Shoppertainment: quando vender também entretém
Do live commerce às campanhas interativas, a tendência está revolucionando o consumo e criando experiências memoráveis
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Caio Fulgêncio
21 de março de 2025 - 9h44
Anúncio tradicional ou recomendação de um criador de conteúdo. O que tem inspirado mais confiança no momento da venda? No TikTok, Instagram ou live de vendas, o processo de compra se tornou envolvente e, até mesmo, divertido. O que antes era apenas publicidade, agora, se mistura ao entretenimento, em uma tendência que tem nome: shoppertainment.
Esse movimento surgiu na China, por volta de 2016, através de plataformas como AliExpress, mas, logo, se estendeu pelo mundo, principalmente, durante a pandemia da Covid-19. A máxima é entreter e, a partir disso, promover a venda. Tudo é pensado para engajar os consumidores, transformando a visita à loja física ou o contato virtual com a marca em uma relação muito mais fluída, fortalecendo também o vínculo emocional.
Segundo pesquisa do TikTok em parceria com o Boston Consulting Group (BCG), o shoppertainment tem potencial de movimentar US$ 1 trilhão na Asia-Pacífico até 2025, com projeção de crescimento de 63%. E é exatamente por isso que as gigantes do varejo e entretenimento já colocaram em prática essa tendência por meio de livestreaming, gamificação e experiência de realidade virtual.
Um exemplo da gamificação foi quando o McDonald’s, em ação criada pela agência DPZ, replicou, virtualmente, o restaurante número 1000, localizado em São Paulo, nos jogos Minecraft e The Sims, em que os jogadores podiam fazer pedidos reais para delivery.
No Brasil, as redes sociais são utilizadas por 65% dos consumidores para compras online, conforme dados da empresa de pagamentos Adyen, divulgados pela CNN. Mesmo que somente 29% dos varejistas ofereçam social commerce, o levantamento mostrou que as mídias digitais estão ganhando cada vez mais espaço, sobretudo nas gerações mais novas.
A influência dos criadores de conteúdo nunca foi tão decisiva para a compra. Pesquisa da Youpix com a Nielsen apontou que 80% dos consumidores do Brasil já compraram algum produto recomendando por essas personalidades. Além disso, 45% dos brasileiros que já compraram algum produto por recomendação tiveram suas expectativas superadas.
A junção de entretenimento e vendas já é bastante consolidada em várias datas de varejo, como o Dia do Consumidor e a Black Friday. Grandes marcas como Magalu, Casas Bahia e Mercado Livre realizam suas tradicionais lives no YouTube, com interações em tempo real e distribuição de cupons de descontos.
Porém, plataformas de compras como a Shopee permitem essas lives durante todo o ano, e sem interrupções. Em março de 2025, o marketplace apresentou uma ferramenta que permite a criação e edição também de vídeos curtos rápidos dentro do seu aplicativo, para facilitar a venda.
Além da Shopee, o TikTok também tem seu serviço de vendas, que, por enquanto, está disponível em poucos países, como Estados Unidos, Filipinas, Indonésia e Reino Unido. No Brasil, a previsão inicial é que o serviço chegue em abril deste ano, o que deve movimentar a concorrência no e-commerce local.