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1º lugar – 35% dos votos
Mateus de Paula Santos e Nando Cohen

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Efeitos Especiais - 2011

1º lugar – 35% dos votos
Mateus de Paula Santos e Nando Cohen

Lobo/Vetor Zero

A dupla Mateus de Paula Santos e Nando Cohen adquiriu um hábito saudável: o de planejar muito antecipada e detalhadamente os filmes que vão codirigir. O cuidado tem origem no desenvolvimento de projetos de animação, pelo qual ambos são reconhecidos, que exigem pré-produção ainda mais minuciosa que a de projetos de live-action (com direção de atores).

“Quando vamos filmar, adotamos o mesmo princípio da animação, estudamos muito o filme antes de ir para o set, fazemos pré-visualizações em 3D e afins. Quando chegamos ao set, podemos gastar mais tempo improvisando e experimentando coisas diferentes, uma vez que a lição de casa está muito bem resolvida”, explica Santos.

O roteiro particular da dupla começou, contudo, sem muita decupagem. Santos trabalhou primeiro com design e, depois, design em movimento, no time criativo inaugural da MTV Brasil, em 1994. Cohen estudou arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo. Tornou-se craque num software chamado Topas, para elaboração de maquetes eletrônicas.

“Um dia uma grande coincidência aconteceu, o mestre dos efeitos especiais para cinema Rudi Böhm, dono da antiga Ilimitada, estava procurando algum operador de Topas e acabei participando da produção de um filme para a Sukita. Nesse momento, tive a certeza de que não seria arquiteto e sim trabalharia com cinema e publicidade”, recorda Cohen.

Quando o assunto são os filmes publicitários que mais encantam, Santos confessa gosto especial por aqueles com linguagem híbrida. “Por nosso background de animação, os filmes que misturam técnicas, como stop-motion, live-action etc., são sempre interessantes.” Para Cohen, a atração recai sobre a abertura à participação do diretor. “O filme que mais me agrada é aquele em que o briefing da agência é feito muito mais por perguntas do que por afirmações, em que todos os envolvidos estão buscando algo novo. São nesses casos que me sinto mais útil.”

A declarada dificuldade operacional de filmar no Brasil, principalmente nas ruas de São Paulo, também reboa na voz de Mateus. “A burocracia para bloquear uma rua é imensa, e muitas vezes inviabiliza locações interessantes, critica. Evadindo da realidade, de uma coisa ao menos Mateus e Nando podem se orgulhar: a dose extra (e necessária) de fantasia que ajudam a disseminar no nosso intervalo comercial.

(texto e foto publicados originalmente na edição de Meio & Mensagem de 21 de março de 2011)

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