Novos Talentos - 2023

02º lugar – 43 pontos
Olivia Lang

Czar

Do encantamento inicial das imagens em movimento à direção, a relação de Olivia Lang com o audiovisual começou ainda na infância. Filha de jornalistas, ela lembra que, por volta dos seis anos de idade, a primeira handycam comprada para registrar momentos em família se tornou seu “brinquedo” favorito e, até hoje, as fitas da época são um refúgio quando precisa se reconectar com a magia ao redor do ofício. “A idealização de poder registrar o mundo a partir da minha visão era incrível para mim”, conta. Ainda como espectadora, o interesse por cinema, que cresceu principalmente na adolescência, intensificou a curiosidade a respeito do comportamento humano e o gosto pelos dramas ordinários da vida cotidiana. A partir do início da vida adulta, uma sucessão de decisões pavimentou a jornada na profissão. O primeiro emprego, em um estúdio de produção musical; o primeiro curso livre, que ia do roteiro à pós-produção; os primeiros vídeos, como filmmaker, de lançamentos de moda; até as especializações em direção (de cena e de foto) fora do Brasil e em cinematografia para publicidade. A correria diária da “guerrilha” começou a ser substituída pela vontade de contar histórias de forma mais estruturada, com planejamento. Na carreira, passou pela editora Abril e pela Redbull, mas decidiu encabeçar projetos como freelancer. Foi na pandemia que passou a ser chamada para dirigir projetos maiores à distância, o que encerrou as últimas dúvidas sobre o foco na direção de cena. Antes de ser representada pela Czar, produtora em que trabalha na atualidade, esteve na Moon Heist, local onde dirigiu “Lea”, filme baseado na história da mineira Asaléa Campos, primeira mulher na arbitragem de futebol reconhecida pela Fifa. A campanha, criada pela Ogilvy para Intimus, foi veiculada durante a Copa do Mundo de 2022 e rendeu à Olivia o primeiro Leão de Ouro em Cannes, na categoria Entertainments for Sports. A peça premiada é um exemplo importante do estilo da diretora. “Estou em uma fase de filmes sobre narrativas reais. Trago o realismo da vida, que é um drama bonito de ver”, diz.

(texto e foto publicados originalmente na edição de Meio & Mensagem de 18 de setembro de 2023)