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New York Times acaba com cargo de ombudsman

O jornal planeja expandir sua plataforma de comentários, de forma que os leitores atuem como editores


1 de junho de 2017 - 15h26

O jornal americano The New York Times anunciou a abolição do posto de ombudsman nesta quinta-feira, 1 de junho. Desde 2016, o cargo vinha sendo ocupado por Elizabeth Spayd, que foi a sexta profissional a ocupar a função na publicação. Ela deixa o jornal sem encerrar seu contrato de dois anos, que tinha previsão para acabar em 2018.

Foto: Reprodução

“A responsabilidade do ombudsman, de servir como um representante dos leitores, já ultrapassou os limites da redação. Não há nada mais importante para nossa missão e nosso negócio do que fortalecer nossa conexão com leitores. Uma relação tão fundamental não pode ser terceirizada a um único intermediário”, disse Arthur Sulzberger Jr., editor do NYT, em comunicado à redação.

A partir de agora, os leitores servirão como “editores públicos”, e o jornal pretende expandir sua plataforma de comentários com ajuda do Google. De acordo com o editor, atualmente o jornal abre somente 10% de seus artigos a comentários de leitores. “Hoje, nossos seguidores nas mídias sociais e nossos leitores no digital servem coletivamente como um cão de guarda, mais vigilantes do que uma pessoa poderia ser. Nosso responsabilidade é empoderar todas essas pessoas e escutá-las, em vez de canalizar suas vozes em uma única voz”, acrescentou Arthur. 

Em um comunicado à Columbia Journalism Review, Elizabeth Spayd disse que o jornal está se reinventando em todas as maneiras possíveis. ” A decisão de acabar com o cargo de ombudsman é parte disso. Estou honrada de ter sido uma das seis pessoas que ocuparam esta cadeira e de estar entre aqueles que tentam manter a grandeza da instituição, mesmo que ela tenha tropeçado em momentos inevitáveis. Imagino que os cinco predecessores concordariam que, mesmo que este seja um trabalho estressante, é também muito gratificante”, disse.

Elizabeth Spayd deve escrever uma coluna final para o jornal. Havia ainda rumores de que a redação NYT estaria insatisfeita com as colunas da ombudsman, mas fontes familiarizadas com a decisão disseram que a mudança não tem nada a ver com a performance de Spayd. 

Margaret Sullivan, ex-ombudsman do NYT e agora colunista do Washington Post, tuitou sobre a mudança e disse não estar surpresa com o fim da posição no jornal. “Não posso dizer que estou surpresa, especialmente em um momento de corte de custos nas redações. O que um ombudsman pode quase sempre fazer é colocar pressão e conseguir uma resposta real da direção de um veículo”, disse.

 

 

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