O que separa o comum do extraordinário

Buscar

Opinião

O que separa o comum do extraordinário

Eventos como o Web Summit proporcionam um alinhamento massivo de propósito


5 de novembro de 2022 - 1h19

Como em todo grande evento, os números sempre despertam curiosidade. Investimento, público presente, marcas patrocinadoras, empregos diretos e indiretos criados, variedade de atrações, de espaços, volume e valor de mídia espontânea gerada, impacto econômico na cidade, projeção internacional do país, entre outros indicadores.

Toda essa “numerologia” é necessária e até obrigatória para se dimensionar o retorno tangível dessas iniciativas que mexem com todo um ecossistema e o interesse de seus stakeholders.

Mas existe um retorno intangível que, ao meu ver, é muito mais valioso e potente do que todos os outros mensuráveis: a vibração que arrebata a todos que estão sintonizados na altíssima frequência da conexão humana.

O que eventos como o Web Summit e o Rock in Rio proporcionam é um alinhamento massivo por propósito: seja um grupo de 70.000 ou de 700.000 pessoas, elas estão ali porque compartilham interesses, têm afinidade. Reúnem-se pelo aprendizado, pelos negócios, pela arte, pela música. Mas, especialmente, juntam-se porque querem fazer parte de algo maior do que elas enquanto indivíduos. Querem protagonizar descobertas e catarses coletivas, querem cocriar histórias e viver experiências únicas – mas não solitárias – pois sabem que a potência da transformação está na força do nós.

Nesta semana de Web Summit, Lisboa está recebendo 70.000 pessoas de todo o mundo (e a terceira maior delegação é a brasileira… adoro!), 2.630 startups e empresas e 1.120 investidores estão participando do evento. Hotéis e restaurantes lotados. Ubers e táxis circulando sem parar, festas e exposições por toda a cidade, redes sociais tomadas por registros das tantas experiências. E por aí vai.

A conta certamente foi positiva para os organizadores do maior evento de tecnologia e inovação do mundo. O impacto econômico para a cidade de Lisboa, idem. A projeção internacional da cidade e do país nem se fala. Isso sem contar que desde que o Web Summit fez de Portugal sua sede por pelo menos 10 anos, várias empresas globais mudaram seu endereço para cá. Lisboa é considerada a San Francisco europeia. E Portugal é destino predileto dos nômades digitais.

Para todos esses resultados positivos, há fatores concretos e mensuráveis. Sim, esses são indiscutíveis e necessários. Entretanto, o campo das conexões humanas e o terreno fértil para a criação de ideias e de parcerias – que vão levar a negócios e à impactos sociais – não têm uma fórmula propriamente definida. Mas são justamente esses intangíveis que separam o comum do extraordinário.

Publicidade

Compartilhe