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Web3.0: como creators podem usar nova internet para monetização

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Web3.0: como creators podem usar nova internet para monetização

Especialistas da NFT Brasil e Web3Valley apontam as possibilidades para criadores personalizarem e monetizarem conteúdos na Web3

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20 de dezembro de 2023 - 6h03

Terceira atualização da internet, a Web3.0 é caracterizada pela descentralização, maior atuação do usuário e segurança em relação à exposição dos dados. Além disso, no âmbito da confiança direta, a próxima fase da Web 2.0 deverá permitir que os internautas interajam sem precisar de intermediário. Assim, também terá impactos diretos no cotidiano dos criadores de conteúdo.

Web3 - Crédito: ImageFlow/Adobestock

As oportunidades para criadores de conteúdo na Web3.0 (Crédito: ImageFlow/Adobestock)

Marco Affonseca, cofundador da NFT Brasil e do Maachub, explica que, em linhas gerais, a Web 3.0 expande as possibilidades por meio de novas tecnologias.

Antes de tudo, diz, se abre um leque de assuntos a serem explorados, como blockchain, tokens não fungíveis (NFTs) e tokenização, termos diretamente associados à Web3.0.

A integração de tecnologias, como realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV), também está entre as novas perspectivas, com conteúdo imersivo, por exemplo. “Isso pode incluir experiências de realidade mista, criando uma forma de conteúdo phygital, que é mais envolvente e interativa”, comenta.

Já a inteligência artificial (IA), de acordo com o especialista, acelera a produção de conteúdo. Ou seja, permite criação altamente personalizada, baseada nas preferências e comportamentos de cada produtor de conteúdo.

Web3.0 e comunidades

Affonseca reitera que a descentralização da Web3.0 também promove a formação de comunidades em que os usuários têm mais voz na governança e direção do conteúdo.

“Isso pode levar à criação de conteúdo mais colaborativa e comunitária nas redes sociais”, pontua.

Guto Farias, CEO da Web3Valley, concorda que o principal conceito aplicável ao contexto dos criadores de conteúdo é o de “ownership”.

Em outras palavras, agora, os produtores têm a capacidade de manter, efetivamente, a posse de seus ativos digitais.

Por meio de blockchain, garantem não apenas a legitimidade, mas também a oportunidade de obter ganhos contínuos em suas obras.

Ao contrário da abordagem quantitativa da Web2.0, com ênfase na criação massiva de conteúdo para atrair audiência e grandes anunciantes, a Web3.0 favorece distribuição mais qualitativa.

“Nesse contexto, conteúdo e criações podem ser monetizados através de royalties, como no caso de coleções de NFTs, incentivando a criação de valor agregado significativo para os consumidores. Isso permite construir base de fãs, mas mais engajada e qualificada, promovendo relação direta e sustentável para criadores e seu público”, ressalta.

Isso é possível, diz Affonseca, graças às novas plataformas que já oferecem aos creators essa maior liberdade e controle sobre a distribuição e monetização do conteúdo.

“Com a Web3.0, essa distribuição pode ser tornar menos dependente de plataformas centralizadas, como Instagram, Facebook e LinkedIn, a que estamos acostumados hoje em dia”, afirma.

Estratégias de monetização

É importante destacar que os NFTs  oferecem “forma inovadora” de criar e compartilhar conteúdo digital colecionável nas redes sociais.

Segundo o fundador da NFT Brasil, isso inclui, por exemplo, arte digital, momentos memoráveis e, ainda, experiências exclusivas.

Nesse sentido, Farias complementa que o uso desses tokens para acesso a conteúdo exclusivo pode ser uma das principais maneiras de monetização.

“Além de gerar receita na venda imediata, é possível que, caso o comprador revenda o NFT de acesso à comunidade, uma ‘comissão’ seja destinada ao criador na forma de royalties”, explica.

O CEO da Web3Valley complementa que outra possibilidade é a criação de “crowndfunding tokenizado”, ou seja, o fã se torna uma espécie de apoiador de projeto e, em troca, recebe tokens ou benefícios exclusivos.

“Essas estratégias não apenas diversificam as fontes de receita para os criadores, mas também incentivam a participação ativa da comunidade na valorização e divulgação do trabalho”, defende.

Outra forma de monetização pode ser a contratação do produtor por empresas por meio de criptoativos,

E, como lembra Affonseca, algumas plataformas descentralizadas já geram remuneração para o criador sempre que outras pessoas compartilham o conteúdo em NFT.

“Se abre a possibilidade de captação de investimentos por meio de tokenização do conteúdo e do criador em si, entre outros”, reitera.

Web3.0 e personalização

No âmbito da personalização, apesar das novas tecnologias, as ferramentas tradicionais de métricas em redes sociais – como alcance e impressões – permanecem sendo referência também na Web3.0.

Porém, os criadores também têm à disposição dados extraídos da própria blockchain para analisar o comportamento do usuário.

Dentre eles, exemplifica Affonseca, “quantidade de NFTs resgatadas de uma mesma coleção; benefícios mais resgatados pelos holders; e quantas NFTs cada holder tem da mesma coleção, o que pode influenciar no poder de voto dele em algum assunto”.

Farias concorda que, no território das análises, as ferramentas de Web2.0 continuam relevantes.

No entanto, diz, com as comunidades mais orgânicas, mais do que identificar uma ferramenta, “é essencial compreender onde esse novo usuário está e, a partir disso, entender o quê e como criar”.

Mesmo assim, o executivo aponta algumas opções para analisar e gerir comunidades, como Orbit.love, Up Analytics e Collaband.

“Essas ferramentas podem proporcionar insights valiosos sobre engajamento e comportamento dos membros da comunidade. Elas permitem gestão mais eficaz e compreensão mais aprofundada do impacto das interações na plataforma”, comenta.

Se preparando para a Web3.0

Diante das novas possibilidades, os especialistas orientam os criadores que desejam investir em conteúdo no âmbito da Web3.0.

Affonseca aconselha os produtores a se aprofundarem nos estudos dessas tecnologias, tanto com cursos quanto via comunidades que debatem o tema de “forma colaborativa”.

Esse pontapé também é a orientação de Farias. “A ideia não é se transformar em alguém técnico, mas quebrar os estereótipos criados pela mídia tradicional sobre esse tema”, comenta.

“Entender as novas gírias e termos, acompanhar as novas dinâmicas de comunidades autônomas (DAOs) e a evolução dessa tecnologia vai ajudar a entender como esse novo público está se conectando e as novas possibilidades de gerar receita”, arremata.

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