Os desafios dos líderes na atualidade
Mafoane Odara, líder de recursos humanos da Meta, falou sobre os paradigmas da liderança no Rio2C
Mafoane Odara, líder de recursos humanos da Meta, falou sobre os paradigmas da liderança no Rio2C
Caio Fulgêncio
14 de abril de 2023 - 7h00
“A modernidade precisa de líderes mais complexos, que conseguem reconhecer o valor da diferença e não da igualdade”. Essa foi uma das análises da ativista, consultora e líder de recursos humanos para América Latina da Meta, Mafoane Odara, durante painel no Rio2C sobre os novos paradigmas da liderança. A jornalista Claudia Lima participou da conversa.
As relações com o trabalho sofreram mudanças profundas nos últimos anos, sobretudo por causa dos efeitos da pandemia da Covid-19. Dessa maneira, a incidência de novos formatos – como o híbrido e o home office – criou mais camadas no perfil do líder dentro das empresas.
De acordo com Mafoane, nesse sentido, uma real mudança nos ambientes corporativos requer lideranças inclusivas. Esse conceito, que extrapola a própria visão voltada para a diversidade, diz respeito à capacidade de lidar com as ambiguidades, ou seja, fora das dicotomias simplistas de bom e mau. “Porque essa lógica, na modernidade, em um mundo tão complexo, não serve para absolutamente nada”, explicou.
Por esse motivo, a liderança inclusiva é formada por líderes disruptivos, que conseguem demonstrar resiliência, construir processos colaborativos, bem como garantir o processo de desenvolvimento das pessoas. “São pessoas que, principalmente, repensam seus próprios pensamentos, valores, ações e se colocam em uma relação de humidade e confiança com as pessoas”, acrescentou.
Apesar da urgência, a formação de bons líderes ainda precisa trilhar uma jornada. Para a líder de recursos humanos, o ambiente corporativo ainda é permeado por muito medo de perda de status e relevância.
“Como estamos falando com lideranças que são muito masculinas e os homens ainda estão em um lugar muito difícil de conversar sobre suas emoções, o processo trava e entra em um embate de certo e errado”, explicou.
A saída dessa encruzilhada, conforme a especialista, é mergulhar no universo das emoções, porque as habilidades profissionais do futuro estão relacionadas aos relacionamentos interpessoais. Dentre elas, estão inteligência cognitiva, capacidade de serviço e de abraçar as ambiguidades e solução de problemas complexos. “Eu vejo esse cenário se transformando quando falamos sobre as emoções, sobre o que dói”, salientou.
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