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Opinião

Novas referências do universo digital

OnlyFans, sem uso de algoritmo, e Alexa, na ponta do desbravamento da Inteligência Artificial, são destaques no uso de tecnologia


3 de novembro de 2022 - 9h24

Eu devo revelar que sou um entusiasta de ações que são um marco no quesito uso e costumes, ações disruptivas. Sempre comento com meus pares sobre a potência do OnlyFans como rede que rompeu aquele estigma do proibido, não sem antes ter passado por um processo de auto-censura. Ok, ali se trata de pornografia, mas em perspectiva, aquilo é trabalho, geração de renda – e muita! – e desenvolvimento de skill digital.

Abriu mercado para muita gente que nem em seus piores pesadelos se imaginava exposta de maneira pornô mas, hoje, estão ricas em troca de fotos e vídeos. Movimento impulsionado pela pandemia que fechou postos de trabalho e colocou as pessoas trancadas em suas casas. Essas pessoas se tornaram especialistas em geração de conteúdo, sabem o que é bom para a sua audiência, ou o que adere, digamos assim, tudo isso sem uso de algoritmos, tudo orgânico. Juro que não estou fazendo piada barata com as palavras. Daí minha curiosidade em ouvir Amrapali Gan, CEO da plataforma que deu um novo sentido à exposição pornô. Embora ela tenha dito que não é só isso o que a plataforma comercializa. “Você também vê ali conteúdos de culinárias, fica a critério do creator”. Não sei se essa piada eu perdi.

A verdade é que essas pessoas passaram a fazer uso “de uma ferramenta segura onde é possível interagir com a comunidade da plataforma e assegurar um ganho de 80% daquilo que recebem dos usuários”. Ela funciona totalmente dependente do creator, se ele tiver receita, a plataforma fica com 20% é um local onde se monetiza o conteúdo.

Simpática e com aquele perfil de mulher que não aparenta a idade que tem, Gan informou que a plataforma, no ar desde 2016, já pagou mais de 10 bilhões de dólares aos creators. E afirma que isso é só o início! A CEO de 42 anos lançou uma pergunta para a audiência: “Quem aqui assina o OlnyFans?”, pouquíssimas mãos levantaram e ela emendou: “Tem muita gente que mente aqui”. Será que não?

Outro talk incrível que eu não perderia foi sobre a Alexa. Que eu também uso para provocar meus amigos que reclamam do espaço utilizado pelos devices em nossas vidas e que as pessoas não falam mais, mas esse discurso some assim que chegam em casa e perguntam a hora para a Alexa, se vai chover amanhã e aproveitam para explorar algumas músicas na Amazon com a assistente virtual. Não tem jeito, amigues, esse mundo vai se transformar mais rápido do que imaginamos.

A Amazon está trabalhando firme para tornar a Alexa indispensável e invisível. Como disse o VP Rohit Prasad, homem à frente do projeto Alexa na Amazon, existem, hoje, em torno de 140 mil equipamentos compatíveis com a Alexa. “Ela não é mais apenas uma assistente digital, é uma empresa e o nosso propósito é fazer com que ela seja indispensável, assegurando a privacidade do cliente.” É aí que o bicho vem pegando há anos. Eu mesmo de vez em quando vejo a minha assistente digital em casa fazendo uma “varredura” no ambiente. A luz acende do nada, como se eu estivesse falando com ela. “Nós queremos fazer com que ela esteja cada vez mais integrada ao ambiente” e isso passa pelo emocional da pessoal. Daí terem anunciado a bizarrice de usar voz de pessoas que já morreram para interagir com os familiares. “Isso foi uma descoberta científica de impacto que usa tecnologia de ponta. Posso dizer que é um achado científico que vai nos ajudar a fazer as coisas mais depressa.”

Foi um dia intenso, como sempre são intensos os dias do Web Summit. Estou aqui participando com um grupo entusiasmado de profissionais que querem estar a todo lugar ao mesmo tempo, assistir a todas as keynotes, masterclasses e compartilhar isso ao final do dia. Teria muito para contar deste dia, mas preferi destacar essas duas referências do universo digital. Um deles sem uso de algoritmo, o outro na ponta do desbravamento da Inteligência Artificial.

Espero que tenha gostado.

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