O show do Brasil no Rio de Janeiro
Cerimônia de encerramento retrata o País e fecha os Jogos Olímpicos que resgataram a autoestima do brasileiro
Cerimônia de encerramento retrata o País e fecha os Jogos Olímpicos que resgataram a autoestima do brasileiro
22 de agosto de 2016 - 12h10
Por Teresa Levin
As previsões eram pra lá de negativas e até mesmo os mais crédulos duvidavam que a festa seria tão bem sucedida. Mas se a violência, a zika e a poluição da Baia de Guanabara assustavam, uma estonteante cerimônia de abertura reverteu completamente os ânimos e fez com que brasileiros e estrangeiros olhassem para os Jogos Olímpicos do Rio com outros olhos. E, como disse Fernando Meirelles, um dos diretores da abertura, em entrevista ao Meio & Mensagem, com zero de marketing. Mas com tamanho espetáculo recheado de diversidade e verdades, as expectativas negativas foram deixadas de lado e quem esteve na capital fluminense vivenciou o melhor da cidade, dentro e fora das arenas, fazendo com que um verdadeiro legado, de autoestima e alegria, mexesse com os brios da cidade.
Não houve arrependimentos pela escolha do Rio como cidade sede, revelou Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), em entrevista coletiva no último final de semana da Rio 2016. Para ele, a alegria de viver dos brasileiros fez dos Jogos uma festa. E foi ela que foi retratada na cerimônia de encerramento do evento na noite de domingo. Embaixo de chuva, ritmos brasileiros foram ressaltados, do samba ao forró, passando pelas marchinhas do carnaval. Manifestações culturais dos mais diversos recantos do País, das pinturas rupestres em cavernas até bela tradição das mulheres rendeiras, foram levadas ao Maracanã pela carnavalesca Rosa Magalhães, diretora do espetáculo, que teve direção geral de Abel Gomes, presidente da Cerimônias Cariocas, empresa formada pela brasileira SRCOM e pela italiana Filmmaster Group. E, como não poderia deixar de ser, o evento acabou em samba, o das escolas, com direito a festa dos atletas olímpicos em meio a um dos patrimônios culturais do Rio de Janeiro. Se a cerimônia de encerramento não teve o mesmo brilho e encantamento da abertura, a repercussão na mídia nacional e estrangeira continuou sendo positiva.
Assim como em Londres, quando o Brasil teve oito minutos para apresentar o que viria em 2016, Tóquio, a próxima sede dos Jogos Olímpicos, em 2020, teve o mesmo tempo para falar de si. Em meio a uma apresentação recheada de tecnologia e sincronia, ela contou com a cena inusitada de um Mario Bros, personagem emblemático de um game da Nintendo, entrando em um cano na capital japonesa para sair no meio do palco do Maracanã. A surpresa não parou ai: embaixo da roupa do simpático bonequinho, revelou-se ninguém menos que o primeiro ministro japonês. Inusitado pela ousadia do líder e pelo holofote gigante colocado sobre a Nintendo, empresa que já vive uma nova fase de sucesso com Pokemon Go.
Mas talvez uma das maiores simbologias de como o Rio de Janeiro se transformou por conta dos Jogos Olímpicos tenha sido a festa popular do Boulevard Olímpico. Aquele que seria o maior live site já montado em uma edição dos Jogos Olímpicos firmou-se como um retrato da alegria que a Olimpíada gera, com uma comunhão de pessoas de todos os cantos do mundo. A cargo da Gael, ele contou com patrocínio e parceria de Coca-Cola, Bradesco Seguros, Nissan, Samsung, Skol, Nike, Rede Globo, Jornal O Globo, Governo do Rio de Janeiro e Ministério da Cultura. Ativações que viraram sensação levaram milhares a filas astronômicas diariamente: do balão da Skol que sobe a 150 m de altura, passando pelo bungee jump da Nissan, da Parada Coca-Cola, o primeiro espaço da marca fora das arenas olímpicas em uma edição dos Jogos, à casa da NBA, a liga do basquete americana. Mas, além do show das marcas, teve espaço para artistas de rua e para o maior mural já grafitado no mundo: o Etnias, de Eduardo Kobra, que entrou para o Guiness World Records.
Se a derrubada do Elevado da Perimetral chegou a ser questionada por alguns – e teve ainda o sumiço das vigas que valiam muito e até hoje não foram encontradas –, a alegria ao longo dos três quilômetros do Boulevard Olímpico mostrou que a decisão ousada de criar o Porto Maravilha foi acertada. Milhares de pessoas passaram diariamente por ali, sendo que, no auge da festa, durante a final do futebol masculino no sábado, 20, o público estimado foi de um milhão de pessoas. O sucesso foi tal que o espaço, que ficaria fechado até os Jogos Paralímpicos, já reabrirá nesta terça-feira, 23, mesmo que com parte das ações, como a Parada Coca-Cola, encerradas. Outras continuarão até o fim da Paralimpíada, como o balão da Skol e o bungee jump da Nissan.
As marcas que estiveram no espaço acumularam grandes números: foram cerca de 5.200 voos no Balão Panorâmico Skol, aproximadamente 65 mil visitantes no Museu Itinerante “Se Prepara Brasil”, da Bradesco Seguros (Porto e Parque de Madureira), 1.150 saltos no bungee jump Nissan#QuemSeAtreve, 80 mil visitantes na Parada Coca-Cola, mais de 20 mil visitantes na Nike Rio Sem Limites e mais de 85 mil visitantes na Maquete do Lego, que representava pontos turísticos da cidade. Um verdadeiro show para o Rio de Janeiro.
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