Natura reforça projeto pela conservação da Amazônia
Carbono Circular passará a compensar pequenos produtores anualmente pela preservação da floresta
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Roseani Rocha
18 de julho de 2018 - 12h56
Já reconhecida por suas práticas no assunto sustentabilidade ambiental, a Natura está dando mais um passo nesse sentido e desta vez com objetivo de conter o desmatamento da floresta amazônica, engajando os produtores familiares da região na preservação da natureza. Com o projeto batizado Carbono Circular, a companhia de beleza e bem-estar irá remunerar anualmente as comunidades e famílias de pequenos agricultores não somente pelos insumos adquiridos e repartição de benefícios pelo acesso ao conhecimento tradicional e patrimônio genético que já faz, mas também pela conservação ambiental.
O projeto começou, em 2001, em parceria com a Cooperativa de Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado (Reca), que abrange produtores rurais de Porto Velho, Rondônia, e regiões de entorno, no Acre e Amazonas. O objetivo é estreitar o relacionamento com essas comunidades e mostrar que é possível manter atividades produtivas “e” a floresta em pé. Assim, quanto menor o desmatamento registrado na área, maior o retorno financeiro dos produtores pelos serviços ambientais.
Inicialmente, o Carbono Circular envolve os produtores da Reca que fornecem ativos para a linha Ekos, que estão numa das regiões que mais sofrem pressão da pecuária e exploração madeireira. Em 2013, a área se tornou piloto para o modelo atual de remuneração, numa parceria com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).
De 2013 a 2016, a taxa de desmatamento do entorno foi de 1,9% ao ano, ao passo que nas 126 propriedades participantes do Carbono Circular, foi de 0,93%, ou seja, conservação equivalente a 190 campos de futebol no período e não emissão de 104 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera. A Natura pagou, ano passado, pela compensação ambiental nesse período o equivalente à compra de insumos: R$ 2 milhões (os pagamentos são feitos às famílias e para um fundo da cooperativa, após auditoria independente que checa a contrapartida na conservação da floresta).
A partir de 2018 – e pelos próximos 20 anos – o monitoramento das áreas e os pagamentos às comunidades passará ser feito anualmente. A meta, nesse prazo, é reduzir a zero o desmatamento na Reca e influenciar outras regiões a adotarem o modelo.
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