Vivendi faz proposta para ser controlador majoritário do Havas

11 de maio de 2017 - 17h30

Por Laurel Wentz
Do Advertising Age

O grupo de mídia Vivendi fez uma oferta de US$ 2,56 bilhões ao Groupe Bolloré para comprar 60% das ações que o grupo hoje detém sobre o Havas.

Tanto o Vivendi quanto o Groupe Bolloré são comandados pelo bilionário Vincent Bolloré. Seu filho, Yannick Bolloré, é CEO do Havas.

Nesta quinta-feira, 11, a Vivendi apresentou a proposta de compra das ações majoritárias que o Groupe Bolloré possui na holding a um preço de € 9,25 por ação. O valor corresponde a 8,8% sobre o montante fechado sobre as ações da Havas na quarta-feira, 10.

“Tendo em vista os termos financeiros, o raciocínio estratégico e as prospecções de desenvolvimento implícitos na oferta indicativa da Vivendi aos 20 mil funcionários da Havas, o board de diretores do Groupe Bolloré decidiu negociar com a Vivendi”, diz o comunicado emitido pela companhia nesta quinta.

Esse é um movimento já esperado: quando o Havas divulgou seu relatório financeiro referente ao primeiro trimestre de 2017 em abril, Yannick Bolloré afirmou que não comentaria os resultados porque não existiam discussões entre os dois grupos, mas logo em seguida apontou três possíveis benefícios que viriam a partir de um acordo com a Vivendi. O executivo mencionou os acionistas e os interesses em comum que ambas têm. A Vivendi poderia oferecer um rico material de conteúdo, enquanto o Havas poderia fornecer dados e conhecimento sobre os consumidores ao grupo de mídia.

O Havas é pequeno se comparado aos demais grupos de agências. Com receita global de US$ 2,52 bilhões em 2016, a holding parisiense não chega a ser um terço do que é o Interpublic (US$ 7,84 bilhões), ou um oitavo do tamanho do WPP (US$ 19,37 bilhões).

“Se a oferta for aceita, a Vivendi entraria em uma nova fase de desenvolvimento para acelerar a construção de um grupo de conteúdo, mídia e comunicação pioneiro e global e irá garantir um posicionamento único desse grupo recém-criado em um ambiente em que esses três elementos convergem. Caso a transação seja bem-sucedida, o Havas poderia impulsionar as capacidades da Vivendi em gerenciamento de talento, criação e distribuição de conteúdo. Em retorno, a Vivendi teria acesso à nossa expertise em ciência do consumidor, data analytics e novos formatos criativos. O grupo tem o intuito de preservar empregos e permitir que a Havas desenvolva seu negócio em uma indústria que está passando por uma rápida consolidação e está ameaçada pela crescente concorrência de empresas vindas de outros setores”, diz o comunicado do Havas.