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O que acontece em Lisboa não deve ficar somente em Lisboa

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Opinião

O que acontece em Lisboa não deve ficar somente em Lisboa

É possível perceber o impacto que os ecossistemas de inovação podem causar na nossa vida cotidiana, resolvendo problemas reais, de pessoas reais, para pessoas reais


2 de novembro de 2022 - 9h33

Que o Web Summit é o maior evento de tecnologia da Europa, onde tópicos orbitam em torno de tecnologias emergentes, inovação e venture capital e que este é um dos eventos mais relevantes do calendário mundial, tendo sido fundado em 2009, todos provavelmente já sabem, mas o que pouca gente sabe, é que há muito mais a ser explorado do que a extensa agenda do evento e, não estou falando de fados, pastéis de nata ou de majestosos vinhos locais, mas sim de um pulsante ecossistema que torna-se ainda mais efervescente no evento.

Em não sendo uma agenda oficial do evento, arriscarei chamar a experiência que vou descrever agora de “Pré-Web Summit” e ela não só contempla elementos incríveis da organização que, com seu aplicativo próprio, identifica sua chegada ao Aeroporto de Lisboa, em Portugal e, permite que você faça o seu credenciamento antes mesmo de ir para o seu hotel, além de ser uma excelente ferramenta de relacionamento entre os participantes e também para definição de sua própria agenda/trilha de palestras, como também a possibilidade de participar de outros acontecimentos do evento principal.

Antes mesmo do evento ter o seu início, tive a oportunidade de conhecer dois agentes muito importantes do ecossistema de inovação de Portugal. Um deles é a Beta-I, empresa com sede em Lisboa e que é, de fato, global. Em seu escritório fala-se mais inglês do que qualquer outro idioma, fruto de estarem presentes não só em Lisboa como em cidades como, São Paulo, Boston e Bruxelas.

Nasceram em 2009, portanto, antes da febre “There’s an app for that” e ao longo de sua jornada, tornaram-se uma Consultoria para Inovação, contemplando: Estratégia de Inovação, Open Innovation e CVC, P&D Colaborativo, Desenvolvimento de Ecossistemas de Inovação e a Cultura & Intraempreendedorismo com Venture Building.

O que me chamou atenção na Beta-I, é que a empresa tem o foco em segmentos verticais como o de finanças, energia, agribusiness, saúde e possuem verdadeira paixão pela sustentabilidade promovendo genuinamente desafios entre grandes empresas, startups, governo e entidades de classe. O atual programa tem o foco de promover a transição energética de Lisboa. Nada mais atual e emergente para a Europa, dada a crise geopolítica deflagrada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

O time da Startup Lisboa, outro destes agentes, organizou um Happy Hour entre os executivos das empresas visitantes e startups do mundo inteiro no Carmo Rooftop, local conhecido por grandes acontecimentos envolvendo o ecossistema. Em clima descontraído, o time fazia introduções e primeiros contatos que podem gerar negócios de impacto global. Reuniões podem ter sequência no HCB – Hub Criativo Beato. Uma área degradada em completo processo de restauração para abrigar a cena de Startups de Lisboa, algo que acontece em todas as grandes capitais de tecnologia.

Vivendo tudo isso, e fazendo um download entre tanta tecnologia e inovação vista e discutida, percebi que há algo que pervade Lisboa e merece nota. A cidade evoluiu muito em seu processo de sustentabilidade e minimização do uso de plástico. Isso vai desde o cartão do quarto de hotel onde me hospedei, feito de madeira de reuso até a colher do sorvete que tomei, feita de papelão com a mesma característica das pazinhas que usamos no Brasil.

E, então, pude perceber o impacto que estes ecossistemas de inovação podem causar na nossa vida cotidiana, resolvendo problemas reais, de pessoas reais, para pessoas reais.

Um dos desafios já conduzidos aqui, por estes mesmos agentes já mencionados, levou a 30 pilotos, em 13 categorias de produtos, para eliminação completa dos plásticos e, como resultado, foram eliminadas do consumo cotidiano 100 milhões de embalagens descartáveis. Sem dúvida alguma, a mais surpreendente é a de uma embalagem para saladas feita com celulose transparente que possui absolutamente as mesmas características esperadas de uma embalagem plástica.

Diante disso, posso concluir que não há, portanto, problema que não possa ser resolvido quando genuinamente se debruçar sobre ele, unindo esforços de toda a cadeia envolvida. E, viver o Web Summit Lisboa, para além do evento, pode inclusive ajudar a ensinar o caminho.

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