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Morte na Ogilvy Filipinas reacende debate sobre excesso de trabalho

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Morte na Ogilvy Filipinas reacende debate sobre excesso de trabalho

Funcionário da divisão de PR da agência morre após complicações por pneumonia; colegas afirmam que ele cumpria longas jornadas mesmo doente


24 de fevereiro de 2017 - 11h20

Ogilvy-Filipinas

(Crédito: Reprodução)

 

Uma nova morte de um funcionário de uma agência de publicidade reacendeu os debates sobre jornadas excessivas de trabalho da indústria da comunicação na Ásia. Nesse domingo, 19, Mark David Dehesa, um jovem profissional da divisão de PR da Ogilvy & Mather Filipinas, localizada em Manila, capital do país, morreu após complicações geradas por uma pneumonia.

De acordo com colegas de trabalho do publicitário, mesmo ciente do diagnóstico da doença, Dehesa continuava cumprindo longas horas de trabalho no escritório da agência. De acordo com informações obtidas pela Ad Week, colegas de trabalho do profissional disseram que na sexta-feira, 17, ele chegou muito cedo à agência para preparar o reunião e acabou permanecendo na Ogilvy até tarde da noite, quando começou a se sentir mal e pediu para ser levado ao hospital, onde foi internado e faleceu, dois dias depois.

A CEO da Ogilvy Filipinas, Elly Puyat, fez um comunicado para manifestar a tristeza da agência pela perda do colega. “É com profunda tristeza que confirmamos a súbita morte de nosso colega Mark Dehesa, por complicações de pneumonia no último domingo, 19. Mark era muito amado e um importante membro da família Ogilvy e nossos pensamento e orações estão com ele, sua família e amigos nesse momento tão difícil”, disse a líder da agência no País. Elly, no entanto, não quis dar mais detalhes sobre as causas da morte do funcionário, declarando se tratar de um assunto privado.

A morte de Dehesa reiniciou o debate sobre as cargas excessivas de trabalho na indústria da comunicação. O redator Jeff Selton, que trabalhou com Dehesa no passado, publicou uma mensagem no Facebook assim que soube da morte do amigo, na qual relaciona a perda do colega ao desgaste excessivo com o trabalho. “Os clientes sempre pedem coisas boas. Nós passamos por um martírio para entregar, sacrificando nosso tempo com nossas famílias, datas com nossos entes queridos e, o mais importante, nossa saúde. Mas, com a passagem prematura de mais um jovem colega, sinto que é hora de dizermos não a esse martírio desnecessário. É hora de dizer não para uma apresentação marcada para as 9h quando você trabalhou até as 4h”, escreveu o redator.

A morte por excesso de trabalho – que, no Japão, possui até um termo específico, karoshi – é um assunto que vem chamando a atenção no mercado asiático, sobretudo depois de dezembro do ano passado, quando Matsuri Takanashi, funcionária da Dentsu Japão, se suicidou por conta de exaustão física e mental. Após a morte da jovem, o Ministério do Trabalho do país constatou que Matsuri, assim como outros funcionários da agência japonesa, cumpriam uma carga de mais de cem horas extras por mês.

O  caso gerou muita polêmica no Japão, levando a renúncia do CEO da Dentsu no local, Tadashi Ishii. O profissional foi substituído por Toshihiro Yamamoto no início de 2017.

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