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1º lugar – 60% dos votos
Clovis Mello

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Direção de Atores - 2011

1º lugar – 60% dos votos
Clovis Mello

Cine

Deve ser realmente bom ser ator ou atriz num filme dele. É da forma como melhor desempenham seu papel, do modo peculiar e expressivo como executam tais e tais movimentos, como falam tais e tais falas é que uma boa história começa. Cinema, como se sabe, não é só técnica. É gente que a técnica ajuda a viver.

O diretor em questão é o experimentado Clóvis Mello, que explica assim seu modo de dirigir: “Construo a minha decupagem com o que seria a movimentação mais natural e mais orgânica para os atores. Ou seja, ensaio os atores até que eles fiquem bem à vontade. Depois, posiciono a câmera de forma a valorizar essa movimentação e não o contrário, colocando os atores em cena com um quadro mais bonitinho, engessando o acting e comprometendo a interpretação.”

Sua história de amor com a imagem em movimento (e que movimento!) começa aos oito anos, quando o pai, certo dia, chegou em casa com uma câmera e um projetor Super 8. “Foi paixão imediata. Mas me encantaram especialmente os filmes pornôs franceses que ele guardava nas prateleiras mais altas do armário e que me davam um enorme trabalho de engenharia para alcançá-los e, depois de assistidos, devolvê-los. Pensava no quanto teria sido divertido fazer aquelas cenas”, recorda com humor.

Diretor de campanhas reconhecidas, para marcas como Skol, Havaianas e Volkswagen, confessa ter apreço especial por ideias e histórias mais realistas. “Prefiro filmes que estejam mais conectados aos acontecimentos da vida das pessoas, com direito a todas as esquisitices e bizarrices inerentes à condição humana.”

Clóvis Mello se junta ao coro dos descontentes no quesito prazo, porque nunca há suficiente. “Cada vez mais fazemos filmes para convenções ou outros eventos que não permitem que o trabalho transcorra de forma mais organizada e responsável. Isso é ruim para todos os participantes do processo, mas acredito que o mais prejudicado seja o próprio cliente, já que é a imagem da sua empresa que vai ao ar.”

A inspiração do diretor está intimamente conectada com a experiência de se lambuzar no mundo. “Na vida, no cotidiano e na relação do homem com o seu entorno, estão todas as referências que um diretor precisa para se inspirar e criar suas cenas e tipos.” Quem tem olhos para ver, que veja.

(texto e foto publicados originalmente na edição de Meio & Mensagem de 21 de março de 2011)

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