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01-JONES-TINO-Stink-cred-divulgacao

Direção de Filmes - 2016

1º lugar – 257 pontos
Jones+Tino

Stink

Jones+Tino costumam dizer que nada foi planejado na bem-sucedida carreira da dupla. Até a forma como começaram a trabalhar juntos foi aleatória: em 2004, o carioca Jones foi transferido da F/Nazca S&S do Rio para o escritório de São Paulo, onde Tino, natural de Piracicaba, acabava de entrar depois de ter trabalhado na Leo Burnett. Lá, foram apresentados e posicionados como dupla criativa para atender a conta da Claro.

Foi nesse cenário de grandes proporções — agência e conta importantes, pressão idem — que a dinâmica de trabalho em equipe pensando meticulosamente na pré-produção de um filme nasceu entre os dois. “A gente costuma falar que foi um ‘blind date’. Não tínhamos relação alguma, mas precisávamos sobreviver, então a única maneira era ajudar um ao outro”, contam.

Seis anos depois, com a saída da conta da Claro, encerraram a trajetória na F/Nazca. A agência, porém, ajudou os ex-criativos na nova fase com câmeras na mão. Em 2012, dirigiram os filmes “Addiction” e “Before and After”, criados pela F/Nazca para Nike, que foram aclamados mundialmente.

No mesmo ano, foram responsáveis pela superprodução “We All Run”, um filme da Adidas criado pela Sid Lee (no Brasil, a campanha foi adaptada pela AlmapBBDO) com jogadores como Lionel Messi e David Beckham e a cantora Katy Perry, filmado em diferentes cidades do mundo. No entanto, após filmar o comercial milionário, a dupla deu uma estagnada de seis meses. Nesse período, eram representados pela francesa Iconoclast, mas conheceram o fundador e CEO da Stink, Daniel Bergmann, e tornaram-se sócios da operação brasileira da produtora no final de 2012.

Em 2015, o nome Jones+Tino ganharia os holofotes mais uma vez, por conta da direção do filme “100”, da F/Nazca para a Leica. A peça ganhou o primeiro Grand Prix em Film da publicidade brasileira em Cannes, além de 2 Ouros e 3 Pratas em Film Craft. A essa altura, os diretores já tinham uma vasta prateleira de prêmios na estante, pelos trabalhos para Nike e Pinacoteca (“Le Curiosism”).

Mas é a lembrança de ter contado uma boa história que permanece como gratificação. “A gente fica muito feliz de ter ganhado bastante prêmios, mas o trabalho precisa estar acima do prêmio. A gente lembra do filme para Leica, lembra de ‘Addiction’”, comentam. “Blood”, peça criada para a marca de absorventes Bodyform, também foi premiada com um Leão em Cannes em 2016. A história explora a dualidade do sexo feminino em situações de enfrentamento, força e disciplina, fugindo da temática típica da publicidade de absorventes, com “céu azul e calça branca”, descrevem J+T. “Os clientes estão ficando mais corajosos. Não arriscar é a decisão mais arriscada que existe. As pessoas têm muitas opções de tela: se aquilo não for interessante, não assistem.”

(texto e foto publicados originalmente na edição de Meio & Mensagem de 12 de setembro de 2016)

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