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77% das mulheres no agronegócio apontam disparidade salarial

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77% das mulheres no agronegócio apontam disparidade salarial

Pesquisa “Mulheres no agronegócio: principais barreiras para ascensão” indicou ainda que 64% das lideranças femininas do setor dizem já ter levado cantada no trabalho


28 de outubro de 2024 - 10h09

Mulheres no Agronegócio

(Crédito: StockMediaSeller/Shutterstock)

A pesquisa “Mulheres no agronegócio: principais barreiras para ascensão”, realizada pela Fesa Group, sistema único de RH, identificou que 77% das lideranças femininas no agronegócio acreditam haver uma diferença salarial considerável entre homens e mulheres. O estudo também apontou que 64% dessas profissionais dizem já ter levado uma cantada no trabalho.

Mais de 80% das entrevistadas (81%) disseram que deixariam uma empresa na qual não haja respeito de gênero, enquanto 15 afirmaram não terem sido escolhidas em pelo menos um processo seletivo por serem mães. Além disso, 64,6% disseram precisar assumir comportamentos considerados masculinos para serem respeitadas em suas áreas.

Com relação aos obstáculos para avançar em suas carreiras, os números trazidos também reforçam o cenário complexo enfrentado pelas mulheres no setor de agronegócio: 60,8% disseram ter levado mais tempo para chegar ao cargo de liderança no qual se encontram por serem mulheres.

Apesar problema de disparidade de gênero no agronegócio identificado na pesquisa, o estudo identificou dois pontos positivos: 64% das lideranças do setor disseram que o discurso de igualdade de gênero é efetivo em suas empresas, enquanto quase 80% das respondentes (77,21%) afirmaram não serem as únicas mulheres em cargo de liderança.

“Sabemos que se trata de um segmento tradicionalmente conhecido por ser masculinizado, mas, por outro lado, temos visto uma tentativa por parte dos gestores e RHs do setor para melhorar esse cenário e implementar mais diversidade na área”, diz Taís Carvalho, vice-presidente e sócia da Fesa Group especialista em agronegócio.

Barreiras de gênero

O setor de agronegócio é uma das grandes forças motrizes da economia do País, representando aproximadamente 24% do PIB brasileiro, de acordo com levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O segmento, porém, ainda é majoritariamente masculino, com grandes barreiras de gênero. Para se aprofundar no tema, Taís Carvalho, sócia da Fesa Group, decidiu desenvolver o estudo, que consistiu em entrevistas com lideranças femininas da área como gerentes, diretoras e CEOs.

O objetivo da pesquisa é mostrar as dificuldades que o público feminino ainda enfrenta no setor. O levantamento foi feito no primeiro semestre deste ano, com intuito acadêmico, a nível nacional e 67% da amostragem com origem no Sudeste.

Soluções possíveis

Para a mudança do cenário, Taís recomenda algumas medidas, como ações em recrutamento e seleção com o objetivo específico de inclusão de mais mulheres nos processos seletivos para cargos de liderança; treinamentos internos de sensibilização do grupo para a importância da diversidade nos cargos de liderança; e cursos de atualização para os funcionários, tendo um olhar sensível aos resultados das mulheres.

Outras ações de retenção para o segmento, em geral, envolvem a oferta de projetos desafiadores e inovadores, como iniciativas em ESG e tecnologia agrícola; o desenvolvimento de um plano de carreira claro e estruturado, com oportunidades de crescimento vertical e horizontal; treinamento e desenvolvimento, com oferta de cursos, workshops e programas de mentoria; a oferta de salários e benefícios competitivos e pontos como cultura organizacional atraente, comunicação e feedback, além de flexibilidade no local e horário de trabalho, pontos valorizados também no setor agro.

“Ao implementar essas estratégias, as empresas no segmento de agro podem atrair e reter os melhores talentos, garantindo um futuro promissor, sustentável para o setor e de maior igualdade de gênero na área”, diz Taís.

Ao olhar para a geração mais jovem, a executiva aponta práticas de responsabilidade social e ambiental nas empresas como cruciais para retenção de novos talentos. Mostrar um compromisso genuíno com a sustentabilidade e as comunidades locais, segundo ela, pode ser um diferencial significativo.

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