O QR Code no Brasil veio para ficar
A tendência é que recursos assim continuem ganhando protagonismo e tenham seu uso cada vez mais recorrente
A tendência é que recursos assim continuem ganhando protagonismo e tenham seu uso cada vez mais recorrente
3 de fevereiro de 2022 - 14h00
O comércio ‘sem contato’ caiu no gosto dos lojistas e consumidores. Pode reparar: cartão por aproximação, pagamentos via QR code, consulta de cardápios em restaurantes e convites para eventos, sistema de cupons e transações financeiras… As regras sanitárias de distanciamento social, adotadas como reação à pandemia de covid-19, combinadas ao surgimento do pix no Brasil, estimularam comportamentos novos. E a moda pegou.
Prático, ágil e seguro. A utilidade do QR code é vasta e tem ajudado as empresas a vencer a lacuna entre o offline e o online, dado que a tecnologia propicia um leque de soluções que auxiliam no processo de omni canalidade. Por exemplo, quando o consumidor aponta a câmera para um código e é redirecionado para uma página específica da Web, é possível aplicar algumas estratégias relevantes de marketing.
Também dá para escanear o QR code dos produtos da loja física e acessar mais informações, como tabela nutricional. É possível, inclusive, direcionar o usuário a uma landing page para efetuar a compra e já aplicar um cupom de desconto automaticamente. E não só: o mecanismo também pode atuar no sentido oposto, ou seja, do online para o offline.
Para e-commerces que mantêm seus produtos em estoque na loja física, pode ser interessante sugerir ao comprador a opção de adquirir o produto online e ir retirá-lo na loja física, munido do QR Code como comprovante da compra. Enfim, qualquer que seja, essas são dinâmicas que favorecem o aumento das vendas, já que as transações são feitas mais rapidamente do que seriam caso fosse preciso inserir todos os dados do cartão para concluir a compra.
Além disso, atualmente, a conjuntura é outra. A conduta do consumidor passou por uma virada significativa e não dá sinais de que irá tomar o caminho reverso, por mais que, em tempos anteriores, houvesse uma fronteira mais nítida entre os universos online e offline. Dá para ver e sentir que a linha entre o mundo físico e o mundo digital está cada vez mais tênue, não é?
O sujeito pode ser impactado por um anúncio de um produto através da televisão, pesquisar mais informações sobre esse produto no celular e, dias depois, ser impactado novamente por um anúncio em suas redes sociais. Daí, realizar a compra do produto com um computador e, finalmente, selecionar a opção de retirar esse mesmo produto na loja física. Um verdadeiro multiverso.
Para essa dinâmica engrenar como engrenou, os fabricantes de celulares prepararam o terreno. Antigamente, boa parte dos smartphones não eram fabricados com um leitor de QR code embutido no seu sistema. O usuário precisaria, previamente, ter instalado, aplicativos de terceiros para escanear o QR code. Uma exigência que gerava um processo a mais, atrapalhava a usabilidade, e, também, potencialmente, expunha os dados ao perigo de fraudes.
Agora, o cenário é o oposto. A grande maioria dos smartphones já vêm com leitores de QR Code embutidos na própria câmera do aparelho, sem a obrigação de baixar nenhum outro aplicativo. Essa mutação nos dispositivos, unida à implementação do pix e ao cenário pandêmico, fez com que o uso do QR Code emplacasse nos dias atuais.
Além de ser operado para transferências bancárias de pessoa física para pessoa física, atualmente, o sistema Pix conquista cada vez mais espaço nos e-commerces brasileiros, que têm optado por disponibilizar um QR code, feito uma chave, para a execução dos pagamentos.
E as vantagens do contactless são múltiplas. Pensando bem, essas tecnologias também fornecem um conjunto de informações relevantes para as empresas, que podem servir como base para captar e reter os clientes, como boa estratégia de marketing ou uma bússola para tomada de decisões de negócio.
Isso porque é possível monitorar esses dados de uso do QR Code, desde volume de códigos escaneados até as visitas e receitas geradas por ele – noções de suma relevância para a empresa. Com elas, é possível calcular qual está sendo o retorno pelo investimento realizado, de maneira mais ampla, levando em consideração os canais físico e digital.
A tendência é que recursos assim continuem ganhando protagonismo e tenham seu uso cada vez mais recorrente pelas empresas e pelos clientes. Contudo, com a constante evolução das tecnologias, é provável que surjam novos sistemas que ofereçam artifícios ainda mais eficientes, podendo ser aplicados em circunstâncias inovadoras, mas conservando a mesma dinâmica: fundir sempre mais o universo físico e o digital.
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