“Conteúdo é rei, mas o produto é rainha”, diz CCO da BBC
Executivos da BBC e da Comcast NBCU comentam suas experiências e estratégias para se conectar com a audiência
“Conteúdo é rei, mas o produto é rainha”, diz CCO da BBC
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Carolina Huertas
5 de novembro de 2022 - 0h58
Para ter um público leal, os veículos de entretenimento precisam pensar seus produtos da forma mais pessoal possível, com um preço justo e razoável, antecipando as necessidades do público e com ferramentas que os auxiliem a encontrar os conteúdos desejados. A afirmação é de Tom Loretan, Chief Creative Officer, TPX, da Comcast NBCU. Junto a ele, o Web Summit 2022 trouxe também Storm Fagan, Chief Product Officer da BBC, para contarem suas estratégias de captação de público.
Storm afirma que é preciso pensar nessas estratégias pois o conteúdo é o centro, mas os produtos oferecidos são igualmente importantes, se não a experiência do público será sobrecarregada. “É estar de frente a prateleira de cereais no mercado, são muitas opções. Então, uma experiência personalizada que conecta elementos importantes é importante para evitar uma comunicação maçante”, reflete.
Os especialistas comentam que diante dessa necessidade de proximidade e personalização, é preciso estar atento a rotina do público, seu histórico, e hábitos como ter em mente em quais momentos ele consome conteúdo. “Conteúdo é rei, mas o produto é a rainha”, diz Storm. No mesmo sentido, Tom relembra aponta também para a concorrência “Eu diria que o conteúdo é rei, mas existe muita competição pelo trono”, reforça Loretan.
Diante desse propósito, eles contam que os dados são parte essencial para alcançar o objetivo. Seja para entender o que está dando certo, como está dando certo e quais os possíveis caminhos. “Os dados têm um papel significante em tudo que fazemos, do sucesso da audiência ao fortalecimento do negócio”, diz o executivo da Comcast.
Storm aponta que nos dados é possível observar padrões que antes não seriam vistos, além de entender mais profundamente os hábitos e desejos dos usuários. Como exemplo, a CCO conta que em uma realidade onde as pessoas possuem cada vez menos tempo, foi possível perceber um desejo por conteúdos em texto e de forma rápida.
A partir de uma pesquisa de campo, a executiva conta que foi possível perceber que quando grandes eventos acontecem, como por exemplo a guerra da Ucrânia ou a morte da Rainha, as pessoas vão até a BBC porque desejam uma fonte conhecida e de confiança.
Apesar do conteúdo audiovisual ainda ser um desejo, ela comenta perceberam a necessidade de mexer nos formatos para trabalhar de forma complementar. “Vimos que as pessoas só querem aquela informação muito rápido. Talvez depois elas retornem para consumir um conteúdo em formato longo, mas no momento eles querem algo super-rápido e isso mudou a forma com que criamos nossos produtos”, revela.
Storm relembra que a BBC tem mais de 100 anos de existência e nasceu junto o rádio, que na época era uma inovação tecnológica, passando para a TV e entrando no digital. Ela comenta que na emissora, estão sempre pensando em inovação, sejam grandes como a entrada no streaming, ou menores como criação de formatos diferentes.
“Nós temos muitos produtos lançados e atualizá-los constantemente também é inovação”, pontua Loretan. O executivo comenta que as inovações maiores também são feitas, mas elas levam mais tempo para serem iniciadas, testada e lançadas. E diante dos diferentes formatos, ele também afirma que não existe uma forma para inovar e que as ideias não vêm apenas de uma área dedicada a isso, mas sim de diversos setores da empresa.
“A inovação é bagunçada. A indústria está sempre focada em encontrar uma fórmula, uma estrutura ou estruturas de trabalho para inovar, mas a criatividade não surge assim”, reforça.
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