabalhar incessantemente para garantir “o básico” na Black Friday. E isso pode significar diferentes coisas: garantir que você está oferecendo um desconto com uma porcentagem relevante; garantir que você negociou esses números devidamente com seus fornecedores; garantir que seu site está bem estruturado para facilitar a vida do usuário e comportar tráfego mais intenso; garantir que você está comunicando os descontos certos; garantir que, quando um produto se esgota, a comunicação do desconto se encerra; entre várias outras medidas.

Podem parecer coisas “bobas”, mas um erro com qualquer desses fatores básicos pode ser fatal, em especial na Black Friday. E não só porque uma oportunidade pode ser perdida, mas também porque as empresas costumam colocar muito dinheiro na data e no marketing voltado para ela. Um erro nesta época pode custar o dobro do que custaria em outro momento do ano.

Por isso, é necessário ter o dobro do carinho e do cuidado com todos estes aspectos. É só a partir disso que é possível passar para o próximo passo, de construir pilares que atraiam o consumidor e que te permitam ter uma Black Friday de sucesso.

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