8 de maio de 2023 - 6h00
(Crédito: Shutterstock)
A indústria de marketing tem passado por disrupções sucessivas nas últimas décadas. Estes processos disruptivos foram propiciados por inovações tecnológicas, que provocaram uma mudança estrutural em nosso segmento. Neste momento, há uma nova em curso, fruto de três grandes forças que se juntam para aprimorar a experiência do consumidor e, assim, gerar mais resultados para as marcas.
A primeira destas forças é o Data Analytics. Com um volume imenso de dados sobre o comportamento das pessoas sendo produzido diariamente, a capacidade de analisá-los, extrair insights e direcionar ações é um imenso diferencial competitivo. Segundo pesquisa da IBM, empresas com cultura de análise de dados têm 79% mais chances de serem rentáveis. Em nossa área, o marketing analytics (análise de dados do marketing) permite compreender melhor os anseios do público, identificar a jornada ideal, otimizar o mix de pontos de contato com o público e selecionar as mensagens com maior potencial de impacto. Tudo isso para oferecer uma melhor experiência aos consumidores e, consequentemente, maior rentabilidade para as marcas.
O segundo grande vetor é a Inteligência Artificial Generativa. Ela pode ser usada em diferentes momentos dos processos de marketing, mas podemos destacar aqui a sua capacidade de criar conteúdos customizados (quiçá, personalizados) que podem ser usados, por exemplo, na elaboração de ofertas comerciais. Segundo a Accenture, usar IA Generativa pode aumentar as vendas em 41%. Além disso, embarcar a Inteligência Artificial no dia a dia da nossa indústria tem um potencial imenso de aumento da produtividade e ampliação de impacto, pois um algoritmo de IA pode ser treinado para absorver o estilo, por exemplo, de uma redatora ou designer, e criar um volume de assets criativos que a profissional não teria como fazer individualmente. Conteúdo personalizado, de boa qualidade e adequado aos diferentes momentos da jornada vem, também, para melhorar a experiência dos consumidores.
O terceiro vetor de disrupção é a experiência imersiva, compartilhada e permanente que os metaversos oferecem. Pode parecer um tema distante, mas elementos do metaverso estão bem ativos no presente. Por exemplo, o mercado de provadores virtuais movimenta US$ 3 bilhões ao ano, segundo a Fortune Business Insights. Vamos focar no conceito dos metaversos: eles buscam oferecer momentos digitais mais realistas, o que inclui a posse de objetos virtuais, propiciando uma experiência de melhor qualidade para o consumidor.
Vejam que um ponto se repete neste texto: a experiência do consumidor, ou CX, na sigla em inglês. Como no caso da história dos três mosqueteiros, que eram quatro (pois havia também o D’Artagnan), entre os três elementos de disrupção do Marketing atualmente há um quarto: Customer Experience.
Assim como outros setores, a indústria de marketing tem buscado oferecer soluções individualizadas. Dessa maneira, busca gerar mais valor para o consumidor e retorno para os anunciantes. Análise de dados, Inteligência Artificial Generativa e Ambientes Imersivos (metaversos) se articulam para oferecer experiências positivas para os consumidores, já que a avaliação da qualidade da experiência com as marcas é um fator chave de decisão, como comprova pesquisa da PwC, segundo a qual para 73% dos consumidores, a experiência de compra é um fator decisivo para a escolha de uma marca.
Este cenário me faz lembrar do artigo recente escrito pela amiga Gal Barradas, em que ela detalha porque dados, plataformas e experiência devem andar juntos. Cabe aos profissionais de marketing compreender bem as possibilidades oferecidas pela IA, Data Analytics e Metaversos, e como eles podem trabalhar juntos para ofertar experiências incríveis aos consumidores. Longe de vir para tirar empregos ou exterminar as áreas de marketing, as três grandes forças da disrupção estão à nossa disposição para aumentar o poder do marketing de gerar impacto na vida dos consumidores, nos resultados das marcas e na sociedade como um todo. Devemos saber usar.