14 de abril de 2018 - 20h10
Alvo de investigação por suposta má conduta dos negócios do WPP, Martin Sorrell não é mais o CEO do maior grupo de empresas de publicidade do mundo, cargo que ocupou por 33 anos.
Em carta, ele diz que a decisão foi tomada pensando no melhor para a empresa, seus clientes e acionistas. “Como um dos fundadores, posso dizer que o WPP não é somente uma questão de vida ou morte. Sempre foi, e continuará sendo, mais importante do que isso. Boa sorte e fiquem com Deus… e agora de volta ao futuro!”, afirmou, no documento.
O WPP diz que a saída se deu em comum acordo, após o término das investigações – cujo teor segue sem ser divulgado. Mais uma vez, o WPP limitou-se a dizer que a acusação não envolvia valores materiais.
A queda do Sir em 11 dias
A queda do executivo mais influente da publicidade mundial foi relativamente rápida: entre o início da crise e sua renúncia tornar-se pública, neste sábado, 14 de abril passaram-se apenas 11 dias.
O Grupo WPP confirmou em 3 de abril que abrira investigação independente para averiguar alegações de “má conduta pessoal” de seu CEO, Martin Sorrell. Inicialmente, a holding inglesa não revelou detalhes de qual seria essa suposta “má conduta”. “A investigação está em andamento. As alegações não envolvem valores materiais para o WPP”, limitou-se a informar a empresa, por meio de comunicado oficial.
Mas o The Wall Street Journal publicou reportagem que a ação estava ligada ao possível uso indevido de ativos da empresa. Em comunicado, Sorrell assumiu que era vítima de uma investigação por improbidade financeira – e negou de forma veemente qualquer responsabilidade.
Sucessão
A empresa anunciou que o chairman Roberto Quarta assumirá a posição de CEO do WPP até que novo nome seja indicado para o cargo.
Os dois mais fortes candidatos a assumir efetivamente o posto são: Mark Read, CEO da Wunderman e da WPP Digital, e Andre Scott, diretor corporativo de desenvolvimento e chefe executivo de operações do WPP para a Europa. Com a saída de Sorrell, ambos foram promovidos à COO do WPP.
A holding, no entanto, confirmou que o processo envolverá também nomes de fora da empresa. E não se comprometeu com um prazo específico para a decisão ser tomada oficialmente.
Crise
A saída de Sorrell acontece em um momento crítico para a holding. Em março, o WPP teve o pior declínio em suas ações desde 1999, após prever um crescimento nos lucros a longo prazo de apenas 5%.
Ainda no mês passado, o WPP informou que Martin Sorrell enfrentaria um substancial corte em sua retirada, recebendo um bônus de longo prazo de 10 milhões de libras, bem menos que os 41,6 milhões de libras recebidos no ano anterior.
*Crédito da foto superior: Wikipedia Commons