A relação de Gilberto Gil com o audiovisual
Cantor conversou com Andrucha Waddington, sócio da Conspiração, produtora que assina quase 20 projetos dele ao longo de três décadas de parceria
Cantor conversou com Andrucha Waddington, sócio da Conspiração, produtora que assina quase 20 projetos dele ao longo de três décadas de parceria
Caio Fulgêncio
13 de abril de 2023 - 6h47
A longeva conexão de Gilberto Gil com o audiovisual foi um dos pontos altos da programação da Conferência Rio2C desta quarta-feira, 12. Em tom descontraído e familiar, o cantor compartilhou o palco com Andrucha Waddington, diretor e sócio da Conspiração, produtora com a qual tem parceria há 30 anos. A mediação da conversa foi feita pela empresária Flora Gil, esposa do artista baiano.
Nas três décadas de parceria, a Conspiração assinou 18 projetos com Gil, dentre eles o documentário Refavela 40, indicado ao Emmy Internacional em 2019. Questionado sobre se sente falta de ter registros mais antigos – anteriores à parceria com a produtora –, ele foi categórico ao dizer que não sentia falta de nada.
“Tantos registros que foram feitos que cobriram o momento e as expectativas do futuro, além de quase todo o passado. Assim, na nossa parceria, foram projetos com aspectos diretamente pessoais e da carreira, e inserções na vida cultura brasileira”, comemorou o cantor.
“Agora, com esse retrospecto, eu estava percebendo que são 18 projetos, cada um diferente dos outros. O Gil é gigante para o Brasil. Como documentarista, ser uma mosca e seguir um momento da vida dele, é possível ver toda a transformação de uma relação. Fomos criando uma grande amizade mesmo”, completou Waddington.
Para o cineasta, o audiovisual forte tem um papel fundamental no registro da realidade de onde está inserido. “Através dele (audiovisual), conseguimos ler o que aconteceu no País. Seguindo o Gil nesses anos, cada produto marcou um ponto de como o Brasil estava naquele momento. E, hoje, estamos de volta, celebrando o renascimento da cultural”, falou.
Com a retomada do Ministério da Cultura (MinC), extinto enquanto pasta nos últimos quatro anos, Gil defendeu a necessidade dos governos aprimorarem a escuta em relação aos “fazedores de cultura”. Dessa forma, ele, que foi ministro dessa pasta por mais de cinco anos, afirma que essa aproximação promove o desenvolvimento de uma política cultural conectada com a realidade atual.
“No caso das leis de incentivo, das quais a Lei Rouanet talvez seja a mais emblemática, essa escuta junto aos setores encarregados de fazer a cultura é que vai dar a noção mais direta de que tipo de renovação, transformação ou modificação legislatória precisa haver nesse sentido”, defendeu.
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