BuzzFeed e ESPN realizam demissões em massa nos EUA

Karina Balan Julio
30 de novembro de 2017 - 10h00

 

O BuzzFeed anunciou nesta quarta-feira, 29, a demissão de 100 funcionários nos Estados Unidos e Reino Unido, o que representa quase 8% de sua força de trabalho nestes países. Em um contexto em que plataformas digitais dominam o mercado,  a empresa tenta encontrar novas formas de gerar receita. As demissões vão afetar principalmente os departamentos de negócios e publicidade, enquanto, no Reino Unido, alguns times de conteúdo também vão perder funcionários.

As mudanças também são reflexo da diminuição da receita esperada para este ano, de quase 20%, e que também adiou por tempo indefinido a abertura de capital do BuzzFeed, que deveria ocorrer em 2018. “À medida em que nossa estratégia evolui, precisamos evoluir enquanto organização também – principalmente nosso time de negócios, que foi construído para dar apoio à venda direta de anúncios mas terá que trazer expertises diferentes e mais diversas para apoiar novas linhas de negócio”, disse o CEO Jonah Peretti, no Twitter.

“Nos EUA, estamos reestruturando funções seletas do time de negócios, vendas, equipe criativa, atendimento ao cliente, soluções para anunciantes e marketing para diversificar nosso modelo de receitas. No reino Unido, vamos realinhar a organização para focar em conteúdo para audiências globais e notícias locais”, afirmou Peretti.

No momento, a empresa está em busca de um Chief Operating Officer (COO) para sua sede e também foca na transição do presidente Greg Coleman, que passa a atuar também na frente de publicidade. Em post, a marca disse que pretende expandir o investimento nas marcas de lifestyle e adicionar novos verticais ao seu portfólio. Para o próximo ano, o BuzzFeed quer replicar o sucesso do Tasty, seu vertical de comida, com a unificação de marcas de lifestyle na nova área de BuzzFeed Media Brands – que abarcará Tasty, Nifty, Bring Me, Goodful e novas marcas, incluindo uma franquia de moda e beleza que será lançada no primeiro trimestre de 2018.

Com foco nessa reestruturação, a companhia está montando um time novo e contratando um líder para desenvolvimento de estratégias específicas para estas marcas. O BuzzFeed ainda passa a contar com novos estúdios para realização de séries originais e em colaboração com parceiros, com o plano de ampliar também a frente de produtos com novos licenciamentos e parcerias. “Nosso modelo é mais diverso e equilibrado do que há um ano atrás e, o mais importante, pela primeira vez, um quarto da nossa receita anual virá de outras fontes diferentes da venda direta de publicidade”, acrescentou o CEO.

Momento difícil

Nesta quarta-feira, 29, a ESPN também anunciou a demissão de 150 colaboradores nos Estados Unidos, que segue a demissão de outros cem funcionários em abril. O movimento foi anunciado pelo presidente da ESPN, John Skipper. “A maioria dos cargos eliminados são relativos a produção de estúdio, conteúdo digital e tecnologia, e refletem decisões de investir menos em certas áreas e redirecionar recursos”, disse Skipper em comunicado. A emissora tem acompanhado a diminuição progressiva de assinantes à medida em que serviços sob demanda ganham espaço.