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“Olimpíada mostrou potencial de negócios do Rio”

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“Olimpíada mostrou potencial de negócios do Rio”

Afirmação é de Gaetano Lops, diretor geral da Gael, agência responsável pela criação e organização do Boulevard Olímpico, sucesso da Rio 2016


26 de agosto de 2016 - 10h45

Gaetano Arthur Nobree

Gaetano Lops, diretor geral da Gael (Crédito: Arthur Nobre)

Por Teresa Levin

O mercado publicitário vai abrir os olhos para o Rio de Janeiro. É o que acredita Gaetano Lops, diretor geral da Gael, a agência responsável pela criação e organização do Boulevard Olímpico, um dos maiores sucessos dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O live site montado no centro do Rio, classificado como o maior já feito em uma edição das Olimpíadas, recebeu, ao lado dos espaços do Parque de Madureira e do Centro Esportivo Miécimo da Silva, os dois também a cargo da Gael, um total de quatro milhões de pessoas entre 5 e 21 de agosto. A repercussão foi tão positiva que o principal deles, no Porto Maravilha, que iria reabrir apenas nos Jogos Paralímpicos, voltou a funcionar já na terça-feira, 23. Em entrevista ao Meio & Mensagem, Lops revela que a Gael já trabalha em um projeto de legado para que o Boulevard Olímpico continue operando em parceria com a iniciativa privada.

Expectativa
Todo mundo que cria algo grande assim pensa que vai dar certo. A diferença é acreditar. Sabia que ia ser um sucesso, não esperava ser o que foi. Aconteceu desta forma por uma conjunção de fatores muito grande. O Parque Olímpico deixou a desejar, o que é um fator negativo para Jogos, mas super positivo para o Boulevard, a comparação é inevitável. Poderíamos ter recebido quatro milhões de pessoas e ter pecado no serviço, a comida não funcionar, mas funcionou, enquanto nas arenas deixou a desejar.

Segredo do sucesso
Tivemos muita sorte, não falo só da Gael, mas dos Jogos em geral. Antes só se falava em tragédia, era só medo e deu tudo muito certo em todos os pontos. Estou muito feliz, anestesiado com esta história. É tudo muito grande e ainda está acontecendo. O tamanho do Boulevard é colossal. Folgamos na segunda-feira, 22, e na terça, 23, já estávamos operando novamente.

Crise
A discussão sobre os Jogos para mim tem sete anos. Quando ganhamos a candidatura lá atrás, comecei a trabalhar em cima da Olimpíada, sabia que ia fazer algo grande. O Boulevard virou o que é há dois anos, quando vencemos a licitação para sermos os responsáveis pela ideia toda. Mesmo com menos dinheiro do que prevíamos por conta da crise, mantivemos todas as atrações que estavam no vídeo de apresentação do projeto. Com exceção dos artistas internacionais que iríamos trazer, o resto está igual e até conceitualmente melhor. E, na verdade, vimos que foi até melhor não ter os artistas internacionais: conseguimos mostrar a nossa cultura para encantar o mundo.

balão skol

Balão da Skol foi uma das ativações da Gael no Boulevard (Crédito: Divulgação)

Patrocínios
Ao procurarmos os patrocinadores demos dois caminhos claros. Um deles era usar a nossa ideia, que já fazia parte do projeto original, como aconteceu com o balão da Skol. A Ambev ao entrar como patrocinadora escolheu esta ativação para ela. Já no caso da Nissan, existia uma tirolesa no projeto inicial que oferecemos a eles. Preferiram montar o bungee jump que funcionou tão bem quanto. Tiramos a tirolesa porque não fazia sentido ter duas atrações radicais. Também tínhamos pensado em uma tenda em formato de Pão de Açúcar, inicialmente, para uma exposição. Ela se transformou na carreta da Bradesco Seguros, com tudo que tínhamos pensado. O segredo é criar coisas muito relevantes para o B2C e trazer para o B2B comprar.

Legado
Começamos a desenhar o que acontecerá depois, já temos um plano, mas ele só sobrevive com investimento da iniciativa privada. Vamos entregar o nosso documento final antes de acabar a Paralimpíada. Indicaremos o que recomendamos que seja fixo e o que deve ser eventual. Ainda estamos desenhando isso, não sei dizer o que será um ou outro, estará pronto em 20 dias e deveremos estar envolvidos ao menos em uma parte dele. Nosso trabalho é dizer o que recomendamos, se vai ser feito ou não, dependerá do novo prefeito.

Gael no Rio
Vamos manter um escritório pequeno na cidade com duas funções: a gestão do que permanecer como legado e o desenvolvimento de trabalhos para novos clientes. Tomara que consigamos fazer com que clientes que foram para São Paulo voltem para o Rio e os de São Paulo invistam na cidade, para justificar essa operação. Acredito que os investimentos vão crescer, o mercado publicitário vai abrir olhos para o Rio de Janeiro mais uma vez. A Olimpíada mostrou o potencial de negócios desse mercado.

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Carreta da Bradesco Seguros no Boulevard (Crédito: Divulgação)

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