19 de abril de 2023 - 6h00
Crédito: Divulgação
Super Mario Bros. O Filme criado pela Illumination Entertainment para a franquia da Nintendo bateu vários recordes. O longa faturou US$ 377 milhões nos cinemas entre os dias 5 e 9 de abril, tornando-se a maior estreia da história entre as animações e desbancando Frozen II, da Disney. Além disso, é a mais bem sucedida adaptação de um videogame para a telona e a maior estreia dos cinemas em 2023.
Outra parte interessante que só os gamers sabem é que desta vez o encanador bigodudo fez o ouriço mais rápido do mundo comer poeira. Em apenas dez dias, o longa do Mario arrecadou mais de US$ 600 milhões globalmente, enquanto Sonic The Hedgehog 2 faturou US$ 405 milhões em um ano de exibição pelo mundo.
Para quem não sabe, desde a criação do personagem Sonic The Hedgehog para o Mega Drive, em 1991, Mario e Sonic são rivais. Na verdade, o ouriço azul foi criado pela SEGA para combater o sucesso que o mascote da concorrente Nintendo alcançava ao redor do mundo. Nos anos 90, a rivalidade entre as empresas japonesas de videogames era tamanha que as campanhas publicitárias da SEGA incluíam “comerciais” para desacreditar os jogos da Nintendo.
Muitos ficaram surpresos porque a arrecadação global do Super Mario Bros. O Filme. desbancou Frozen II, da Disney, que até então tinha tido a estreia mais rentável. Mas não podemos esquecer de que Mario é o Mickey Mouse dos videogames: clássico, icônico, familiar e reconhecido globalmente.
Prova disso é que a animação, que tem Chris Pratt, o astro de Guardiões da Galáxia, na voz de Mario, vem batendo recorde atrás de recorde, apesar das críticas negativas. “Os críticos odiaram o filme do Super Mario Bros. pela mesma razão que o público adorou: é uma tradução direta do jogo”, explica Jonathan Stringfield, VP & Global Head Business Research and Marketing da Activision Blizzard e autor do livro Get in the Game.
O sucesso desse crossover veio para consolidar o futuro brilhante dos filmes baseados em videogames, que há pouco não conseguiam refletir na telona nem mesmo os personagens mais admirados pelos gamers. Caso da Lara Croft, a musa de Tomb Raider, interpretada no cinema por ninguém menos do que Angelina Jolie, ao lado do 007 Daniel Craig.
Lançado em 2001, o filme Lara Croft: Tomb Raider, baseado na franquia bem-sucedida da japonesa Square Enix, arrecadou pouco mais de US$ 270 milhões em bilheteria – em 22 anos! O que para mim é muito dinheiro, porque eu me lembro de ter revirado as pernas na cadeira muitas vezes durante a sessão de pré-estreia. E adoro cinema!
O primeiro filme de videogame colocado por Holywood na tela grande, em 1993, também flopou. Pasmem! O longa Super Mario Bros., chamado pela crítica de “Indiana Jones dos gamers” faturou pouco mais de US$ 20 milhões em 30 anos.
A história de sucesso dos filmes baseados nas franquias de videogames é recente. Antes do Sonic The Hedgehog 2 (2022), tivemos Pokémon: Detetive Pikachu (2019), também um personagem de origem japonesa. Interagindo com o galã Ryan Reynolds, Pikachu faturou quase US$ 230 milhões até o momento.
Há dois anos, enquanto a Microsoft, sua maior rival no mundo dos videogames, comprava a Bethesda por US$ 7,5 milhões e anunciava que os seus jogos triple A passariam a ser lançados no day one do Xbox Game Pass, a Sony PlayStation dava indícios de que levaria seus personagens mais famosos nos cinemas.
Na época, Tony Vinciquerra, presidente e diretor executivo da Sony Pictures, afirmou que “a divisão PlayStation, dentro da Sony, estará presente em ao menos sete séries e três filmes baseados em games para o console da casa”.
Dois anos depois, o conglomerado lançou Uncharted: Fora do Mapa, filme baseado em uma das séries de videogame mais vendidas e aclamadas pela crítica de todos os tempos. No filme, o jovem explorador Nathan “Nate” Drake, é interpretado por Tom Holland, o ator que em 2021 fez Homem Aranha: De Volta Pra Casa.
Uncharted: Fora do Mapa chegou aos cinemas dos Estados Unidos superando as expectativas. “Só no primeiro fim de semana o longa arrecadou US$ 44 milhões”, era a notícia da estreia. No primeiro ano de exibição o filme arrecadou mais de US$ 400 milhões.
Este ano, o hype girou em torno da série de TV baseada em The Last of Us, um dos maiores sucessos do console PlayStation. A produção trouxe Neil Druckmann, que escreveu e dirigiu os jogos da franquia. A série fez sucesso registrando 4,7 milhões de espectadores, entre TV e HBO.
O próximo da lista da Sony PlayStation deve ser o filme de God of War, ainda sem data para ser lançado. Nesse meio tempo Disney e o reinado de Frozen continua sendo ameaçado por Mario e sua Princesa Peach Cogumelo.
Frozen: Uma Aventura Congelante, de 2013, acaba de se tornar a animação com a maior bilheteria já arrecadada da história dos estúdios Disney. O longa, que recebeu duas estatuetas no Oscar, já lucrou cerca de US$ 1,07 bilhão, segundo a revista Variety e o site BoxOfficeMojo, desbancando Toy Story 3, de 2010, que estava à frente com US$ 1,063 bilhão.
Para Mark Hughes, jornalista americano especializado em Cinema que escreve para a Forbes, nivelando por baixo, Super Mario Bros. O Filme deve gerar pelo menos U$ 850 milhões de bilheteria em breve, com a possibilidade de alcançar US$ 1 bilhão, o que segundo ele, seria “a cereja do bolo”. Já eu aposto nos “power up” do Mario para ultrapassar US$ 1 bilhão e ganhar mais um recorde sobre o reinado de Frozen.